Resolvi entender o racional por trás dos investidores insistirem em comprar as ações OIBR3.

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Bom, a maioria nem sabe o porquê está comprando, apenas seguiram a "dica" de um amigo. 

Isso é perigoso!

Na busca por um racional coerente, me esbarrei em uma turma qualificada para conversar e entender os motivos da paixão pela OIBR3.

As conversas foram bem interessantes. 

Após os pontos descritos, busquei as informações para consolidar minha interpretação sobre os fatos. 

A Oi está passando por um momento transicional. 

Essa circunstância intensifica a relação risco x retorno. 

Existe alguns tipos de riscos no investimento que são altos, a própria agência de risco Standard & Poor’s rebaixou seu rating com risco de crédito, por outro lado pode haver grandes ganhos se certos gatilhos forem ativados.

Para avaliar a situação da OIBR3, não adianta abrir nossa ferramenta para analisar os fundamentos. 

Eles são horríveis! 

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Imagine que você viajou em um Ford Fusion durante muito tempo, mas no meio do caminho começou a dar problemas mecânicos, tornando o carro mais lento. 

À medida que os quilômetros passam, você olha para o retrovisor e percebia que peças do Fusion caiam na estrada...  

Até que em determinado momento, você cansou dessa situação. Resolveu parar no acostamento e trocar de carro. 

Dirigindo o novo carro, não vai adiantar olhar o retrovisor e enxergar as peças espalhadas do Fusion para determinar como será sua viagem no restante da estrada. Afinal, você trocou de carro.

Com a OIBR3 é necessário enxergar as expectativas daqui para frente, o passado não irá servir. 

Em 2020 houve troca do management da empresa.

O atual presidente é o Rodrigo Modesto de Abreu e a CFO é a Camille Loyo Faria, ambos com muita bagagem profissional e expertise no segmento. 

A Oi do passado deixou uma dívida líquida gigantesca, cerca de 18 bilhões de reais.

A solução da empresa para reduzir esse risco é através da venda de ativos não essenciais (torres por exemplo). 

Ela poderá levantar 25 bilhões de reais com a venda desses ativos. Mas para acontecerem essas vendas, não podemos esquecer que na outra ponta deve haver compradores.

Então dois pontos importantes: essa venda de ativos precisa ocorrer e ela precisa ocorrer em tempo hábil.  

Após as vendas dos ativos, após a reestruturação das dívidas, o foco da Oi será exclusivamente fibra ótica. 

O setor está crescendo no Brasil e a Oi já tem os dutos prontos. 

E é neste ponto que os olhos dos investidores começam a brilhar.

Se a empresa "zerar" suas dívidas e começar a acelerar seu novo (mas nem tão novo) core business, será como se a OI estivesse começando do zero e com muito potencial de crescimento, visto setor, expertise e estrutura já preparada para fibra ótica.

Mas o caminho tem seus obstáculos…

A confiança na empresa está cada vez menor, muito embora os novos gestores tenham ajudado a trazer um pouco mais de credibilidade.

A Oi é o legítimo caso de uma empresa com CNPJ ruim e CPFs bons…

A questão é quem vai roubar a reputação de quem no final da história.

Eu sempre bato na tecla que por trás das empresas e dos números existem pessoas e elas podem tomar decisões positivas ou negativas frente ao negócio. 

E a atual dupla formada por trás da Oi tem farinha no saco para tomar decisões efetivas e assertivas.

Eles conseguiram destravar uma venda de um ativo na Angola que poucos acreditavam que seria possível. 

Me refiro a participação na Unitel.

Receberam 1 bilhão de dólares! 

Esse recurso resolve os problemas da Oi? Não, nem perto disso. Mas demonstram a eficiência dos novos gestores.

Além disso, sob a nova gestão, a Oi conseguiu 1 milhão de novos clientes em 2020, pagando em média 85 reais por mês em fibra rápida. 

Detalhe, isso ocorreu em meio a pandemia. 

Em Abril ela superou as vendas de seu maior concorrente.

De fato, é animador ver esse desempenho. 

Nessa nova realidade do mundo e principalmente do Brasil, o serviço de fibra ótica será tão essencial quando água e luz. 

A Oi pretende investir 10 bilhões de reais nos próximos 3 anos em fibras, sem gerar dívidas, evitando voltar a patamares frustrantes como o atual.

Em relação aos resultados do 1T2020, ela entregou o que já era esperado: um grande prejuízo na casa dos 6 bilhões de reais.

Boa parte do prejuízo foi decorrente da grande participação da dívida em dólar

Neste momento a Oi tem uma nova proposta de recuperação que deve ser aprovada pelos credores. Não vejo grandes dificuldades neste ponto.

Pois os credores não têm muitas alternativas, de alguma maneira eles querem recuperar seus investimentos.

Basicamente a tese de investimentos dos "compradores" das ações de Oi se sustentam nas questões acima abordadas. 

Se tudo der certo, as ações da OIBR3 podem atingir a Lua, por outro lado existe uma possibilidade que não é pequena, de não dar certo. 

Será que vale essa relação risco x retorno?

Será que os astros irão se alinhar para que tudo que é necessário para a virada da empresa, aconteça de fato?

São muitas variáveis no meio do caminho...

Se você acredita e compra ações da Oi, por favor, que seja com uma fração pequena do seu capital.

Toda empresa em turnaround agrega muito risco a carteira. 

Por mais que eu busque as maiores distorções do mercado e esteja admirando a nova gestão, não tenho ações da OIBR3.

Gosto de investir em empresas com maior grau de previsibilidade e, na Oi, previsibilidade é algo que não temos.

Fico de longe torcendo pelo sucesso do negócio.
As ações que integram o Canal Joias da Bolsa estão em uma situação bem mais confortável.

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