Ray Dalio é um dos maiores investidores do mundo. Seus princípios para selecionar ações é uma referência para investidores que buscam se sair bem em qualquer cenário.
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O norte-americano de 70 anos é o fundador da empresa de investimentos Bridgewater Associates, um dos maiores fundos de hedge do mundo com mais de US$ 150 bilhões em ativos sob gestão.
Sua filosofia de investimento, que leva em conta a observação dos ciclos da economia, fez com que Ray Dalio criasse algumas estratégias de investimentos.
A paridade de risco trouxe o equilíbrio para sua carteira e serviu de base para o famoso modelo "All Weather" para ganhar em qualquer cenário.
“O cálice sagrado para ganhar dinheiro é a diversidade de investimentos não correlacionados”, declara o investidor.
Conheça a estratégia de Ray Dalio que vem se mostrando eficiente para selecionar ações e que o levou a acumular um patrimônio de US$ 18 bilhões, segundo a Forbes.
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A filosofia de investimento de Ray Dalio
Ray Dalio utiliza de uma estratégia de compra de ações que estão abaixo do valor intrínseco da empresa.
Seu método vai além do tradicional value investing. De forma resumida, cinco temas-chave formam a base de sua filosofia de investimento:
1. Ciclos econômicos
Ray Dalio é um macroinvestidor, ou seja, estuda tendências econômicas para encontrar oportunidades e identificar riscos. Isso é diferente do microinvestidor, que prioriza a pesquisa técnica específica da empresa.
A perspectiva macro de Dalio rendeu bons frutos para a Bridgewater.
Estudando os ciclos do mercado, Dalio identificou sinais de problemas antes da crise financeira de 2008 e ajustou as carteiras para se preparar para uma recessão.
A mudança valeu a pena. Em 2008, o fundo Pure Alpha da Bridgewater cresceu, enquanto o fundo de hedge médio perdeu 19%.
2. A inflação é uma ameaça
Ray Dalio vive alertando para o efeito da inflação nos investimentos. Inclusive por isso, ele tem sido um defensor de longa data do ouro como hedge de carteira.
Sua conhecida estratégia de investimento Dalio, o portfólio All Weather, contém uma alocação de 7,5% em ouro.
A Bridgewater detém fundos de ouro, bem como os estoques de mineradores e produtores de ouro.
3. Ativos não correlacionados
Dalio é um grande defensor da diversificação, segundo ele, os investidores podem gerenciar o risco combinando ativos não correlacionados, sem que isso reduza o retorno.
Ativos não correlacionados não se movem juntos, direta ou inversamente. Como exemplo, o ouro e o S&P 500 têm uma correlação baixa, dessa forma, o S&P 500 pode cair sem afetar os preços spot do ouro.
Os portfólios da Bridgewater são diversificados em tipos de ativos, setores e moedas como previsto em sua carteira para todos os climas (“All Weather”).
"A diversificação é de suma importância porque é a forma de manter um bom retorno sem tanto risco. Ou seja, se escolher investimentos que têm aproximadamente o mesmo retorno esperado, mas não estão correlacionados e juntos, pode-se reduzir a 80% do risco sem reduzir o retorno. Portanto, como criar uma boa diversificação é muito importante e isso inclui a diversificação do país”, diz.
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4. Investidor em valor
Ray Dalio não é um investidor puro de "buy and hold". Ele acredita em obter lucros em ações e depois reinvestir.
Seus alvos são ações subvalorizadas, ou seja, ações de boas empresas que estão precificadas abaixo do seu valor em relação à economia ou ao seu setor.
As mudanças no portfólio da Bridgewater em 2021 mostram essa rotação em ação.
A Bridgewater reduziu sua posição no fundo SPDR S&P 500 e aumentou suas participações em fundos de mercados emergentes.
O movimento sinaliza uma crença de que a oportunidade nas grandes capitalizações dos EUA pode estar diminuindo.
Não é novidade que ele é fã dos investimentos na China e acredita que o país passará os Estados Unidos como a grande potência mundial.
5. Cuidado com os vieses comportamentais
Para Dalio, o viés é um dos principais contribuintes para as perdas dos investidores.
Qualquer tipo de crença direcional pode encorajar um investidor a manter posições por muito tempo e perder a oportunidade de obter lucros.
Para mitigar os vieses, o investidor fala para analisar periodicamente como está tomando decisões de investimento. Identifique suas crenças direcionais e então pense no cenário oposto.
Investimentos que Ray Dalio evita
Enquanto Dalio é um grande defensor de ações com desconto e de ouro, ele não também fala abertamente dos investimentos que não gosta.
O estado da economia dita quais investimentos Dalio evita.
Em suas palavras, "os ativos e passivos que você mais gostaria de ter, e aqueles que você mais gostaria de evitar, mudam com o paradigma que existe na época".
No começo desse ano, Dalio via um paradigma que cria retornos negativos ajustados à inflação para dinheiro e títulos e chegou a afirmar que ter dinheiro e títulos é “estúpido”.
Dinheiro
Dalio está preocupado com a inflação global, especialmente nos EUA e alertou para o fim da "era de dinheiro fácil".
Na sua opinião, existem três fatores principais que causam problemas para a economia dos Estados Unidos:
- Gastos que superam os ganhos;
- Agitação social e política;
- Crescente poder da China como líder mundial.
Com esses fatores em jogo, ele recomenda saldos de caixa reduzidos, não apenas em dólar, mas também em euro e iene.
É claro que a maioria dos investidores ainda precisa de algum dinheiro disponível. Pode produzir retornos baixos a negativos, mas o dinheiro também é inestimável em emergências financeiras.
Títulos
Dalio recomenda minimizar a exposição de títulos pelos mesmos motivos. Em uma postagem no LinkedIn de janeiro de 2022, ele promoveu “exposições mínimas em dólares, euros e ienes em moeda e ativos de dívida”.
Segundo ele, “Não vejo nenhum cenário em que o governo permitirá que os retornos em dinheiro sejam melhores do que os retornos de uma carteira bem diversificada e não monetária (por exemplo, All Weather) porque isso causaria problemas terríveis.”
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