Bull Market indica que o mercado está otimista, em uma tendência de alta. Veja as melhores estratégias para estes momentos e as maiores altas do Ibovespa.

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O termo Bull Market ou “mercado de touro” é usado para designar um bom momento da renda variável, onde os preços dos ativos estão subindo.

Bull e Bear Market são duas expressões do inglês que revelam as tendências do mercado financeiro.

Já falamos do Bear Market a as maiores quedas da Bovespa. Hoje chegou a vez do touro.

Certamente você já viu o Touro de Wall Street ou Charging Bull como é chamado ("Touro em investida" em tradução livre).

A escultura do touro de bronze localizada Bowling Green, distrito financeiro de Nova York é considerada um símbolo de força e poder.

Mas o que o mercado de touro quer dizer e qual a melhor estratégia em um Bull Market?

No mercado de alta a maioria dos investidores se sente atraído pela valorização da Bolsa de Valores, mas somente o mercado de baixa revela os grandes investidores.

“A maioria das pessoas se interessam por ações quando todo mundo também está interessado. A hora de se interessar é quando ninguém mais está.” – Warren Buffett

Então, você está pronto para saber o que é Bull Market e qual a melhor estratégia para o mercado em alta?

Leia até o final e veja os maiores ciclos de alta da Bovespa.

O que é Bull Market

Bull Market significa mercado de alta e representa uma onda de otimismo do mercado e o aumento do preço das ações.

O termo é mais frequentemente usado para se referir ao mercado de ações, mas pode se referir a títulos, moedas, commodities ou o mercado financeiro como um todo.

As tendências do mercado de ações sofrem grande influência da confiança dos investidores no mercado e da economia nacional e mundial.

Assim, o adjetivo “bullish” se refere a um momento bom da economia e altas sucessivas dos ativos.

Como o Bull Market funciona

De modo geral, o bull market se caracteriza como a alta de no mínimo 20% nos principais índices do mercado após uma queda anterior.

Isso demonstra que o mercado está em recuperação e/ou em crescimento movido pelo entusiasmo e otimismo dos investidores.

Muitas são as causas de um “Bull Market”, então, fica impossível prever com exatidão quando ocorrerá, mas alguns fatores podem demonstrar um cenário de otimismo. São eles:

  • Aumento do PIB;
  • Diminuição da inflação;
  • Queda dos juros;
  • Menor taxa de desemprego;
  • Aumento da lucratividade das empresas.

Todos esses movimentos geraram uma atmosfera de otimismo no mercado financeiro e impulsionam os preços dos ativos.

Com a Bolsa em alta, mais investidores a veem como uma oportunidade de ganhar dinheiro, elevando os preços ainda mais.

A duração de um bull market pode variar de meses a vários anos.

Bull Market x Bear Market

Bull Market e Bear Market são tendências opostas do mercado financeiro.

Enquanto o Bull Market se refere a ciclos de alta no mercado, o Bear Market determina os ciclos de baixa e pessimismo.

Apesar de serem opostos, um marca o início de outro.

Foi o que aconteceu recentemente na bolsa americana e na bolsa brasileira (Ibovespa).

Inclusive, os Estados Unidos acabam de encerrar o maior bull market de toda a sua história para iniciar uma nova fase de baixa.

Para se ter uma ideia, o S&P 500  valorizou 400,5% entre o início do último Bull Market em 2009 até a queda em 2020.

Dow Jones aciona circuit breaker com Bear Market e fim do ciclo.

Como lucrar com o Bull Market

A melhor estratégia para lucrar com o mercado em alta é o value investing.

Assim, aquele investidor que aproveitar para comprar durante os mercados em baixa, consegue ações descontadas.

Ao investir antes do ciclo de Bull Market ou logo no início da alta é possível se aproveitar aumento dos preços e vendê-los na alta.

É muito difícil prever quando a tendência do mercado irá mudar, por isso é necessário cautela.

Já que mesmo com uma perspectiva muito boa do mercado, fatalmente uma queda virá. 

Porém, o investidor com uma boa alocação de ativos pode ficar tranquilo.

Historicamente, os mercados em alta tendem a durar muito mais do que os mercados em baixa. 

Porém, pode levar tempo até que o investimento seja recompensado.

Dessa forma, a estratégia de buy and hold é a melhor para quem pensa no investimento para daqui a 5 ou mais anos.

Essa estratégia envolve uma boa análise fundamentalista para escolher ações de boas empresas e que gerem lucro no longo prazo.

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Maiores altas da Bovespa

Desde a década de 60 ocorreram 4 grandes ciclos de alta na Bolsa de Valores Brasileira.

O gráfico abaixo mostra as fortes valorizações do Ibovespa dolarizado (Ibovespa nominal/taxa de câmbio):

Ciclos de alta da bolsa de valores
Ciclos de alta da bolsa de valores

1º ciclo de alta do Ibovespa

O primeiro grande ciclo de alta aconteceu durante o chamado Milagre Econômico Brasileiro entre a década de 60 e 70, onde o PIB chegou a crescer 14% ao ano.

No período compreendido de maio de 1965 a junho de 1971, a bolsa valorizou 2.931%, gerando uma multiplicação de capital de 30 vezes.

Em 6 anos a Bolsa saiu de 45 pontos e atingiu 1.364 pontos em dólares.

O crescimento foi interrompido pela crise mundial do petróleo em 1973 e alta dos juros nos Estados Unidos. Período de Bear Market conhecido como o fim do milagre brasileiro.

2º ciclo de alta do Ibovespa

O segundo grande ciclo de alta aconteceu no início anos 80 com a recuperação da economia global após a crise do petróleo.

De agosto de 1983 a abril de 1986 a bolsa brasileira subiu 1.573%, multiplicando o capital em quase 16 vezes em 3 anos.

A Bolsa saiu de 246 pontos para 4.108 pontos em dólares.

Em 1986 se dá início a um novo ciclo de baixa com o colapso do Plano Cruzado, crash da NYSE e aperto de liquidez do plano Collor.

3º ciclo de alta do Ibovespa

O terceiro grande ciclo foi marcado pela abertura econômica e perspectivas com o plano real.

A bolsa de valores valorizou 3.415% no decorrer de 6 anos.

De janeiro de 1991 a julho de 1997 houve a multiplicação de capital de 35 vezes.

Novamente esse Bull Market foi seguido de um Bear Market em 1997 com a crise dos tigres asiáticos, estouro da bolha da internet e ascensão do candidato Lula.

4º ciclo de alta do Ibovespa

Durante o segundo governo Fernando Henrique Cardoso a economia brasileira se estabilizou.

As medidas tomadas por FHC e a disparada do preço das commodities impactaram positivamente durante o primeiro governo Lula.

De outubro de 2002 a maio de 2008 o Ibovespa valorizou 2.051%, com multiplicação de capital de 21 vezes.

Foram 6 anos de Bull Market antes que a crise do subprime nos EUA e o desequilíbrio fiscal do governo PT repercutissem na Bolsa.

Início e fim do novo ciclo de alta 

Em 2016 a B3 deu início a um novo ciclo de alta. Foram 4 anos de alta e um 2019 excelente para a bolsa.

Principalmente por conta do bom desempenho nos meses de janeiro, junho, setembro e dezembro.

Em janeiro de 2020, o índice Bovespa bateu seu recorde de 118.573 pontos.

Porém, do recorde registrado em janeiro até a mínima desses últimos dias, o Ibovespa perdeu 39% em menos de dois meses.

Baixa comparada a 2008 onde a perda foi de 43,8%.

Maiores Bull Markets da Bolsa Americana

Bull e Bear Markets da Bolsa Americana
Bull e Bear Markets da Bolsa Americana

1932 a 1937: Recuperação da Grande Depressão

Após vários anos o mercado financeiro norte-americano começa a se recuperar da Grande Depressão.

De junho 1932 a março 1937 o Índice de Preços Compostos, antecessor do S&P 500, alcançou ganhos de 325%.

1942 a 1946: Segunda Guerra Mundial

O esforço da guerra impulsiona a atividade econômica norte-americana.

Entre abril 1942 a maio 1946 o S&P 500 valorizou 158%.

1949 a 1956: Pós-Guerra e Baby Boom 

O pós-guerra foi a era de prosperidade dos Estados Unidos.

Impulsionado pelo “sonho americano”, o consumismo aumentou e os americanos tiveram mais filhos.

Entre junho 1949 a agosto 1956 o S&P 500 valorizou 266%.

1982 a 1987: Reaganomics

De agosto 1982 a julho 1987 o mercado de ações americano gerou retornos médios anuais de aproximadamente 27% e o S&P 500 valorizou 229%.

1990 a 2000: Pré-bolha tecnológica 

O fim da Guerra Fria e a Era da Internet deu início a uma nova onda de prosperidade.

De outubro 1990 a fevereiro 2000 o S&P 500 subiu mais de 400%.

2002 a 2007: Boom imobiliário

As baixas taxas de juros permitiram que mais americanos comprassem casas.

Com o mercado imobiliário em alta, as ações subiram 102% entre outubro de 2002 e 2007. 

2009 a 2010: recuperação longa e lenta

O mais longo Bull Market da História se estendeu por mais de década marcado por um crescimento econômico lento e estável.

No período de março de 2009 até fevereiro de 2010 o S&P500 acumulava alta de 400,5%.

Porém, o mercado de alta norte-americano chegou ao fim.

O índice Dow Jones entrou em bear market com os efeitos econômicos da disseminação do Covid-19 e com a queda nos preços do petróleo.

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Conclusão

O Bull Market é marcado por um otimismo do mercado e tendência de alta no preço das ações.

A combinação de juros baixos e bolsa valorizada fez com que muitos investidores começassem a investir em ações.

De 800 mil investidores em 2018, a Bolsa Brasileira passou para os atuais 1,6 milhão.

Por mais que os ciclos de alta tendem a serem mais longos, eles não são eternos.

Assim como os preços sobem, eles também caem em algum momento. Cabe ao investidor saber extrair o melhor de cada momento.

Para aproveitar uma onda de Bull Market é fundamental se antecipar e comprar ativos no início do ciclo.

Assim como o tempo certo de comprar, é preciso saber o tempo certo de vender.

Como esses momentos são incertos, aquele investidor de tem uma boa diversificação na carteira e caixa, pode se beneficiar.