Quando a gente achou que era o ano perdido dos bancos por causa da proibição de pagar dividendos acima do estatuto, vem o Itaú (ITUB4) e nos dá uma boa notícia.

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O Itaú Unibanco anunciou que quer segregar a sua participação na XP Inc do resto do banco.

O banco divulgou que quer criar uma empresa que ficará com as ações da Xp que ele detém. 

As ações dessa nova empresa serão “dadas” aos atuais acionistas do banco.

Na prática isso seria um movimento de soma zero, pois ter os dois negócios em uma empresa ou separados em duas empresas não deveria fazer diferença. Mas faz.

O mercado financeiro não está enxergando o valor da gigante Xp dentro do Itaú. 

Ou seja, o valor de mercado do Itaú não reflete a soma dos dois negócios.

Isso já aconteceu com Gol (GOLL4) e Smiles (SMLS3), Tam e Multiplus e outros casos.

Não nas mesmas circunstâncias, mas o irá destravar valor através dessas cisões já é estratégia conhecida de todos.

O Itaú que atualmente tem cerca de 46% da Xp Inc., colocaria uma participação de 41% nessa nova empresa e os outros 5% ele venderia para o mercado, realizando um enorme ganho de capital com isso. 

Estou falando de cerca de 1.000% em três anos e meio. 

Esse movimento pode ser enxergado como baita de um pagamento de dividendos

O Itaú vai pagar quase meia XP de dividendos. Você se deu conta disso?

Esse negócio faz muito sentido para todas as partes.

Itaú e XP já brigaram publicamente, concorrem ferrenhamente e um é sócio (grande) do outro. 

Em apenas um movimento se resolvem muitos problemas e se acomodam muitos interesses.

Pensa comigo, pelo lado do Banco Itaú:

  • Ele fica livre das pressões por consolidar demais o mercado e prejudicar a concorrência;
  • Fica livre para poder brigar com a Xp sem ficar com aquela cara de “jogo de cena”;
  • Acomoda desconfortos internos dos colaboradores acharem que o banco faz corpo mole na concorrência, já que perde aqui, mas ganha dali depois.

Pelo lado dos controladores do Itaú, eles não estão se desfazendo de sua participação numa empresa espetacular como a Xp. 

Eles simplesmente estão colocando-a em outro lugar, onde o seu valor será mais claramente percebido.

Setúbal, Salles e companhia limitada continuam sócios da XP. 

Pelo lado da XP, vai ficar lindo demais. 

Ela vai poder dizer que não precisa mais do Itaú para atestar sua segurança e grandeza, coisa que de fato não precisa. 

Mas lá atrás, quando vendeu parte de suas ações para o banco, isso foi muito importante. 

Foi um ganha-ganha enorme esse negócio. 

A XP vai poder dizer que ficou grande demais para ficar dentro do Itaú, mesmo que isso seja puramente figurativo. 

A Xp ficará livre do fantasma que se aproximava com data em que o Itaú poderia comprar uma nova fatia da empresa. 

A ameaça de perder o controle ou ser fortemente influenciada pelo banco fica afastada. 

Se essa nova companhia tiver ações negociadas aqui na B3, a XP ainda resolve um mal-estar criado entre os investidores brasileiros que ficaram com aquela “dor de corno” de ser cliente da empresa e não poder comprar suas ações no IPO, porque ela “preferiu um melhor valuation na bolsa americana

Para a história da XP é mais uma vitória do “impossível”.

E os reguladores do mercado (Banco Central e CADE)?

Esses respiram aliviados pois uma grave concentração de mercado que eles aprovaram ninguém entendeu como, não vai mais acontecer.

Surreal como esse movimento cria valor para os envolvidos e resolve várias questões que pareciam impossíveis. 

Saem TODOS fortalecidos dessa.

Inclusive o acionista do Itaú que poderá receber quase meia Xp em dividendos.

Se você ainda não tem ações desse “bancão”, está mais do que na hora.

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