A explosão de IPOs na B3, a bolsa de valores brasileira, é apontada como uma das responsáveis pelo aumento do segmento “private” e criação de novos bilionários.
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Mesmo com a crise causada pela pandemia de coronavírus, os segmentos de altíssima renda dos bancos e corretoras do país não têm do que reclamar do ano que passou.
Na XP Private, braço de clientes milionários do grupo XP, o número de clientes do segmento saltou 30% em 2020 para um total de 6 mil contas.
O dinheiro total aplicado nessas contas mais que dobrou, saindo de R$ 91 bilhões no fim de 2019 para R$ 228 bilhões ao fim de 2020.
O crescimento foi visto também no resto do mercado.
De acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o volume de capital investido nos segmentos de alta renda avançou 13% em 2020.
São R$ 1,5 trilhão, o equivalente a cerca de 20% do PIB do Brasil.
O segmento chamado de “private” é a ala das instituições financeiras destinadas aos clientes com maior poder aquisitivo, com serviços e produtos exclusivos.
Em geral, é preciso de pelo menos R$ 3 milhões em investimentos para ser considerado “private”.
Na XP, o piso de entrada é de R$ 10 milhões, mas a média atual na conta de cada um dos clientes está em R$ 38 milhões.
Para o chefe global da XP Private, Beny Podlubny, o crescimento desse segmento e do número de milionários no Brasil tem uma razão particular: a explosão de aberturas de capital e ofertas de ações na bolsa de valores.
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IPOs geram liquidez e riqueza
Em entrevista para a CNN Brasil, o chefe global da XP Private, Beny Podlubny, cita o grande volume de IPOs no ano passado e desse ano como um dos responsáveis pelo crescimento do segmento private na XP.
Segundo ele:
"Há uma parte grande do nosso crescimento que é rouba-monte, clientes de outras instituição que trouxemos para cá. Mas há uma segunda parte que é dinheiro novo, gerado basicamente por esse volume enorme de IPOs que está acontecendo. Eles geram liquidez, geram riqueza."
IPO é a oferta pública inicial de ações, o processo pelo qual as empresas listam suas ações na bolsa de valores.
A abertura de capital ajuda as empresas a se capitalizarem e conseguirem financiar sua expansão.
Na prática, os sócios cedem uma parte da empresa a investidores em troca de dinheiro. Logo, quem compra uma ação se torna sócio do negócio.
O capital levantado no IPO vai tanto para o bolso dos controladores, que possivelmente se tornam milionários, e para o caixa da empresa.
Esse processo desencadeia uma sucessão de investimentos e aquisições que, por sua vez, vai gerar outros milionários.
"É dinheiro que entra no caixa da empresa ou no bolso do empresário. E todo dia tem um novo IPO acontecendo. O que significa que todo dia tem dezenas de novos clientes private para entrar no mercado. É uma nova geração inteira de investidores. É um ciclo virtuoso de geração de liquidez", diz Podlubny.
2021 já soma 13 IPOs e outras 31 empresas na fila para entrar na Bolsa
O mercado de ações brasileiro começou 2021 seguindo o movimento de IPOs iniciado no ano passado.
Desde o começo do ano, 13 companhias já fizeram sua oferta inicial de ações e há, pelo menos, outras 31 aguardando autorização para também estrear na B3.
Em 2020, a B3 registrou 28 IPOs e 25 ofertas subsequentes, totalizando 53 operações.
Foi o maior número desde 2007, quando foram registradas 64 ofertas iniciais de ações.
IPOs deve continuar onda iniciada em 2020
Na visão dos analistas, a tendência é que o mercado de IPOs continue aquecido ao longo de 2021 com perspectiva de novas empresas entrando na fila de espera.
Em cenário de juros baixos, com a Selic em sua mínima histórica, de 2% ao ano, o retorno da renda fixa se torna pouco atrativo.
Em busca de maior rentabilidade, os investidores se sentiram atraídos pela bolsa de valores para multiplicar e proteger o seu patrimônio.
No final de janeiro, o número de CPFs ativos na B3 chegou a 3,3 milhões.
Esse ambiente também acaba atraindo mais empresas para a bolsa de valores e outros tipos de emissões de títulos por meio do mercado financeiro.
Para elas, é uma forma alternativa de se financiar, sem precisar pegar dinheiro emprestado em um banco, por exemplo.
Para Beny Podlubny, da XP Private, a onda de IPOs continua em 2021. “Há quase que um IPO por dia acontecendo, e ainda há muita liquidez nova a ser gerada."
IPOs de 2021 na B3 e valor movimentado
1. CSN Mineração (CMIN3): R$ 1,370 bilhão
2. Eletromidia (ELMD3): R$ 700 milhões
3. Orizon Valorização de Resíduos (ORVR3): R$ 381,4 milhões
4. Oceanpact Serviços Marítimos (OPCT3): R$ 919,9 milhões
5. Westwing Comércio Varejista (WEST3): R$ 430,3 milhões
6. Cruzeiro do Sul Educacional (CSED3): R$ 1,071 bilhão
7. Bemobi Mobile Tech (BMOB3): R$ 1.094 bilhão
8. Focus Energia Holding Participações (POWE3): R$ 765 milhões
9. Jalles Machado (JALL3): R$ 590,2 milhões
10. Mobly (MBLY3): R$ 777,8 milhões
11. Mosaico Tecnologia ao Consumidor (MOSI3): R$ 578,6 milhões
12. Intelbras (INTB3): R$ 724,5 milhões
13 MPM Corpóreos (ESPA3): R$ 1,2 bilhão
Empresas com pedido de IPO em análise
Ao menos 31 empresas dos mais diversos setores estão com pedido de IPO em análise. São elas:
1. Kallas Incorporações e Construções
4. CFL Inc Par
5. Urba Desenvolvimento Urbano
10. Estok Comércio e Representações
11. Paschoalotto Serviços Financeiros
12. Grupo Uni.co
13. Oleoplan - Óleos Vegetais Planalto
15. CTC - Centro de Tecnologia Canavieira
17. Vittia Fertilizantes e Biológicos
18. Cortel Holding
19. Kalunga
20. Iguá Saneamento
24. CM Hospitalar
25. Nadir Figueiredo
27. LG Informática
28. Nova Harmonia
29. Privalia Brasil
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Retorno das ações das empresas estreantes em 2020
De acordo com levantamento da Economatica, as empresas estreantes têm um histórico de valorização acima do Ibovespa nos primeiros meses de negociação.
Porém, há também casos de forte baixa no valor das ações.
Entre as 28 empresas que fizeram IPO no ano passado, 16 acumulam alta no preço das ações desde a oferta inicial até o dia 12 de fevereiro, data da análise.
A maior alta é da Locaweb (LWSA3), com 577%. Já a maior queda foi a da ação da Moura (MDNE3), com -45,53%.
Segundo a Economatica, a valorização média no valor dos papéis das 28 empresas desde o IPO foi de 43,12%, enquanto o Ibovespa teve alta de 2,92% em 2020.
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