O Hedge de carteira permite que os riscos dos investimentos sejam amenizados e as oscilações não afetem tão profundamente seus investimentos, mesmo em momentos de incerteza do mercado.

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Manter a calma e investir na crise é mais fácil para quem se preparou para um possível cenário adverso.

A economia é cíclica e a renda variável alterna períodos de Bull e Bear Market.

Mesmo não podendo prever com exatidão, mais cedo ou mais tarde as crises acontecem e é preciso estar preparado para esses momentos.

As operações de Hedge de Carteira são instrumentos para proteger o patrimônio e performar bem mesmo em períodos de maiores instabilidades.

De forma geral, hedge é um mecanismo de proteção da carteira de ações contra as oscilações do mercado.

Com as estratégias de controle de risco certas é possível amenizar as possibilidades de perda e investir com menos riscos.

“Regra número 1: nunca perca dinheiro. Regra número 2: nunca se esqueça da regra número 1.” – Warren Buffett

Neste post você vai saber o que é hedge e como utilizá-lo para investir com mais segurança:

  • O que é hedge;
  • Tipos de hedge;
  • Como fazer hedge na carteira de ações.

Veja como fazer alocação de ativos para proteger a carteira e ganhar dinheiro nas crises.

O que é Hedge?

Hedge pode ser traduzido, como cobertura. Em termos financeiros, é uma ferramenta de proteção contra as oscilações do mercado financeiro.

Essa estratégia reduz o risco de possíveis perdas em cenários de bear market, nos quais há grandes variações dos preços dos ativos de renda variável.

Hedge não é investimento, é uma reserva de valor. Ou seja, visa conservar e proteger o patrimônio em momentos de instabilidade.

No mercado financeiro essa proteção é bastante utilizada por fundos de investimentos, empresas e pelo investidor pessoa física para se proteger do risco do mercado.

A prática surgiu no século XIX, como forma de fixar os preços das commodities a fim de limitar o risco dos produtores agrícolas.

Dessa forma, eles podiam garantir a compra e venda dos produtos a valores mais justos no futuro, independentemente da alta ou baixa da Bolsa de Valores.

Naquela época, a estratégia ficou conhecida como "cerca e limite", para depois de estender pelo mercado financeiro como hedge (proteção).

Tipos de Hedge do Mercado Financeiro

A estratégia de hedge pode ser aplicada para a proteção de investimentos em diferentes ativos.

Cada tipo de hedge faz referência ao tipo de ativo a ser protegido, com seu objetivo e funcionamento diferenciado.

Por isso, é importante conhecer os fatores que impactam na variação do preço tanto do ativo quanto do hedge.

Veja os diferentes tipos de hedge e como funcionam. 

Hedge em commodities

O precursor dos mecanismos de proteção e ainda hoje o mais comum é o hedge em commodities.

Ele funciona a partir de contratos futuros, nos quais é fixado um preço que só será pago futuramente para compra ou venda de determinada commodity.

O objetivo é evitar os riscos da movimentação de oferta e demanda, assim como eventos naturais ou pressões internacionais possam afetar os preços do mercado.

Esse tipo de hedge é muito utilizado no mercado agropecuário para proteger os produtores de algum evento inesperado.

Basicamente, o produtor de commodities fixa uma cotação que considera justa para vender os seus produtos em datas futuras. 

Sem o hedge, a escassez da commodity causaria o aumento do seu preço. Enquanto a maior disponibilidade baixaria seus preços. 

Hedge cambial

O hedge cambial é utilizado para anular o risco cambial de determinado ativo ou operação.

É muito utilizado por empresas exportadoras e importadoras que desejam fixar o valor da moeda.

Investidores do mercado financeiro a utilizam como forma de proteção contra períodos ruins da economia do país.

Dessa forma, possuir recursos em uma moeda mais forte do que a brasileira oferece maior segurança para o capital.

O dólar possui um comportamento histórico descorrelacionado dos ativos de risco do mercado brasileiro. Isso justifica sua valorização em momentos de incerteza.

Valorização do Ibovespa x Dólar
Gráfico: rentabilidade Ibovespa vs dólar americano em 2019 a 2020. Fonte: Investing.com

O investimento em dólar é fundamentado na compra e venda da moeda estrangeira ou de ativos com preço em dólar.

A compra do dólar em espécie é a forma mais simples do hedge cambial.

Esta é uma opção interessante para se proteger de oscilações do papel especialmente para viagens ou compras futuras em dólar.

Além da compra da moeda em espécie é possível também:

  • Negociar contratos e minicontratos futuros: no hedge cambial em contrato futuro o investidor adquire o direito de comprar ou vender a moeda em um momento futuro, a um determinado preço;
  • Aplicar em fundos cambiais: este tipo de fundo de investimento investe ao menos 80% em ativos atrelados à variação do câmbio;
  • Conquistar o direito de comprar a moeda no futuro: as opções de compra de moeda são formas de garantir a compra do dólar pelo preço de mercado no dia da contratação.

Hedge natural

O hedge natural é uma proteção indireta na qual o investidor não precisa tomar nenhuma ação para se proteger da variação no preço de algum ativo.

Ele é muito comum em ações de companhias exportadoras, que operam ou têm ativos em dólar.

Em um cenário de desvalorização do real, as ações dessas empresas tendem a se valorizar, pois sua receita é constituída através de recebimentos em moeda estrangeira.

Na situação oposta, mesmo com uma valorização do real, as quedas também tendem a ser menores quando comparadas com empresas que só dependem da moeda nacional.

Afinal, moedas como dólar e euro, são mais fortes e mesmo que caiam, continuam superiores ao real. 

Hedge em ações

O hedge de ações visa evitar que grandes prejuízos com a volatilidade dos papéis na Bolsa de Valores afete os seus investimentos de forma muito negativa.

Essa estratégia de proteção pode ser feita comprando opções de ações, investindo em índices que são beneficiados com a movimentação do mercado ou simplesmente diversificando a carteira.

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Como Fazer Hedge da Carteira de Ações

O hedge da carteira de investimentos pode ser feito de diversas maneiras como contratos futuros, opções, swaps, mas principalmente a partir de uma boa alocação de ativos.

A estratégia de hedge consiste em realizar determinado investimento com o objetivo específico de reduzir ou eliminar o risco de outro investimento.

A diversificação da carteira busca compensar perdas de alguns ativos com os ganhos em outros.

Dessa forma, é possível proteger os investimentos a partir dela, uma vez que reduz o risco e a volatilidade da carteira.

Além de mais simples, o hedge com diversificação pode ser, inclusive, mais prudente.

No entanto, para ser efetivo, ela deve ir além das ações

Classes de ativos como títulos de renda fixa, commodities, moedas e imóveis compõem uma boa alocação.

Destes, ouro e dólar são dois ativos que se destacam como hedge de carteira.

Diversificação

O hedge a partir da diversificação vai além de aumentar o número papéis na carteira. Sua estratégia consiste em comprar ativos que tenham baixa correlação.

Ou seja, realizar investimentos em ativos de setores distintos e que não tenham tanta semelhança.

Assim, é possível reduzir os impactos negativos. Uma vez que a crise em determinado setor não teria um peso tão grande no rendimento total da carteira.

A diversificação é a forma mais simples de se proteger contra o risco do mercado e provavelmente o mais indicado para pequenos investidores ou iniciantes

Esse tipo de hedge não implica na necessidade de entrada no mercado futuro ou de opções. 

Investir em ações que pagam dividendos também é uma maneira de proteger o portfólio. 

Ao reinvestir os dividendos, o poder dos juros compostos são responsáveis por uma parcela significativa do retorno total da ação. 

Mesmo com os mercados estão em queda, possuir na carteira ações de empresas boas pagadoras de dividendos geralmente resulta em menor volatilidade.

Outra alternativa interessante para diversificar os investimentos em renda variável com pouco dinheiro são os fundos de investimentos.

Mas nem todos os fundos de investimento servem como estratégia de hedge.

Para proteção da carteira, evite aqueles fundos que se concentram em ativos de um setor específico.

Um tipo de fundo que tem maior liberdade são os fundos de hedge. Porém, ao contrário do o nome sugere, ele não busca necessariamente proteger o capital dos seus cotistas. 

Se por um lado sua flexibilidade possibilita lucrar independentemente da situação do mercado, por outro pode se expor a riscos maiores do que o normal.

Cabe ao investidor encontrar um fundo de investimento que combine com o seu perfil.

Com uma diversificação de investimentos você pode conseguir uma boa rentabilidade, mas para o hedge da carteira, alguns cuidados são necessários:

  • Evite ter em carteira ativos que tendem a subir ou descer ao mesmo tempo;
  • Invista em ativos descorrelacionados;
  • Evite investir em fundos de investimento de setores específicos;
  • Tenha uma carteira com ativos de diversas modalidades, como renda fixa, imóveis, commodities, ouro e dólar;

Ouro

O investimento em ouro é visto como um verdadeiro porto seguro, pois acomoda as fortes oscilações de outros investimentos em renda variável e compensa possíveis perdas em períodos de crise.

Além de não perder seu valor intrínseco, conservando seu poder de compra, o ouro se movimenta em sentido oposto às ações de empresas listadas em bolsas e os títulos de dívida. 

Em meio à pandemia de coronavírus, marcada por semanas de forte volatilidade e alta do índice do medo dos investidores (VIX), o ouro foi um dos poucos ativos que se valorizou.

Desde o começo de janeiro, o preço da grama do ouro teve uma valorização acumulada de 27% em 2020.

Investir em ouro é uma forma de proteção, sobretudo em períodos de crise na Bolsa.

Até hoje, o ouro é considerado como um dos ativos para seguros do mundo e se torna ainda mais atraente do que investir em dólar.

Em um cenário de instabilidade econômica, as moedas perdem força.  Já o ouro não pode ser inflado por nenhum Banco Central.

Sua relação de oferta e demanda mais controlada, uma vez que não é possível imprimir mais ouro, como é feito com as moedas. 

O investimento em ouro pode ser feito através de:

Por conta da dificuldade de armazenamento e perigo de roubos, as melhores alternativas ficam por conta de contratos e fundos de ouro.

Nos contratos, o investidor compra o ativo diretamente na bolsa de valores. O papel é negociado em lotes padrões, de 250 gramas, ou lotes fracionados, como o de 10 gramas. 

Os fundos de investimento em ouro são aplicações mais acessíveis, controladas por um gestor.

O fundo pode ser passivo, que compra o ouro e sofre as variações no preço, ou ativo, que compra e vende ouro de buscando rentabilidades maiores. 

Dólar 

Investir em dólar representa a segurança de ter uma reserva de valor em uma moeda mais forte do que a brasileira. 

Por ser um ativo que varia na direção oposta da bolsa de valores brasileira, possuir recursos no exterior serve como um amortecedor de prejuízo para cenários de crise.

Além da possibilidade de lucrar em cenários de alta do dólar.

As maneiras mais conhecidas para investir em dólar são:

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Hedge nos Investimentos Vale a Pena?

O hedge nos investimentos é recomendado para proteger a carteira de oscilações do mercado, principalmente em momentos de crise. 

O objetivo desse tipo de estratégia não é o lucro, mas sim, a preservação do patrimônio.

Com o hedge de carteira é possível reduzir os riscos do mercado acionário e evitar grandes perdas

De uma maneira geral, hedge significa proteção.

A forma mais simples de proteger o capital das oscilações do mercado financeiro é a alocação de ativos.

A diversificação possibilita controlar o risco da carteira ao investir em mercados que não estejam diretamente correlacionados e, portanto, não tendem a sofrer os impactos simultaneamente.

Entre os ativos considerados descorrelacionados encontramos o dólar, ouro, contratos futuros e as opções.

A intenção ao investir nesses ativos é diversificar se preparar contra incertezas políticas e crises financeiras. 

Lembre-se que, antes de investir é necessário conhecer seu perfil de investidor para fazer uma boa alocação de ativos e se expor a um nível adequado de risco.

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