O que é Nova Matriz Econômica

Nova Matriz Econômica, ou NME, é o nome pelo qual ficou conhecida a política econômica do governo Dilma Rousseff, vigorando entre o período de 2011 e 2015.

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Essa política econômica foi marcada por uma série muito rápida e forte de intervenções estatais que visavam estimular o consumo e controlar preços, principalmente do combustível.

O objetivo da Nova Matriz Econômica era fazer com que o crescimento do país se mantivesse sustentável apostando em medidas desenvolvimentistas

Origem da Nova Matriz Econômica 

A principal e comumente mais aceita razão para a criação da Nova Matriz Econômica, é a crise que abalou os Estados Unidos em 2008.

Com receio de que seus efeitos poderiam começar a ser sentidos no Brasil, o governo Dilma se apressou a criar uma estratégia para se prevenir.

Vale ressaltar que apesar do nome, as medidas nas quais consistiam a Nova Matriz Econômica não eram novas, e podiam ser resumidas como simples amplas intervenções estatais.

E apesar das medidas da NME começarem em 2011, estas já vinham sendo preparadas desde 2010 com a substituição de Henrique Meirelles pelo Alexandre Tombini na presidência do Banco Central.

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Características da Nova Matriz Econômica

A Nova Matriz Econômica não possuía exatamente uma lista específica de medidas a serem tomadas. A maioria delas na realidade aconteceu como resposta a uma medida anterior.

Uma decisão notável que tomou forma no período da Nova Matriz Econômica foi o abandono do Tripé Macroeconômico, que vigorava desde o governo Fernando Henrique Cardoso.

Entre as centenas de tomadas de decisão consequentes da NME, algumas se destacam:

  • Redução da taxa básica de juros: entre 2011 e 2013 a SELIC foi reduzida de 12,5% para 7,25%;
  • Desonerações visando o setor industrial: apostando na reindustrialização com o Plano Brasil Maior;
  • Aumento no IPI de veículos importados: o IPI de veículos importados aumentou 30 pontos. O objetivo era proteger a indústria nacional estando alinhado com o PIL (Programa de Investimento em Logística);
  • Desvalorização do Real: para fazer isso o Banco Central agiu fortemente para controlar o fluxo da entrada de capital estrangeiro;
  • Crédito facilitado: o BNDES foi usado de forma bem enfática na intenção de subsidiar o crédito para o investimento de empresas.

A crise e a Nova Matriz Econômica

Para a maioria dos críticos, a Nova Matriz Econômica foi a principal responsável pela crise brasileira de 2014. Mesmo considerando fatores externos.

Durante a crise, a inflação brasileira chegou a casa de dois dígitos, alcançando a marca de 10,6%. Algo que não acontecia fazia mais de uma década.

A forte pressão no governo sobre a Petrobrás, para que essa vendesse o combustível a um valor menor do que ela comprava no exterior, agravou a situação da estatal.

E uma vez que a Nova Matriz Econômica foi abandonada e os preços da Petrobrás pararam de ser controlados, houve um reajuste rápido e muito alto repassado ao consumidor.

Esse reajuste, por sua vez, não foi acompanhado de um aumento de renda das pessoas, o que fez com que a crise se intensificasse ainda mais.

Logo depois descobriu-se o Petrolão, por meio da operação Lava-Jato, que vinha corroendo a estatal por dentro. Os investidores, então, começaram a abandonar o barco.

O valor de mercado da empresa despencou e a Petrobrás passou a ser a empresa mais endividada do mundo naquele momento.

Outra consequência que pode ser atribuída às medidas da Nova Matriz Econômica foi o aumento das pessoas em situação de miséria.

Isso se deveu ao cenário empresarial e econômico do país que fez muitas empresas virem à falência e, com isso, elevando a taxa de desemprego ao patamar de 14%.