Período de Lock-up é a nova trava no IPO (Initial Public Offer) para reduzir a volatilidade do preço das ações nos primeiros dias de negociação na bolsa de valores.

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O Lock-up nas ofertas de ações é uma cláusula presente nos prospectos e agora utilizada para o investidor pessoa física.

O mecanismo serve para proteger as empresas que abrem capital da especulação dos investidores

Estima-se que metade das pessoas físicas que entram em IPOs (oferta pública inicial de ações) praticam a flipagem, ou seja, vendem os papéis logo no primeiro dia de negociação buscando lucrar com sua valorização.

Esse movimento causa maior oscilação e pode derrubar a cotação das ações logo na estreia na bolsa de valores.

Com a distribuição obrigatória de, no mínimo, 10% da oferta para pessoas físicas, o caminho encontrado foi ampliar o uso do lock-up.

Conheça o que é o período Lock-up e as vantagens e desvantagens de limitar a negociação dos papéis.

O que é o Período de Lock-up no IPO?

O Lock-up ou bloqueio de negociação de ações impede a venda dos papéis ou qualquer outro tipo de transação que condicione sua troca por um período pré-definido.

Assim, o comprador é obrigado a manter suas ações por um tempo mínimo antes de vendê-la.

O período de lock-up é uma previsão contratual que já era utilizada para pessoas ligadas às empresas que estavam fazendo as ofertas públicas iniciais.

A diferença é que agora a cláusula é usada para o investidor pessoa física.

Em muitos IPOs recentes o investidor de varejo precisou escolher se aceitava ou não um período de carência antes de poder negociar livremente suas ações no mercado.

A empresa que está oferecendo suas ações no mercado pode lançar duas modalidades de IPO: com ou sem lock-up.

Durante a reserva das ações, o investidor precisa escolher se deseja entrar na oferta com ou sem o bloqueio.

Quem aceita a restrição tem prioridade na alocação dos papéis e, caso a demanda seja alta, sofre um rateio menor.

Um exemplo foi o IPO de Vivara  (VIVA3) que tinha um lock-up de 45 dias, portanto, as ações dessa modalidade só poderiam ser negociadas depois de 45 dias.

Objetivo do Período de Lock-up

O principal objetivo do mecanismo de lock-up é evitar a especulação das ações nos primeiros dias de oferta, estratégia conhecida como Flip.

A “flipagem” é uma estratégia onde os investidores que participam do IPO vendem o papel no dia da abertura do mercado.

Buscando assim lucrar com a valorização dos papéis que costuma ocorrer durante as primeiras horas da negociação.

Ao aplicar o período de lock-up se evitaria uma excessiva venda das ações e possível queda nos seus preços.

A proibição da venda das ações por determinado tempo reduz a volatilidade dos papéis nos primeiros dias.

Além de premiar o investidor que não tem o perfil fliper com a prioridade na alocação dos papéis.

Vantagens de aderir ao Lock-up

A grande vantagem para o investidor que ficar com o papel em carteira, sem poder negociá-lo por um período, é receber prioridade na demanda do IPO.

Investidores que aderirem ao IPO com lock-up terão suas reservas atendidas prioritariamente, e poderão ficar com a maior parte da oferta.

Já aqueles que não aderirem ao lock up, poderão negociar as ações normalmente no primeiro dia de abertura dos negócios, porém, correm o risco de ficar com menos ações.

Em tese, a cláusula de lock-up é benéfica para o mercado, pois contribui para reduzir a “flipagem” e incentivar o investidor a ter uma visão de longo prazo na Bolsa.

Com essa regra, há maiores chances de estabilidade no valor do papel, impedindo que o preço no IPO caia demais e o investidor pessoa física perca dinheiro. 

Desvantagens de aderir ao Lock-up

Se por um lado o objetivo do lock-up é desenvolver o mercado, por outro, a limitação do direito de comprar e vender ações pode ter o efeito exatamente oposto.

Para muitos especialistas, o lock-up pode dificultar ainda mais as pessoas físicas, que já têm uma participação muito pequena na Bolsa de Valores.

O investidor individual já sai em desvantagem em uma oferta pública inicial de ações por não ter acesso aos executivos das empresas e as reuniões para apresentar planos e resultados.

Assim, o período de lock-up criaria mais uma desvantagem.

Já que o investidor pessoa física fica vulnerável no caso de acontecer alguma coisa com a empresa.

Seja por falta de informações, que não teve acesso no processo de oferta, ou outro fator que façam as ações se desvalorizarem.

Nesse caso o investidor não poderá fazer nada, por conta da cláusula que assumiu de não vender as ações.

Um erro comum que muitos investidores cometem é olhar mais para o preço da ação do que para os fundamentos da empresa.

Nesse caso, investidores desavisados poderão sofrer prejuízos ainda maiores, por se deixar levar pela falsa impressão de estabilidade causada pela manutenção dos preços das ações.

Porém, quando o mercado se der conta de que a empresa não é o que parecia ser, pode ser tarde demais.

Outro risco do período de lock-up é que ele apenas adie a volatilidade dos papéis para o fim do período de carência.

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IPOs com período de Lock-up

A cláusula de lock-up foi utilizada primeiramente em follow-on, oferta subsequente de ações de uma empresa que já tem o capital aberto.

Ações da Petrobras (PETR4) que estavam com a Caixa Econômica foram as primeiras.

Em sua oferta pública, 2% do total de ações foi vendida com lock-up de 45 dias.

Depois foi a vez do IPO da rede de joias Vivara (VIVA3), as ações com lock-up foram divididas em 45 dias e 120 dias de trava.

No IPO do BMG (BMGB4), o uso de lock-up contemplou 3,08% do total das ações com prazo único de 45 dias.

Outros IPOs que que se sucederam também tiveram a opção de lock-up, como o da Priner (PRNR3) e Locaweb (LWSA3).

IPO com Lock-up Vale a Pena?

O lock-up nas ofertas de ações é um assunto ainda controverso no mercado.

Quem vê o emprego da “trava” como algo positivo por afastar os especuladores que vendem ações no primeiro dia de negociação.

E consequentemente, priorizar por investidores com interesse em se posicionar na empresa no longo prazo.

Os investidores que optarem pelo lock-up tem como vantagem a prioridade na demanda de ações.

No entanto, esse mecanismo só funciona se houver grande demanda de pessoas físicas no IPO.

Para quem vê a cláusula como algo negativo, alega que ela só se destina a investidores pessoa física que optarem por ele e isenta investidores institucionais.

Em um ponto em comum, tanto quem é contra quanto quem é a favor, é que como ainda é uma novidade, é preciso esperar pelos resultados.

O ideal ao participar de um IPO é estar atento a todas as restrições envolvidas e riscos envolvidos.

Bem como analisar o máximo possível os fundamentos da empresa, pois companhias boas continuarão gerando rendimentos ao longo dos anos.

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