O que é Milagre Econômico

Milagre Econômico é o termo que faz referência ao forte crescimento do Brasil entre as décadas de 1960 e 1970, mais precisamente entre 1963 e 1973, durante o governo militar.

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Naquela época, o Brasil registrou um forte crescimento no PIB, em virtude de algumas políticas implementadas pelo governo daquele período. 

No entanto, apesar dos benefícios, o Milagre Econômico também ficou conhecido por aumentar a concentração de renda, acentuando outros problemas, como a desigualdade social.

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Crescimento do Brasil durante o Milagre Econômico

O forte crescimento do PIB foi um dos fatores mais relevantes para o desenvolvimento do país no período do Milagre Econômico. 

O PIB - Produto Interno Bruto (soma de riquezas produzidas pelo país), cresceu em média 10% ao ano na época, chegando a registrar significativos 14% ao ano em 1973.

Outro ponto que chamou a atenção em relação ao Milagre Econômico foi a queda da inflação que passou de 19,46% em 1978 para 15,6% em 1973.

O Milagre Econômico beneficiou a expansão da indústria e o crescimento do consumo. Entre 1964 e 1970, o número de veículos de passeio no Brasil triplicou, enquanto a construção civil registrava crescimento médio de 15% ao ano no mesmo período.

Durante o Milagre Econômico, a população obteve maior acesso a aquisição de bens em geral, incluindo eletrônicos e eletrodomésticos, fato que possibilitou que muitos brasileiros adquirissem o primeiro carro ou a primeira televisão.

No mesmo período, o governo estimulou as atividades de exportação por meio de incentivos, contribuindo para a entrada de recursos com origem no exterior.

Vale destacar ainda, o incentivo ao crédito para pessoas físicas e para o setor agrário que serviu para aumentar o fluxo de recursos em circulação.

Grandes obras durante o Milagre Econômico

O período do Milagre Econômico também ficou marcado pelas grandes obras, como por exemplo, a construção da Ponte Rio-Niterói e a abertura da Rodovia Transamazônica.

As grandes obras públicas geraram muitos empregos, movimentando a economia e contribuindo para o crescimento da construção civil e de outras atividades econômicas.

Consequências do Milagre Econômico

Apesar dos seus benefícios para a economia e para o crescimento do país, o período do Milagre Econômico recebeu duras críticas, sobretudo em razão do aumento da dívida externa e do índice Gini utilizado para medir a desigualdade social.

A dívida externa cresceu em razão da contratação de financiamentos internacionais para investimento em infraestrutura, enquanto que o índice Gini registrou alta de subiu 12 pontos entre os anos de 1960 e 1977.

Vale destacar que o período do Milagre Econômico também ficou conhecido por promover uma forte migração da população da zona rural para áreas urbanas.

 No entanto, a falta de planejamento dos espaços urbanos deu origem a conjuntos habitacionais com pouca infraestrutura que mais tarde ficaram conhecidos como "favelas".

Dentre outras consequências relacionadas ao período do Milagre Econômico, podemos citar:

  • O Brasil quadruplicou a sua dívida externa;
  • O salário mínimo registrou forte desvalorização;
  • A Bolsa de Valores tornou-se ainda mais volátil;
  • Ao fim do período, o desemprego e a inflação dispararam no país.

As consequências negativas do período culminaram no fim do Milagre Econômico

Fim do Milagre Econômico

O fim do Milagre Econômico chegou em razão das consequências negativas do período e sobretudo por conta da crise do petróleo, fator que desequilibrou a balança comercial brasileira.

A crise do petróleo fez com que o volume de importações do Brasil superasse o de exportações, desequilibrando a economia e contribuindo para uma inflação que chegou a quase 100% ao ano no final do período.

Anos mais tarde, índices como o IGP-M e o IPCA foram criados para medir o aumento dos preços.

Devido a forte alta da inflação, o poder de compra dos trabalhadores diminuiu consideravelmente ao mesmo tempo em que o desemprego começou a crescer em larga escala no país.