Hoje quero expor para você alguns questionamentos válidos que foram levantados pela gestora Velt Partners.

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Na sua carta de setembro, a equipe de gestão que possui décadas de experiência colocou algumas perguntas:

  1. Haverá uma segunda onda de infecções nos países que conseguiram mitigar os avanços do vírus? 
  2. Quando uma vacina estará disponível em escala e qual será a sua eficácia? 
  3. Atingiremos o nível de imunidade de rebanho antes da vacina? 
  4. Quando as pessoas se sentirão seguras o suficiente para retomar plenamente suas rotinas? 
  5. Quais serão as consequências de longo prazo na economia, no desemprego e na renda? 
  6. Em que medida os pacotes de estímulo serão capazes de amenizar a crise? 
  7. Como essa intervenção do governo na economia afetará as dinâmicas de inflação, juros e sustentabilidade fiscal? 

Veja, são perguntas bastante cotidianas, que estão na voz no povo e a própria gestora afirma não ter essas respostas no momento.

Acredito que todo bom investidor deve possuir pé no chão o suficiente para admitir o que ele não sabe.

Perceba que as perguntas são triviais e a gestora, com mais de uma década de estrada, não sabe as respostas.

Ela admite isso publicamente aos seus cotistas.

Pergunto: por que um investidor iniciante saberia?

Difícil. Mas não saber não significa não agir.

Investir é exatamente isso: a tomada de decisão diante de um ambiente de incertezas.

Precisamos pensar probabilisticamente: qual é o potencial de retorno que estamos expostos diante do risco que estamos correndo?

Essa relação deve ser, no mínimo, proporcional. Não devemos tomar muito risco para ganhos medíocres, assim como podemos, em casos específicos, garimpar boas assimetrias onde há um bom ganho potencial para cenários menores de risco.

Para isso, não podemos investir pensando em quais são os possíveis desdobramentos (favoráveis ou não) da crise.

Em vez disso, devemos preservar as nossas atenções nos negócios por trás das ações listadas em bolsa e montar um portfólio equilibrado e diversificado, sendo rigoroso nos critérios de qualidade das empresas.

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Interessante que essa tem sido justamente a visão que tem trazido retornos consistentes não só para a Velt, mas para todos os investidores que seguem essas premissas.

Desde o pé no chão como o rigor da escolha dos ativos.

Mas a questão não é trivial: o choque causado pela pandemia talvez tenha embaralhado as cartas de um jogo.

Não só os preços mudaram, como o valor intrínseco das empresas também, conforme o gráfico abaixo:

Gráfico de tipos de empresas em valor x tempo
Gráfico de tipos de empresas em valor x tempo. Fonte: Velt Partners.

A partir disso, ficamos com 4 tipos de empresas de acordo com as suas possíveis trajetórias daqui para frente: A, B, C e D.

As empresas do tipo D são aquelas que permanentemente terão seus fundamentos deteriorados por conta da pandemia e que correm risco de falência. 

Não é bem o perfil de empresa que está listada na bolsa, afinal os principais afetados foram bares, restaurantes e agências de viagens.

As empresas do tipo C são as empresas que tiveram a sua capacidade de geração de valor impactada no curto prazo, mas que apresentam a resiliência necessária para seguir de pé. 

Apesar de profundamente impactadas, essas empresas poderão gerar mais valor no futuro caso se adaptem à nova conjuntura.

Os shoppings podem estar inseridos nessa condição, mas somente as empresas de melhor qualidade devem ter capacidade de adaptação.

Aqui pode haver valor a ser demonstrado, mas são casos que envolvem mais risco, principalmente para o investidor iniciante. 

Perceba que as empresas do tipo D há muito risco e pouco potencial de retorno, ao passo que as empresas do tipo C é possível encontrar algum potencial com um risco elevado proporcionalmente.

Vamos focar em casos mais consistentes, as empresas do tipo A e B.

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As empresas do tipo B são impactadas pelo choque de curto prazo, assim como quase todas as companhias dos demais grupos, mas que preservam suas capacidades de geração de valor no longo prazo. 

Daria para incluir bancos, empresas de energia elétrica e saneamento, assim como empresas ligadas a venda de alimentos ou insumos industriais básicos em minha visão.

As empresas do tipo A ampliarão sua capacidade de geração de valor no longo prazo se comparadas com suas trajetórias pré-pandemia, principalmente por possuírem uma forte combinação de 3 fatores a saber: boas pessoas na gestão, inserção digital forte e resiliência financeira.

Nesse sentido, mais do que nunca é importante você buscar empresas dos tipos A e B para fazerem parte do seu portfólio.

Mas como?

A primeira opção mais fácil é buscar por empresas boas e de qualidade inquestionável, com os fundamentos preservados, geralmente mais associadas ao tipo B

Buscar por ações do tipo A é mais complicado, muitas vezes porque o valor das empresas em questão pode estar escondido.

Não são cases óbvios.

Se você se depara com uma empresa do tipo A e não há nenhuma dúvida quanto a classificação que ela se insere, o jogo pode ser um pouco mais perigoso, já que são empresas em que você necessariamente terá que pagar um preço salgado para se tornar sócio, a exemplo de Weg (WEGE3), B3 (B3SA3), Magalu (MGLU3), Xp, BTG Pactual (BPAC11) e afins.

De toda maneira, é preferível pagar caro por empresas do tipo A do que pagar barato por empresas do tipo D.

No longo prazo, são as empresas melhores que contam a história do seu portfólio.

Da sua parte você deve manter o foco na consistência dos aportes, na diversificação por classes de ativos e na boa escolha desses ativos.

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