Na esteira da paralisia na economia provocada pela pandemia do coronavírus, a Marcopolo (POMO4) correu contra o tempo para desenvolver ferramentas de segurança e tentar dar um respiro ao setor de transporte.

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O grupo está levando ao mercado uma série de adaptações que pode ser feita nos ônibus para mitigar o risco de contaminação e preparar o setor para o "novo normal" das viagens.

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O ajuste promete ser uma fonte nova de receita para o grupo, que viu as demandas por novos ônibus recuar de forma significativa.

Segundo o presidente da empresa, James Bellini, as ferramentas e serviços chegaram em um momento de grande apreensão para os clientes.

"Podemos dizer que 80% da frota dos nossos clientes pararam. Eles não vão ter a menor condição de comprar ônibus novos."

"A preocupação hoje é como colocar os carros que eles têm para trabalhar. A única forma de conseguir isso é retomar a confiança do passageiro", disse Bellini.

Entre as inovações estão um novo desenho de posicionamento de poltronas, com dois corredores, cortinas de proteção antimicrobianas, desinfecção dos veículos por névoa e uso de raios ultravioletas nos sanitários.

Fretados.

Enquanto o segmento de fretados consegue manter alguma demanda, Bellini traçou um cenário desafiador para o turismo.

Na visão do executivo, a pandemia levará a uma mudança no comportamento dos passageiros no transporte rodoviário tal qual 11 de setembro representou para o setor aéreo.

O kit faz parte do programa BioSafe, que consiste em uma série de soluções para tornar o transporte coletivo mais seguro contra contaminações de vírus. Os equipamentos podem ser adaptados também nos ônibus mais antigos.

O custo da mudança representa entre 18% e 20% do valor de um ônibus. "A gente precisa faturar. Precisamos ajudar a movimentar o mercado."

"Não temos possibilidade de uma empresa desse tamanho ficar de braço cruzado esperando as coisas acontecer", defendeu.

O lançamento oficial do BioSafe será no próximo dia 16, em evento online.

As soluções foram desenvolvidas em apenas 60 dias. Segundo Bellini, o sistema foi o primeiro resultado do Marcopolo Next, uma divisão de inovação voltada para soluções em mobilidade.

A divisão começou a ser estruturada no ano passado, quando a área de inovação deixou de ser subordinada ao segmento de estratégias e passou a responder à presidência.

Há desafios e incertezas ainda, sobretudo no Brasil. Enquanto a Europa começa a se preparar para sair da quarentena, o Brasil hoje ocupa a segunda posição no número de casos.

"Estamos acompanhando o cenário no Brasil com muita preocupação. Não só a questão da saúde, mas também a crise política. Isso atrapalha muito os investidores."

"Mas está havendo uma retomada controlada. Graças a Deus temos bons governadores que estão levando a sério o assunto", disse o presidente da Marcopolo.

Resultado da Marcopolo no Primeiro Trimestre de 2020

O resultado da Marcopolo (POMO4) no primeiro trimestre de 2020 (1t20), divulgado no dia 25 de maio, apresentou um prejuízo líquido de R$ 10,7 uma queda de -60,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda da Marcopolo atingiu em R$ 101,9 milhões no 1t20, apresentando retração de -68% na comparação com o 1t19.

A margem ebitda foi de 11,1%, um crescimento de 4,4 p.p. quando comparado ao 1t19.

Já a margem líquida da Marcopolo atingiu 1,2% no 1t20, apresentando retração de -1,8 p.p. na comparação com o 1t19.

As ações da Marcopolo (POMO4) acumulam alta de 4,36% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e queda de 12,63% nos últimos 12 meses.

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Fonte: Estadão Conteúdo.