O que é Núcleo de Inflação

Núcleo de Inflação é um cálculo que serve para medir a tendência da inflação a médio-longo prazo, e que para fazer isso desconsidera fatores circunstanciais.

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Não existe apenas um único Núcleo de Inflação, ou seja, é possível haver vários cálculos diferentes, cada um levando em conta diferentes fatores.

Vale ressaltar que geralmente os cálculos do Núcleo de Inflação são acompanhados da meta de inflação, apesar de serem duas coisas diferentes.

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Origem do Núcleo de Inflação

As primeiras tentativas de medir a tendência da inflação aconteceram ainda nos anos 70, quando os economistas tentaram retirar itens que eles consideravam mais instáveis da conta.

Essa primeira tentativa de definir qual seria o Núcleo de Inflação de uma economia foi chamada de “abordagem por exclusão”, devido a sua lógica evidente de exclusão de fatores.

De lá para cá outras formas de calcular o Núcleo de Inflação foram criadas, alcançando diferentes níveis de sucesso.

No Brasil, a medição do Núcleo de Inflação começou nos anos 2000, quando o governo resolveu implementar metas inflacionárias como parte de sua política monetária.

Núcleos de inflação do Brasil

O Brasil possui hoje, ao todo, sete Núcleos de Inflação que foram sendo introduzidos aos poucos desde o ano 2000. Estes núcleos são:

  • IPCA-EX0;
  • IPCA-EX1;
  • IPCA-DP;
  • IPCA-MS;
  • IPCA-MA;
  • IPCA-EX2;
  • IPCA-EX3.

De forma geral, estes Núcleos de Inflação acabam seguindo a “abordagem por exclusão”, cada qual considerando e desconsiderando determinados itens do seu cálculo.

A maioria das exclusões acontecem com itens agrícolas advindos de colheita de alimentos ou da pecuária. 

Cálculo do Núcleo de Inflação

Para calcular o Núcleo de Inflação existem três metodologias distintas. Cada qual com o seu grau de assertividade. São elas:

  • Abordagem por exclusão: funciona retirando do cálculo itens cuja volatilidade sofre maior influência de condições sazonais, como commodities agrícolas;
  • Abordagem por modelagem: que também pode ser chamada de econométrica, e que calcula o núcleo de inflação com base em uma modelagem teórica pré-definida;
  • Abordagem estatística: ao invés de se excluir itens diretamente, os pesos de cada item são tratados diferentemente em detrimento a sua capacidade de oscilação.

É importante destacar que cada um destes métodos de cálculo tem as suas vantagens de desvantagens e, por causa disso são quase sempre usados de forma simultânea.

Papel do Núcleo de Inflação 

O Núcleo de Inflação tem uma importância muito grande para a análise de uma economia. É com o resultado do seu cálculo que se definem políticas monetárias e metas de inflação.

Isso porque o governo deve ser responsável e comedido nas intervenções que ele faz na economia de seu país, não sendo recomendável reagir a qualquer estímulo que apareça.

Pelo contrário, se o governo resolvesse tomar medidas para combater uma inflação que talvez fosse completamente sazonal, ele poderia apenas piorar as coisas.

E de um ponto de vista estratégico, o Núcleo de Inflação também ajuda a estipular metas de inflação que, por sua vez, é uma informação importantíssima para o mercado como um todo.

Núcleo de Inflação e investimentos

Um bom investidor consciente sabe que os seus investimentos precisam estar seguros contra a inflação, de preferência se valorizando com ela ou acima dela.

Por isso, acompanhar a evolução da inflação do país é fundamental. Ainda mais se este investidor quiser planejar investimentos com base no valor de uma inflação futura.

No entanto, nem sempre as medidas do governo conseguem fazer a inflação atingir sua meta. Inclusive, não é incomum que a inflação fique acima ou abaixo da meta do governo.

Justamente por isso que se o investidor tiver condições de acompanhar os núcleos de inflação, ele tem a possibilidade de otimizar o seu planejamento financeiro pessoal.