Medo e ganância são como forças magnéticas que causam confusão nas metas de investimento. Se não tomar cuidado, esses sentimentos se tornam os piores inimigos do investidor.

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As teorias econômicas racionais podem gostar de pintar os investidores como entidades calculistas e sem emoção, que sempre tomam as melhores decisões para maximizar sua riqueza. 

No entanto, experiências do mundo real mostram uma história diferente. 

Medo e ganância são apenas algumas das emoções que podem interferir nas decisões financeiras. Se não estiverem controladas, são os piores inimigos do investidor.

Um dos ditados de mercado mais consagrados diz que “a bolsa de valores flutua entre a ganância e o medo”.  A razão fundamental para isso é que as pessoas oscilam entre esses dois sentimentos ao investir.

Quando as pessoas se sentem positivas em relação ao mercado, esperam coisas boas, tornam-se gananciosas e se concentram em ganhar dinheiro. 

Sua ganância os leva a realizarem cada vez mais investimentos, fazendo com que os mercados subam e os ativos se valorizem.

Em outras ocasiões, suas expectativas se tornam negativas e o medo toma conta.

Em vez de se entusiasmar em ganhar dinheiro, tem medo de perdê-lo. Isso faz com que não só evitem comprar, mas se desfaçam de suas posições,  empurrando os preços para baixo. 

Esses sentimentos coletivos que levam os investidores a comprar ou vender, afeta não apenas as decisões individuais de investimento, mas também as tendências que moldam os cenários do mercado.

O problema é que nesses picos de medo e ganância, os investidores não conseguem avaliar o risco, tomam decisões erradas na hora errada e seguem o rebanho. 

Os investidores de sucesso tem um senso excepcional de como os ciclos funcionam e onde os mercados de ciclo estão em um determinado momento. 

Por isso, nesse post eu quero torná-lo consciente dessas forças inconscientes e ajudá-lo a administrar tanto o medo e a ganância para que possa construir sua riqueza.

O pêndulo do sentimento do investidor

O movimento de um pêndulo é usado como analogia para descrever a dinâmica das oscilações de mercado, se alternando entre o pânico, quando predomina o medo, e a euforia, quando predomina a ganância.

O famoso investidor fundamentalista Howard Marks descreveu esse sentimento do mercado em memorandos da Oaktree Capital Management e em seu livro "O Mais Importante para o Investidor".

“As bruscas variações de humor do mercado financeiro se assemelham ao movimento de um pêndulo. 

Apesar de o ponto médio do arco melhor representar a posição do pêndulo ‘na média’, ele passa muito pouco tempo em tal posição. 

Ao contrário, quase sempre o pêndulo está se movendo para se aproximar ou se afastar dos extremos do seu arco. 

Mas sempre que o pêndulo se encontra próximo de um extremo, inevitavelmente ele se moverá de volta na direção do ponto central, cedo ou tarde. 

De fato, o movimento para o extremo em si é que fornecerá a energia para a sua inversão”. 

Pêndulo do sentimento do investidor
Pêndulo do sentimento do investidor. Fonte: Cardinal Partners

Marks aprofunda o conceito associando os dois extremos a momentos de ganância (ou euforia) e medo (ou pânico).

“Quando as coisas vão bem e os preços estão elevados, os investidores se apressam a comprar, esquecendo toda a prudência. 

Depois, quando predomina o caos e o valor dos ativos está uma barganha, eles perdem totalmente a disposição de assumir riscos e se apressam a vender. E assim sempre será”.

Esta descrição explica o famoso, mas imprudente movimento da maioria dos investidores de vender na baixa e comprar na alta.

Imagine o seguinte cenário: o mercado de ações tem uma queda brusca. É esperado que o pânico se espalhe e os investidores, com medo de maiores perdas, vendam suas ações, alimentando a espiral descendente. 

Logicamente, para os investidores inteligentes, esta pode ser uma oportunidade de comprar ações a preços mais baixos.

No extremo oposto, quando o clima é de otimismo generalizado, parece que nada pode dar errado e os investidores aumentam seus aportes mesmo pagando mais por isso, alimentando a espiral crescente. 

Eventualmente, o pêndulo retorna para o centro e então para o outro lado, e assim, sucessivamente.

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A influência da ganância nos investimentos

O mercado está otimista e as informações são todas favoráveis. Porém, o desejo por lucro rápido e fácil leva muitos investidores a comprarem as “ações da moda”, pressionando seus preços para cima.

Como estão "ganhando dinheiro", esses investidores colocam mais do seu capital esperando que continue se valorizando.

Aqueles investidores que ainda não aportaram, sofrem a influência dos demais principalmente com os sentimentos de inveja daqueles que investiram antes e ganharam mais dinheiro, e o medo de continuar fora e não ganhar dinheiro junto com a maioria do mercado. 

Os investidores tornaram-se excessivamente gananciosos, alimentando cada vez mais os preços de compra, mas cuidado, a ganância destruirá seu patrimônio.

Quando os riscos são menosprezados e os investidores continuam comprando, criam-se as "bolhas", que simplesmente refletem a despreocupação dos investidores quanto à correlação entre a qualidade dos ativos e seu valor de negociação. 

No entanto, nada se valoriza para sempre. Esse novo patamar de preços está fadado a ser insustentável.

Assim como muitas bolhas de ativos na história, ela finalmente estoura. Nesse momento de inflexão as cotações caem acentuadamente iniciando uma tendência de baixa.

A influência do medo nos investimentos

Assim como o mercado pode ficar dominado pela ganância, ele também pode sucumbir ao medo.

Nessa fase o ceticismo e o pânico de que os mercados caiam ainda mais predominam. Com medo de novas perdas, os investidores começam a vender coletivamente. 

Não é apenas o medo de ter prejuízos que se acentua nessa fase, mas, mais uma vez, o medo de ir contra o que “todo mundo está fazendo”.

Afinal, existe um consenso de que se todos estão fazendo determinada coisa, esse seria o correto a ser feito.

Consequentemente, com mais pessoas vendendo, os preços caem ainda mais. 

É nesse momento que investidores inteligentes procuram por ativos subvalorizados, comprando abaixo do seu valor intrínseco, sem nem mesmo haver uma mudança no cenário corporativo. 

À medida que as catástrofes profetizadas pelos mais pessimistas não acontecem e a economia apresenta resultados melhores, a maioria começa a mudar de opinião e voltar a investir em renda variável, fazendo com que os preços voltem a subir, gerando uma nova tendência de alta.

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Seguindo o rebanho x Investindo com base em fundamentos

Esse viés que acontece quando os investidores compram ou vendem apenas porque todo mundo está fazendo é chamado de comportamento de manada.

Agir dessa forma mostra uma completa falta de estratégia e fundamento.

Seguir o rebanho pode abrir um grande buraco em seu portfólio o levando a armadilhas do comportamento que o faz comprar na alta e vender na baixa, justamente o oposto do que deveria fazer.

Quando os outros estão com medo, é a hora que o investidor inteligente compra.

Lembre-se:

  • Deixar que as emoções governem o comportamento do investimento geralmente leva a uma tomada de decisão irracional que pode custar caro.
  • Geralmente, é melhor ignorar a tendência no momento, seja de alta ou de baixa, e seguir um plano de longo prazo baseado em fundamentos sólidos.
  • É fundamental entender como você é sensível ao risco e definir suas alocações de ativos.

O melhor amigo do investidor

Toda essa conversa sobre medo e ganância está relacionada à volatilidade inerente ao mercado de ações. É o sentimento dos investidores que impulsionam o pêndulo.

Quando os investidores não possuem um plano estruturado e uma estratégia de investimentos bem definida, se encontram fora de suas zonas de conforto e se tornam vulneráveis ​​a essas emoções.

Evite ser arrastado pelo sentimento de mercado impulsionado por medo irracional ou ganância, e atenha-se aos fundamentos. 

O melhor amigo do investidor é uma alocação de ativos adequada

Se você é extremamente avesso ao risco, é provável que seja mais suscetível ao medo, portanto, sua exposição a ações deve ser menor do que a de pessoas com alta tolerância ao risco.

No entanto, há uma linha tênue entre controlar suas emoções e ser teimoso a um plano que não é o adequado para seu perfil e objetivos.

Por isso, o melhor é contar com um consultor de investimentos para, juntos, definirem o melhor caminho para o seu portfólio.

Além de propor uma carteira individual, o consultor também exerce um papel importante para manter o investidor no caminho certo, diminuindo as chances de que ele seja influenciado pelos sentimentos do mercado.

Não deixe que o medo e a ganância estraguem seu patrimônio. Aprenda a controlar suas emoções com um plano de investimento sólido e montado para você.

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