Uma investigação internacional, intitulada Pandora Papers, revelou participações offshore secretas de algumas das pessoas mais ricas do mundo.

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Centenas de atuais e ex-líderes mundiais, bilionários, funcionários do governo e CEOs esconderam bilhões de dólares em contas secretas no exterior, de acordo com uma investigação conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

O tesouro de documentos, chamado Pandora Papers, é uma coleção de quase 12 milhões de registros financeiros que detalham a existência de mais de 29.000 contas offshore.

Entre eles estão mais de 100 membros da lista de bilionários da Forbes e centenas de funcionários públicos em mais de 90 países.

Incluídos entre esses registros financeiros e legais estão estratégias para contornar as leis de transparência e manter a existência de contas offshore em segredo. 

“Muitos usam empresas de fachada para manter itens de luxo, como propriedades e iates, bem como contas bancárias incógnitas”, relatou o Guardian. 

Contas offshore operam em vários países ao redor do mundo, como Suíça, Belize e Cingapura, de acordo com o post.

O relatório, divulgado no domingo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, envolveu 600 jornalistas de 150 veículos de comunicação em 117 países. 

Os mais de 330 políticos atuais e antigos identificados como beneficiários das contas secretas incluem o rei Abdullah II da Jordânia, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair, o primeiro-ministro da República Tcheca Andrej Babis, o presidente queniano Uhuru Kenyatta, o presidente do Equador Guillermo Lasso, o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, e o presidente russo, Vladimir Putin.

Entre os brasileiros estão o ministro Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Os bilionários citados no relatório incluem o magnata da construção turco Erman Ilicak e Robert T. Brockman, o ex-CEO da fabricante de software Reynolds & Reynolds.

O rei Abdullah II da Jordânia, por exemplo, gastou US$ 100 milhões em casas de luxo em Malibu, Califórnia, mostram os documentos. 

Os documentos vazados também vinculam o presidente russo, Vladimir Putin, a ativos secretos em Mônaco, informou a BBC. 

Os registros revelam que uma mulher que vem de um histórico financeiro modesto, mas supostamente ligada a Putin, comprou um apartamento de US$ 4,1 milhões em Mônaco. 

Essa compra ocorreu enquanto se acreditava que a mulher, Svetlana Krivonogikh, mantinha um relacionamento com Putin.

Notavelmente, as pessoas mais ricas do mundo, como o fundador da Amazon Jeff Bezos, o fundador da Tesla Elon Musk, o cofundador da Microsoft Bill Gates e o investidor bilionário Warren Buffett, não estão nos documentos

Offshores de Paulo Guedes e Roberto Campos Neto

Segundo o consórcio de jornalistas, o ministro da economia, Paulo Guedes, aparece como acionista da empresa Dreadnoughts International Group, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas. 

Segundo os documentos obtidos pela investigação, liderada pela revista Piauí, o ministro possuía em 2014, quando a empresa foi criada, cerca de US$ 8 milhões investidos em seu nome e nos de sua esposa e filha.

Esse número subiu para US$ 9,5 milhões no ano seguinte.

Já Campos Neto aparece nos documentos como dono de quatro empresas. Duas delas, Cor Assets e ROCN Limited, são registradas no Panamá em sociedade com sua esposa.

De acordo com a reportagem da revista Piauí, ele continuava como controlador da empresa quando assumiu o posto de presidente do Banco Central, em 2019, mas fechou a offshore cerca de 15 meses depois. 

Possuir uma empresa no exterior não é ilegal, desde que declarado à Receita Federal brasileira.

A grande polêmica está no conflito de interesses. Uma vez que Guedes e Campos Neto, já participaram da tomada de decisões que, de alguma forma, influenciaram nos seus próprios investimentos.

O que é offshore

Offshore são contas ou empresas situadas no exterior. Esse instrumento pode ser usado legalmente para fazer negócios internacionais ou planejamento tributário, desde que isso seja declarado à Receita Federal e ao Banco Central. 

É preciso informar anualmente, na declaração do Imposto de Renda (IR), que o valor permanece na offshore. 

A origem do dinheiro também tem de ser lícita.

Os principais motivos para abrir uma offshore são economizar no pagamento de impostos e proteção de ativos contra o risco político ou confiscos.

Por estarem localizadas nos chamados "paraísos fiscais", países com pouca transparência e fiscalização, as offshores também são usadas por quem quer ocultar patrimônio, pessoas corruptas ou integrantes de organizações criminosas.

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