Compreender o mercado de cannabis pode fazer com que você acesse boas oportunidades de investimento até então desconhecidas.

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Segundo o Banco Montreal, o mercado de cannabis movimentou 18 bilhões de dólares em 2018, e as perspectivas é de que até 2025 esse valor chegue a US$ 194 bilhões.

Se você é um investidor com perfil mais arrojado e busca investimentos com alta possibilidade de retorno, entenda o potencial mercado de cannabis e conheça as novas opções de fundos de investimento.

Benefícios da Cannabis

A Cannabis, ou maconha, como é popularmente conhecida, é uma planta que vem sendo cada vez mais estudada.

Algumas evidências indicam que ela pode contribuir no tratamento de doenças como epilepsia e câncer, por exemplo.

Para entender a função da erva na produção de medicamentos: 

  • O CBD (canabidiol) corresponde a 40% da planta e é o elemento responsável pelo combate à doenças;
  • O THC (tetrahidrocanabidiol) é a substância que apresenta efeitos psicotrópicos, que causam o “barato”.  

Entre os benefícios gerados pelo uso do canabidiol estão: 

  • Alívio de náuseas causadas por quimioterapia;
  • Efeito antidepressivo;
  • Analgesico em casos terminais de câncer;
  • Combate a convulsões em epilépticos; 
  • Estimulante de apetite em pacientes com câncer ou AIDS.

Devido a sucessivas reivindicações, a Anvisa liberou, no dia 3 de dezembro, a venda e o registro de produtos a base de cannabis em farmácias. 

O decreto foi emitido pela Diretoria Colegiada da Anvisa, e a proposta foi aprovada por unanimidade.

Por 3 votos contra 1, o plantio da erva no país foi vetado. 

Tal decisão faz com que produtores que desejem lidar com a substância tenham que importar a planta.   

Potencial do Mercado de Cannabis

Apesar da regulamentação brasileira ainda ser um tanto restritiva quanto ao uso da planta, investidores vêm observando o potencial do mercado de cannabis com bons olhos. 

De acordo com a New Frontier Data, após regulamentada a comercialização, deve-se atingir, em 3 anos um número de 3,4 milhões de pacientes e aproximadamente R$ 4 bilhões em receita.

Theo Van der Loo, ex CEO da Bayer no Brasil, é um dos investidores que se atentaram aos crescentes faturamentos do mercado de cannabis. 

Em julho deste ano, Theo abriu a NatuScience, startup que irá realizar pesquisas clínicas de medicamentos a base de canabidiol. 

Van der Loo também deseja trabalhar com o plantio, ainda que tenha de pedir autorização na justiça. 

Atualmente ele busca investidores para ampliar as atividades da NatuScience. 

Bebidas à Base de Canabidiol

De acordo com o Credit Suisse, a Ambev (ABEV3) deve fazer o lançamento de bebidas à base de canabidiol até o final do ano. 

A empresa já atua no mercado há um ano, visto que a Labat Brewing, sua subsidiária no Canadá, criou uma joint-venture de US$ 100 milhões com a Tilray, uma produtora de farmacêuticos a base de cannabis. 

Essa parceria gerou a Fluent Beverage, companhia responsável pela produção de bebidas não alcoólicas à base de canabidiol. 

Em 2017, a Constellation Brands, empresa que produz a cerveja Corona, adquiriu 9,9% da Canopy Growth, produtora de maconha com maior valor do ramo. 

Tamanho sucesso do movimento fez com que a Constellation adquirisse mais 28,1% da Canopy Growth em agosto de 2018. Por conta dessa operação, as ações do setor de cannabis duplicaram seu valor. 

A consultoria Euromonitor estima que a taxa de crescimento do ramo de bebidas à base de canabidiol nos Estados Unidos entre 2018 e 2025 será de 53% ao ano. 

Entre as concorrentes que vêm demonstrando interesse no mercado estão:

  • Heineken;
  • Molson e Coors;
  • Coca-Cola;
  • Pernod Ricard;
  • Second Cup Coffee;
  • Diageo.

Outras Possibilidades da Cannabis

Vinnicius Vieira, sócio da Hiria, explica para a Época que as possibilidades de uso da cannabis vão ainda mais longe do que em cosméticos, medicamentos e bebidas, beneficiando também as fintechs:

Como algumas instituições não podem investir nessas iniciativas por questões como compliance, essas startups têm buscado entender como podem suportar iniciativas que envolvem o CBD.

Além disso, Vinnicius afirma:

Se o Brasil tivesse a mesma regulação que países que já permitem a exportação, a projeção é de que teríamos um mercado possível de R$ 45 bilhões.

Companhias do ramo de cigarros também têm se posicionado quanto às possibilidades de uso da cannabis. 

A Altria, dona da Marlboro, comprou 45% das ações da Cronos, empresa canadense do ramo de cannabis. 

As produtoras de cigarro se beneficiam desse movimento pois se atualizam quanto às novidades do mercado, o que é essencial visto que o consumo de cigarro vem decrescendo. 

A Bolha da Cannabis 

Nos Estados Unidos, empresas que comercializam maconha vêm passando por dificuldades desde o boom de 2018, o que pode apontar para uma “bolha da cannabis”.

O boom se deu pois as produtoras de derivados da cannabis apresentaram alto crescimento e, por isso, abriram capital na bolsa de valores de Nova York. 

O alto interesse dos investidores gerou uma alta nas cannstocks, as ações do setor. 

Esse movimento foi tão expressivo que fez com que as ações chegassem a valer 10 vezes o patrimônio das empresas. 

O valor de algumas dessas ações do ramo chegou a cair 66% desde o pico em setembro de 2018, segundo a Standard and Poor’s. 

Acredita-se que o colapso se deu pelo efeito manada, pois a maioria dos investidores foram pessoas físicas, o que acabou tornando as cannstocks mais voláteis do que se fossem compradas por fundos de private equity.

Fundos de Cannabis 

Até pouco tempo, brasileiros que desejavam investir no mercado de cannabis não tinham muitos meios para fazê-lo que não fossem através de corretoras estrangeiras.

Fundos Vitreo

Pensando nisso, no último trimestre deste ano, a gestora Vitreo criou dois fundos de cannabis.

O primeiro deles é o Canabidiol FIA IE, destinado a investidores qualificados.

Esse fundo apresenta alto risco e seu patrimônio é dividido igualmente entre ETFs que investem em ações da indústria de cannabis e ações de empresas que possam se beneficiar da legalização do uso medicinal e recreativo da planta.

Sua taxa de administração é de 1,5% a.a. e a de performance é de 20% sobre 100% do S&P500 Total Return.

O segundo é o Canabidiol Light FIC FIM, voltado a investidores de varejo. O risco é moderado é a carteira é dividida entre o Canabidiol FIA IE (20%) e um Fundo Renda Fixa pós-fixada que aplica em LFTs (80%). 

A taxa de administração é de 0,056% e não há taxa de performance. 

O valor mínimo de aplicação para ambos os fundos é R$ 5.000,00 e eles são recomendados para o médio-longo prazo.

Por serem fundos “inovadores”, a Vitreo optou por não definir um teto para o valor de patrimônio. 

O que deve limitar a arrecadação de recursos ao fundo é a liquidez no mercado de cannabis, que ainda é baixa. 

George Wachsmann, CIO da Vitreo, recomenda que, para investidores moderados, as aplicações em cannabis não ultrapassem 5% da carteira. 

Fundo XP

No dia 11 de dezembro, a corretora de valores XP anunciou em seu blog a criação de um fundo de cannabis chamado Trend Cannabis FIM.

Esse fundo é destinado ao público geral e é passivo, acompanhando o desempenho do ETFMG Alternative Harvest, maior fundo de cannabis dos Estados Unidos. 

A taxa de administração do fundo é 0,5% e não há taxa de performance. A aplicação mínima inicial é R$ 500,00.

Conclusão 

É importante salientar que esse tipo de investimento envolve questões delicadas, como princípios e valores. 

Sendo assim, o recomendado é que você analise se isso está de acordo com seu perfil ou não. 

Além disso, por conta das empresas do setor dependerem de diversas regulamentações e do mercado ser muito incipiente, os investimentos em cannabis são bem voláteis.

O mercado encontra-se no famoso “bull market” (mercado de alta) e, historicamente, o ciclo respeita uma ordem de valorização das ações em bolsa.

Após a valorização das principais ações da bolsa, os investidores começam a buscar empresas de menor valor de mercado e com capacidade de crescimento.

Se você é um investidor que apresenta um perfil agressivo e gosta de aplicações que envolvam maiores riscos, como os investimentos em cannabis, por exemplo, pode ser que se interesse pelas Small Caps.

As Small Caps fazem parte dessa segunda onda de valorizações da Bolsa de Valores.

A taxa Selic no patamar de 4,5% faz com que ocorra um movimento de migração dos investimentos em renda fixa para os de renda variável, o que eleva o potencial de lucros dos investimentos em Small Caps.

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