O novo presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Fausto de Andrade Ribeiro, enviou nesta segunda-feira, 5, uma mensagem aos funcionários do conglomerado em seu primeiro ato após tomar posse na última quinta-feira, 1º de abril.

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Na carta, ele prometeu "austeridade" nas despesas e sequência à agenda de venda e de reorganização societária de negócios secundários, movimento que já está em curso na instituição.

Ao mesmo tempo, tentou mostrar alinhamento ao presidente da República, Jair Bolsonaro, contrário à privatização da instituição. A carta veio depois de uma polêmica.

Na esteira da saída de André Brandão, que era um executivo de mercado e veio do HSBC nos EUA para assumir o banco público, a escolha de Ribeiro não agradou a membros do conselho do BB.

Na semana passada, o presidente do conselho, Hélio Magalhães, e o conselheiro independente José Guimarães Monforte, devolveram os cargos que ocupavam.

Uma das razões para a saída de Brandão foi o anúncio de um forte programa de redução de agências, o que desgradou o presidente da República.

"As circunstâncias (da substituição), representadas por restrição inaceitável a atos da administração, emergiram e impedem efetivar medidas que visam realizar avanços na direção de ganhos de eficiência", afirmou Monforte em trecho da sua carta de renúncia.

"Acredito também que o processo de sucessão na liderança de empresas, principalmente as de capital aberto, não deve ser feita somente porque se detém o poder para fazê-las." 

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Alinhamento com Bolsonaro 

Mesmo sem citar explicitamente, a leitura foi a de que Ribeiro defende o mesmo discurso do presidente Jair Bolsonaro, que é contra a privatização do BB, diz um funcionário, na condição de anonimato.

De diferentes maneiras, ele afirmou na carta aos funcionários que o conglomerado, de 212 anos de atuação, é um "patrimônio de todos os brasileiros".

"O Banco do Brasil é de mercado e é do Brasil", afirmou o novo presidente da instituição. E explicou: "É de mercado, está listado em Bolsa, tem que ser lucrativo, competitivo e eficiente ao atender mais de 65 milhões de clientes no Brasil e no Exterior; e é do Brasil, porque cada brasileiro é um sócio desse Banco, que nos faz ser historicamente compromissados com o desenvolvimento econômico e social do País."

Citando seus colegas de BB, o novo presidente do banco disse que tem o compromisso de conduzi-lo com "retornos adequados" aos acionistas e "atuando de forma integrada e sinérgica com as diretrizes do seu controlador, o governo federal".

"É inegociável buscar eficiência, lucros crescentes, rentabilidade compatível com as principais instituições financeiras", prometeu.

Na carta, Ribeiro listou dez itens que chamou de iniciativas estruturantes e nos quais suas gestão focará esforços.

Dentre os pontos mencionados, prometeu acelerar a transformação digital e a inovação; compromisso com a austeridade e a eficiência na gestão de despesas; priorizar a cadeia do agronegócio; efetuar alianças e parcerias estratégicas para ampliar competências que permitam a expansão dos resultados do conglomerado; e realizar desinvestimentos e reorganização societária em determinados negócios. 

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Desafios tecnológicos 

Ribeiro afirmou ainda que tem consciência de que o banco "está diante de enormes desafios" e que o ambiente é desafiador, mencionando fintechs e novas tecnologias como PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, e o open banking, que vai permitir o compartilhamento de dados do cliente.

Para ele, as novas tecnologias "exigem novos modelos de negócio em um ambiente financeiro cada vez mais complexo".

Resultado do Banco do Brasil no Quarto Trimestre de 2020

O resultado da Banco do Brasil (BBAS3) no quarto trimestre de 2020 (4t20), divulgado no dia 11 de fevereiro, apresentou um lucro líquido de R$ 3,2 bilhões no 4t20, uma baixa de -43,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A margem financeira bruta do Banco do Brasil atingiu R$ 14,2 bilhões no 4t20, apresentando queda de -0,7% na comparação com o 4t19.

O Índice de Basiléia do Banco do Brasil em dezembro de 2020, totalizou 21,1%, apresentando retração de 0,1 ponto percentual na comparação com dezembro de 2020.

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) acumulam alta de 0,64% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e alta de 15,77% nos últimos 12 meses.

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Fonte: Estadão Conteúdo.