O diretor-presidente da Oi (OIBR3), Rodrigo Abreu, afirmou nesta terça-feira (22) que a companhia deve investir R$ 10 bilhões nos próximos quatro anos no serviço de telefonia fixa baseado em cabos de cobre.

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Em seminário virtual promovido pela Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), o executivo classificou esses investimentos como “não produtivos” e acrescentou que, em muitos casos, a prestação do serviço de telefonia fixa é inviável economicamente.

“A nossa proposta, que nós estamos advogando, é a do chamado modelo de ‘carrier of last resort’, ou seja, ter obrigações onde não existem outras alternativas”, defendeu ele durante participação.

Segundo o executivo, esses investimentos não produtivos estão sendo realizados com recursos escassos.

“Existe uma inviabilidade econômica do serviço em muitos casos. O valor da tarifa para alcançar o ‘break-even’ [equilíbrio] da telefonia fixa seria no nosso caso um valor superior a R$ 100, maior do que um pacote básico de fibra hoje" disse.

"E os valores de investimento que são previstos para os próximos quatro anos, que são perdas próximas de R$ 10 bilhões".

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"R$ 10 bilhões poderiam ser suficientes para fazer investimentos produtivos de altíssima importância para o país, como expansão de fibra e aumento da cobertura 4G e 5G, até mesmo oferta a clientes de soluções alternativas, e isto tudo está sendo direcionado hoje para investimento não produtivo em cobre”, disse o executivo.

Abreu destacou também que, para cada real que as operadoras de telecomunicações gastarem com licenças para prestação de serviços 5G, um real deixará de ser investido em infraestrutura móvel de quinta geração.

Ele e outros participantes do evento defenderam que o leilão de 5G previsto para o próximo ano não deve ter viés arrecadatório.

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“Se você tem um retorno fixo, cada real a mais que você para pela licença é um real a menos que você investe”, sustentou o diretor-presidente da Oi.

Com relação ao compartilhamento de infraestrutura, Abreu argumentou que não faz sentido do ponto de vista econômico-financeiro a construção de diferentes redes de suporte para o tráfego de dados em paralelo.

“Se você imaginar as pequenas operadoras ao longo do país, centenas de operadoras implantando infraestrutura de conexão, de transporte [de dados], de maneira descentralizada, paralela. Não faz sentido... O modelo de compartilhamento de infraestrutura de suporte também vai ser muito crítico”, disse.

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Fonte: Valor Econômico