A contar do ano 2001 que marca a entrada do século XXI, ainda não tínhamos visto a bolsa de valores brasileira marcar um Índice de Preço/Lucro tão reduzido.

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No início do mês de dezembro chegamos a bater a marca de 6x lucros.

Nunca vimos esse indicador tão baixo.

Nem na eleição de Lula, nem na quebra do Lehman Brothers, nem no pré-impeachment da Dilma, tampouco no estouro da pandemia em março de 2020.

Por essa ótica, poderíamos afirmar que não tínhamos visto a bolsa tão barata no século XXI e, por conta disso, a retórica nos permitiria dizer que essa é a oportunidade do século.

Retóricas à parte, exagero ou não, em todas as outras oportunidades que a bolsa brasileira chegou nesse nível, houve um processo intenso de alta subsequente.

O leitor mais crítico até pode alegar que “dessa vez é diferente” e que não há saída para crise, mas essa mesma sensação era quase que unânime nas outras situações.

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Repito o que falei semana passada: o fato de não vermos saída para a crise não é um sinal de que essa saída não exista.

Fomos a pior bolsa do mundo em 2021, perdendo apenas para a bolsa venezuelana.

E hoje a bolsa brasileira carrega muito potencial de ganhos não porque estamos bem ou porque vamos melhorar em breve, mas sim porque os preços atuais estão bastante abaixo da nossa mediocridade habitual.

É a tal da “regressão às médias”.

Um aluno nota 1 que melhora para nota 3 continua ruim, mas seu desempenho triplicou.

Simples assim e talvez seja assim que devemos olhar para nós mesmos.

Parece haver um peso superestimado com as eleições, haja vista que qualquer candidato que venha a ser eleito precisará de governabilidade.

Não estou falando da baixaria que será proferida no palanque. Estou falando de medidas de um governo.

Algum compromisso reformista em maior ou menor grau terá de ser pactuado e isso será feito não porque os candidatos são bonzinhos ou preocupados com o Brasil, mas porque precisam disso para sua própria sobrevivência política.

Enquanto isso, os resultados do 3 trimestre vieram bons, tivemos um ano de pagamento recorde de dividendos.

O Banco Central já deu sua sinalização mais agressiva e nessa segunda-feira (13), pela primeira vez em 29 semanas, o Boletim Focus reduziu as projeções para inflação de 2021 e 2022.

As expectativas do mercado financeiro parecem ter sido ancoradas e podemos ter encontrado o limite da nossa curva de juros.

Obviamente não quero dizer que isso não possa piorar marginalmente em algum momento, mas pensando de maneira probabilística, a assimetria parece favorável e isso implicaria positivamente nos valuations das empresas listadas.

Com isso dito, reforço que não precisamos estar certos, mas sim se expor aos riscos da melhor maneira diante da matriz de probabilidades que se apresenta à nossa frente.

Dado os cenários possíveis e os preços atuais, não ter ações da bolsa brasileira agora pode significar ficar de fora do início de um processo de valorização intenso nos próximos 18 meses.

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