Esquema Ponzi é um investimento fraudulento que promete retornos altos e constantes, mas que sempre falham no longo prazo. 

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Investir é a chave para fazer o dinheiro trabalhar para você e acelerar a acumulação de patrimônio.

Sabendo dessa vontade das pessoas de se tornarem mais ricas e prósperas, muitos golpistas acabam se aproveitando da situação.

Assim, por ingenuidade ou ganância, muitos acabam caindo no golpe e entrando em esquemas fraudulentos na esperança de ganhar muito dinheiro e rápido.

Esquema Ponzi é uma forma mais sofisticada de pirâmide financeira nas quais os criminosos roubam dinheiro dos investidores e mascaram a atividade com retornos atrativos.

Normalmente, o golpe financeiro só é descoberto quando os clientes tentam resgatar seu dinheiro.

Embora o esquema Ponzi original tenha desmoronado na década de 1920, essa prática continuou a se perpetuar e atingir as pessoas de várias muitas formas. 

Sabe aquelas oportunidades “imperdíveis” para entrar em uma operação financeira nova que rende 50% de lucro a cada 45 dias?

Depois começam os rumores que a tal operação é altamente arriscada.

Você tenta sacar o dinheiro pela primeira vez, mas não consegue. Depois, descobre que ninguém consegue sacar. Você caiu em um “esquema Ponzi”!

Para que esse exemplo hipotético não aconteça com você e ninguém à sua volta, conheça o que é esquema ponzi, como se proteger e as fraudes mais famosas e suas consequências.

O que é Esquema Ponzi

Os esquemas Ponzi são investimentos fraudulentos onde o investidor entrega seu dinheiro a um “gestor” na promessa de um alto retorno.

Porém, o dinheiro não é investido em nenhum ativo real. Os fundos são simplesmente transferidos dos clientes novos para os velhos.

Eventualmente, esses esquemas ficam insustentáveis, uma vez que não dá para continuar recrutando gente nova em número suficiente para pagar retornos aos antigos investidores. 

O primeiro a praticar esse golpe foi Charles Ponzi, em 1920. Já o esquema Ponzi mais famoso e também a maior fraude individual nos Estados Unidos foi orquestrado por Bernard Madoff durante duas décadas.

Características dos Esquemas Ponzi

Os esquemas Ponzi compartilham algumas características comuns como a alta visibilidade e a popularidade que os fazem parecer legítimos. 

Muitos desses golpistas usam de estratégias e vieses comportamentais, de modo a fazer com que os investidores insistam em participar.

Uma área bastante explorada é o medo que os investidores têm de perder uma “oportunidade de ouro”.

As principais características dos esquemas Ponzi são:

  • Garantia de retornos elevados com riscos baixos;
  • Investimentos não registrados;
  • Lucros consistentes, independentemente das condições do mercado;
  • Estratégia complicada de explicar ou não apresentada;
  • Investimento com poucas informações disponíveis para o investidor examinar.

Histórico dos Esquemas Ponzi Descobertos

Nos Estados Unidos, as autoridades estaduais e federais descobriram 60 supostos esquemas Ponzi no ano de 2019, com um total de US$ 3,25 bilhões em fundos de investidores.

Este é o maior valor desde 2010 e mais do que o dobro do valor de 2018, de acordo com dados do site Ponzitracker.

Apesar de ser um número alarmante, não é nada comparado ao descoberto durante a crise financeira de 2008.

Na época, as autoridades americanas encontraram 40 esquemas Ponzi com um total de US$ 23 bilhões de fundos.

Entre os casos com maiores perdas estão o de Bernard Madoff, que administrou o maior esquema Ponzi da história no valor de US$ 65 bilhões e milhares de investidores mundo afora.

O empresário Thomas Petters, que, em 2008, usou ordens de compra falsas e registros bancários falsos para persuadir os investidores a financiar supostas compras de eletrônicos, resultando em prejuízo de US$ 3,7 bilhões.

E Allen Stanford, presidente do Stanford Financial Group que, em 2009, acumulou US$ 8 bilhões em fraudes.

O golpista utilizava de supostos certificados de depósito lastreados por ativos sólidos e com retornos que superavam o mercado de forma consistente.

Segundo as autoridades toda a operação foi uma fraude que financiava o estilo de vida luxuoso de Stanford.

histórico dos esquemas ponzi nos estados unidos
Histórico dos esquemas Ponzi descobertos nos Estados Unidos. Fonte: CNBC

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Esquemas Ponzi Famosos

Os esquemas ponzi e pirâmides financeiras são mais comuns do que se imagina. Veja os maiores e mais chocantes golpes financeiros:

Charles Ponzi

Na década de 1920, o imigrante italiano Charles Ponzi atraiu milhares de investidores americanos com a promessa de um retorno de 50% em 90 dias.

O tal “investimento” consistia na arbitragem com cupons postais de resposta intencionais, os quais nunca adquiriu.

Ponzi usou os fundos que adquiriu para pagar alguns dos primeiros investidores. Em poucos meses, ele arrecadou US$ 20 milhões. 

O esquema desmoronou quando ele não conseguiu mais pagar os investidores posteriores. 

O governo o acusou de fraude postal e recebeu uma pena de cinco anos de prisão.

A fraude por ele inventada, recebeu o nome de "esquema Ponzi", o qual viria a ser replicado várias vezes na história por outros golpistas.

Depois de ser deportado para a Itália, Ponzi emigrou novamente, desta vez para o Brasil, onde viveu o resto da sua vida na miséria.

Lou Pearlman

Lou Pearlman, também conhecido por Big Poppa, foi um dos maiores e mais bem-sucedidos produtores musicais dos anos 90

Ficou conhecido por criar as bandas Backstreet Boys, N’Sync, LFO, além de descobrir Britney Spears.

Mas dar ao mundo as boy bands mais populares não era tudo que Pearlman pretendia. 

Paralelamente à bem-sucedida carreira de empresário musical, ele também projetou e administrou o maior golpe da sua vida.

Pearlman convenceu investidores a aportar dinheiro em duas empresas falsas, enganando os acionistas com documentos e recibos forjados.

Segundo investigações, o esquema arrecadou cerca de US$ 300 milhões de mil investidores.

Em 2007, Pearlman fugiu dos Estados Unidos. Após meses sumido foi preso em Bali, na Indonésia.  Extraditado para os Estados Unidos foi condenado a 25 anos de cadeia.

Reed Slatkin

Reed Slatkin co-fundou a EarthLink, provedor americano de serviços de Internet, em 1994. Esse foi o único empreendimento que realmente existiu.

Ainda no final dos anos 80 ele iniciou um esquema Ponzi por meio de um clube de investimento, o Reed Slatkin Investment Club, que prometia um retorno de 24%. 

Segundo ele, os investimentos consistiam em uma combinação de negociações de ações e investimentos em empresas iniciantes. 

Como o estouro da bolha de tecnologia, não conseguiu atender a onda de retiradas de clientes que o levou a declarar falência.

Slatkin roubou US$ 592 milhões de quase 800 pessoas. Foi considerado culpado de 15 acusações de fraude e sentenciado a 14 anos de prisão. 

Bernie Madoff

O corretor Bernie Madoff operou o maior esquema Ponzi da história

Por 20 anos, enganou investidores famosos e grandes instituições, que despejaram bilhões em sua "firma de investimentos". 

Porém, quando a crise financeira de 2008  fechou, não conseguiu mais sustentar o golpe quando os investidores tentaram sacar US $ 7 bilhões. 

Madoff roubou US$ 65 bilhões dos clientes. Foi condenado por 11 crimes e cumpre uma sentença de 150 anos de prisão.

Dona Branca

Maria Branca dos Santos, mais conhecida por Dona Branca, foi a famosa "Banqueira do Povo", uma agiota que causou um enorme escândalo financeiro nos anos 80 em Portugal.

Sua prática teve início nos anos 50, quando a economia do país estava fraca e a pobreza reinava.

Foi quando Dona Branca começou a oferecer uma espécie de “poupança”,  atribuindo juros de 10% a quem lhe confiasse as suas economias.

No entanto, o dinheiro que ela recebia não era investido e não rendia.

Ao invés disso, ela concedia empréstimos a juros elevados, o que permitiu a rápida expansão da sua fraude.

Todos recorriam à "Banqueira do Povo", seja para emprestar dinheiro ou para “investir”.

O esquema funcionou por décadas. Cada vez ela ficava mais conhecida e mais gente a procurava. Chegou a abrir escritórios pelo país e subornar autoridades para continuar com suas atividades.

O sucesso de Dona Branca alarmou o Governo e o Banco de Portugal. Foi quando o então Ministro das Finanças de Portugal, Ernâni Lopes, estrategicamente, foi à televisão advertir os portugueses.

Após seus métodos serem investigados e publicados, as pessoas foram atrás para reaver seu dinheiro. O resultado foi a prisão de Dona Branca.

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Esquemas Ponzi no Brasil

No Brasil também se viu vários esquemas desse tipo:

Boi Gordo

O mais famoso é o das Fazendas Reunidas Boi Gordo, fundo de investimento que prometia lucro com a suposta compra, engorda e abate de gado.

Quando na verdade, o esquema usava o dinheiro dos novos investidores para pagar os antigos.

Nos anos 1990, a empresa se posicionava como a união entre o homem do campo e o empresário da cidade. 

Afinal, ele criaria gado sem sujar os pés de terra com retornos de 40% em um ano e meio. Na época, o investimento em pecuária rendia cerca de 9% ao ano.

Paulo Roberto, presidente da empresa, aparecia bem vestido, dizia ser um empreendedor de sucesso no agribusiness, com mais de um século de tradição familiar na pecuária de corte.

O grupo empresarial Boi Gordo também se aproveitou da enorme audiência da novela “O Rei do Gado”, da TV Globo, e chamou até o protagonista da novela, Antônio Fagundes, para fazer os comerciais do fundo.

Em 2001 a empresa não tinha mais recursos para manter os resgates solicitados. A falência da empresa foi decretada em 2004.

Trinta mil investidores perderam aproximadamente R$ 3,9 bilhões. 

Atlas Quantum

Outro caso acusado de pirâmide financeira foi o da empresa de arbitragem financeira Atlas Quantum.

O negócio prometia lucros a partir de operações automáticas com Bitcoin. Um robô comprava Bitcoins por um valor menor e revendia por um valor maior, em questões de milissegundos.

O lucro prometido era de 60% ao ano, e realmente entregava.

Porém, a gestora de investimentos em criptomoedas não estava autorizada a operar pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza o mercado financeiro.

A Quantum foi obrigada a parar de operar, sob a ameaça de uma multa de R$ 100 mil por dia.

Assustados, os clientes começaram a solicitar o resgate, mas logo o dinheiro acabou e, em agosto de 2019, a empresa bloqueou as contas de seus investidores.

Na tentativa de receber o dinheiro de volta, os investidores entraram na justiça. Os processos chegam a quase R$ 1 milhão.

Avestruz Master

Entre 2003 e 2005, o grupo Avestruz Master oferecia contratos de compra e venda de filhotes de avestruz com compromisso de recompra dos animais para obtê-los quando estivessem adultos e comercializar a carne.

A promessa era de lucros altos em curto prazo.

Porém, uma investigação apontou várias irregularidades no negócio, tais como a emissão de títulos de investimento fraudulentos e a venda de aves acima do número existente.

A organização teria comercializado mais de 600 mil animais, mas na realidade, só possuía 38 mil.

Após a denúncia, a empresa, que tinha sede em Goiânia, fechou as portas e deixou milhares de investidores sem receber.

O Ministério Público Federal estima que o esquema prejudicou cerca de 50 mil pessoas em todo o Brasil, sendo cerca de 30 mil em Goiás, em valores superiores a R$ 1 bilhão.

TelexFree

O golpe da Telexfree se espalhou pelo mundo atraindo milhões de pessoas entre 2012 e 2014 utilizando o marketing multinível como fachada.

A Telexfree foi tudo ao mesmo tempo. O produto oferecido era um sistema de telefonia por internet (VoiP).

No Brasil, a empresa brasileira Ympactus Comercial se apresentava como filial da TelexFree americana, porém ela não tinha sede física nem a autorização da Anatel.

O “plano de negócios” oferecia lucros altos, fáceis e rápidos, em torno de 200% a 250% aos "divulgadores", que compram e revendem pacote de contas e "recrutam" novos revendedores.

Funcionava assim: para entrar no esquema era necessário fazer um “investimento inicial” de US$ 50, além de comprar os pacotes de contas, que custam a partir de US$ 289 para se tornar revendedor.

O representante deveria também tentar recrutar outras pessoas. Quanto mais recrutados, mais comissões.

Um caso clássico de pirâmide financeira que apontou não ser sustentável no longo prazo. Com o golpe a Telexfree arrecadou cerca de US$ 1,2 bilhão.

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Como se proteger dos golpes tipo esquemas Ponzi

O maior erro das vítimas de todos os esquemas Ponzi é colocar dinheiro em um investimento que não é totalmente compreendido, acreditando em retornos muito acima do mercado.

O próprio Bernard Madoff, que roubou  bilhões de suas vítimas, culpa suas vítimas, dizendo que se elas tivessem examinado o “investimento”, teriam visto que era impossível ganhar consistentemente o valor que ele entregava.

Para não cair em fraudes e golpes do tipo, atente-se as seguintes dicas e alertas:

  • Certifique-se de que seus ativos estejam “custodiados” ou mantidos em uma empresa legítima (e não em uma firma feita pelo corretor);
  • Se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é;
  • Desconfie de promessas de retornos altos e garantidos de “investimentos” com pouco ou nenhum risco;
  • Um retorno de investimento estático, especialmente durante mercados voláteis, sugere que os números podem ser artificiais;
  • Confirme se os corretores e gestores são registrados nos órgãos reguladores;
  • Faça uma pesquisa com o nome do corretor, gestor, investimento e verifique se há relatórios de fraudes anteriores. 

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