Para minimizar problemas com fornecedores indiretos de gado, a Minerva Foods (BEEF3) vem implementando medidas que mapeiam a origem e o caminho dos bovinos que são abatidos pela empresa.

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A principal preocupação é quanto à questão de ilegalidades ambientais que podem ser cometidas por esse segmento dos pecuaristas e que são mais difíceis de rastrear.

A empresa afirma que deseja verificar que nenhum dos animais tenha passado por áreas desmatadas ilegalmente, embargadas pelos órgãos ambientais ou que empreguem trabalho análogo à escravidão - práticas proibidas por lei.

O "calcanhar-de-aquiles" para o monitoramento ambiental da cadeia pecuária, sobretudo na Amazônia, está em rastrear a origem do gado dos "fornecedores indiretos".

Esses são os pecuaristas que vendem o bezerro ou o boi magro para o "fornecedor direto" - que é o pecuarista que vende o gado para abate e já é monitorado pelos grandes frigoríficos.

Caso esses animais sejam provenientes, em alguma etapa de sua vida, de áreas irregulares, acabam "contaminando" a imagem da indústria em relação à sustentabilidade ambiental.

Assim, para evitar surpresas desagradáveis com fornecedores indiretos, a Minerva Foods iniciou testes com o Visipec, ferramenta criada pela ONG National Wildlife Federation (NWF) e pela Universidade de Wisconsin-Madison.

Quem explica é o diretor de Sustentabilidade da Minerva Foods, Taciano Custódio, que apresentou as práticas nesta terça-feira (22) no webinar "Traceability: Solutions for Sustainability", promovido pela Global Roundtable for Sustainable Beef.

"Os criadores do Visipec desenvolveram um software de avaliação que se baseia nas emissões de GTAs e em suas ligações", disse Custódio - a Minerva foi a única empresa da América do Sul no evento.

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GTA

GTA é a sigla para Guia de Trânsito Animal, um documento oficial e obrigatório no transporte de animais no país.

Na GTA, deve constar, entre outras informações, a finalidade do transporte, as condições sanitárias, a origem e o destino do animal.

O Ministério da Agricultura obriga a emissão do GTA em qualquer movimento de animais - até mesmo os de estimação, como cachorros ou gatos.

"Essa é a ferramenta mais promissora para monitorar o risco dos fornecedores indiretos", afirmou o executivo.

A companhia começou a testar o Visipec em agosto deste ano.

"É a primeira vez que isso está sendo testado em indústria exportadora, de capital aberto, é o primeiro teste nessa escala, e a expectativa é muito positiva."

A expectativa, segundo Custódio, é que haja algum resultado formal entre outubro e novembro.

"Por enquanto, são resultados muito preliminares", diz.

O software está sendo testado em Mato Grosso, Pará e Rondônia, e é abastecido com as GTAs emitidas até meados de 2019 - quando os dados sobre GTAs eram abertos.

Como a idade média de abate de bovinos nos frigoríficos da Minerva é de 30 meses, os animais abatidos em 2021 ainda estarão dentro da janela de abrangência do programa.

Enquanto isso, serão analisadas formas de melhorar, junto com o mercado e entidades de classe, o mapeamento de risco dos fornecedores indiretos - já que as GTAs são sigilosas agora e é nelas que o Visipec se baseia.

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Fonte: Estadão