O aumento da inflação, especialmente do INCC (Índice Nacional da Construção Civil), desde 2020 tem comprimido a margem bruta das construtoras e prejudicado seus balanços.

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Mas a MRV&Co (MRVE3) conseguiu, no primeiro semestre de 2022, elevar os preços de seus empreendimentos em um patamar acima do índice de referência do setor.

Para Ricardo Paixão, CFO do grupo, um dos fatores que colaboraram para isso foram as mudanças anunciadas pelo governo federal no Casa Verde e Amarela.

Já foram aprovados o aumento do subsídio e a redução da taxa de juros para os imóveis que se enquadram no programa, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve sancionar a expansão do prazo máximo de financiamento de 30 para 35 anos, além da possibilidade de uso do FGTS mensal para compor a renda na hora de tomar o empréstimo.

“Essas medidas todas combinadas vão fazer com que mais gente possa comprar imóvel, e vai nos abrir um espaço também para poder subir os preços, recompondo a margem que a gente perdeu em função da inflação nos últimos anos”, afirmou o CFO da MRV&Co.

Ele participou do Por Dentro dos Resultados, projeto no qual o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior.

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Os executivos falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2022 e sobre perspectivas.

“Nosso balanço atual é um resultado de safras de empreendimentos. Hoje a gente tem o resultado de 2020 e 2021 puxando para baixo e o resultado de 2022 puxando para cima. A medida que a gente for começando a construir esses empreendimentos que estão sendo vendidos agora, eles começam a passar por dentro da nossa DRE, e consequentemente a gente vai ficando ‘livre’ das safras ruins, voltando a ter safras melhores, fazendo com que a nossa margem suba”, disse o executivo.

Paixão comentou sobre como o recente aumento da Selic para 13,75% ao ano impacta o negócio da MRV&Co.

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“Nosso negócio é bem protegido do aumento de juros porque todo funding de FGTS tem uma taxa fixa. Então, o cliente que pagava 6% quando a Selic estava em 2% continua agora pagando 6% com a Selic em dois dígitos”, disse.

“A gente continua vendo uma inflação alta, mas é uma inflação que está começando a mudar de cara. A gente teve um INCC de quase 30% nos últimos dois anos e meio, mais ou menos, muito acima do que todo mundo estava esperando, só que ele tem mudado de característica. A inflação maior que a gente observou no segundo trimestre de 2022 já não veio mais de material e equipamento, mas sim de mão de obra”, completou.

O executivo falou ainda sobre o braço do grupo em aluguéis de imóveis nos Estados Unidos, a Resia, que inclusive passou por rebranding recentemente, além das subsidiárias brasileiras Sensia, Luggo e Urba.

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Paixão comentou ainda sobre planos de investimentos, lançamentos, dívida, alavancagem, possibilidade de fusões e aquisições e dividendos.

Resultado da MRV no Segundo Trimestre de 2022

O resultado da MRV (MRVE3) no segundo trimestre de 2022 (2t22), divulgado no dia 10 de agosto, apresentou um lucro líquido de R$ 215 milhões no 2T22, alta de 6,0% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

O Ebitda da MRV atingiu R$ 441 milhões no 2T22, apresentando crescimento de 48,9% na comparação com o 2T21. 

A margem Ebitda da MRV totalizou 27,5% no 2T22, apresentando crescimento de 11,2 ponto percentual na comparação com o 2T21.  

A margem líquida da MRV atingiu 5,4% no 2T22, apresentando retração de -7,0 pontos percentuais na comparação com o 2T21. 

As ações da MRV (MRVE3) acumulam queda de 1,67% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e queda de 12,52% nos últimos 12 meses.

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Fonte: InfoMoney.