Investir em BDRs ou diretamente em ações na bolsa de valores dos EUA são alternativas de investimento no exterior que possuem diferentes características a serem consideradas.

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Com a Selic em seu menor patamar da história, o interesse dos brasileiros por investimentos no exterior vem crescendo.

Aplicar uma parte do patrimônio em ativos no exterior se mostra uma opção interessante tanto para buscar maior rentabilidade, quanto de diversificação e proteção da carteira.

Os investimentos no exterior tendem a se popularizar ainda mais depois que a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) flexibilizou as regras de negociação para as BDRs.

Antes, o investimento em BDR só era possível para investidores qualificados, ou seja, aqueles que possuem mais de R$ 1 milhão investidos e declarados.

A partir de 01 de setembro, pequenos investidores poderão comprar ações de empresas do exterior na Bolsa Brasileira.

Essa é mais uma alternativa para o investidor brasileiro se expor ao dólar.

Agora, o investidor que decide expandir a sua carteira de investimentos com ativos no exterior se depara com uma dúvida: 

Investir em BDRs pela bolsa brasileira ou investir diretamente em ações na Bolsa Americana?

Se você também não sabe o que fazer, veja as principais diferenças entre BDRs e Stocks (ações americanas) e descubra a melhor alternativa.

O que é BDR?

Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são certificados de depósito de valores mobiliários emitidos no Brasil, que possuem como lastro ativos emitidos no exterior.

Ao investir em BDR o investidor passa a deter, indiretamente, ações da companhia com sede em outro país.

Essa é uma alternativa para diversificar a carteira com ações de grandes empresas estrangeiras sem abrir conta em uma corretora no exterior.

O investimento é feito em reais, direto no Home Broker da sua corretora no Brasil.

Algumas BDRs disponíveis na Bolsa Brasileira (B3) são Apple (AAPL34), Facebook (FBOK34), Amazon (AMZO34), Google (GOGL34), entre outras.

Investir em BDR ou direto no exterior?

Investir em BDR é uma forma simples de ter acesso ao mercado internacional.

Com a nova regra da CVM, qualquer investidor brasileiro passa a ter acesso a esse tipo de investimento, trazendo mais uma oportunidade de diversificação da carteira.

Porém, como todo investimento, os BDRs tem suas vantagens e desvantagens, principalmente quando comparada ao investimento direto no exterior.

O que é melhor, investir em BDR ou direto em ações na bolsa estrangeira?

Abaixo, listo as principais vantagens e desvantagens de investir em BDR ou diretamente no exterior para você comparar.

Vantagens de investir em BDR

Os BDRs simplificam o acesso do investidor brasileiro ao mercado internacional e estão disponíveis na B3 para qualquer investidor

Basta ter conta em uma corretora de valores. Pode ser a mesma que você negocia suas ações aqui no Brasil.

Como os ativos são negociados no país, a declaração de imposto de renda é mais simples.

Outra vantagem é que, embora sigam a cotação do dólar e o movimento do ativo no exterior, você opera tudo em reais.

É importante dizer que o BDR não é uma ação propriamente dita, mas um recibo lastreado em ações.

Mesmo assim, o investidor possui os direitos sobre o ativo como voto e recebimento de dividendos.

Caso queira, o BDR pode ser convertido em ações lá fora. Para isso, o investidor precisa entrar em contato com o escriturador e solicitar a conversão.

Cada BDR possui um fator de conversão, que pode ser 1:1, ou seja, 1 BDR representa 1 ação da empresa, 2:1 e assim por diante.

Resumidamente, as vantagens de investir em BDR são:

  • Investimento pela corretora que já tem conta;
  • Operações em reais;
  • Não tem custo para transferir dinheiro para o exterior;
  • Declaração de imposto de renda mais simples;
  • Diversificação em ativos lastreados em ações estrangeiras.

Desvantagens de investir em BDR

Ao investir em BRD você não está comprando o ativo em si, mas sim um certificado com lastro em algum ativo no exterior.

Isso significa que você não é efetivamente sócio da empresa, embora tenha direito a dividendos.

O fato é que, embora variem de acordo com o dólar, o dinheiro está no Brasil, portanto seus investimentos continuam em reais.

O número de BDRs disponíveis também é bem menor quando comparado aos ativos disponíveis ao investir direto no exterior.

Como o BRD é emitido por uma instituição depositária do Brasil, esta precisa demonstrar interesse em emitir.

A liquidez do BDR também é bem menor que a das ações propriamente ditas.

Certamente sua liberação para todos os investidores pode colaborar para aumentar a liquidez, mas ainda vai levar um tempo para o ativo se popularizar.

Investir em ações no Brasil oferece a isenção de imposto sobre o ganho de capital até limite de R$ 20 mil e no exterior para R$ 35 mil.

Já no caso do BDR não há isenção de imposto e o investidor terá que pagar 15% sobre o ganho. 

Além do imposto, há a retenção de 5% dos dividendos por parte das instituições emissoras dos BDRs.

Esta é a forma que essas instituições acharam para lucrar com os BDRs.

Dessa forma, a rentabilidade do investimento pode ser prejudicada no longo prazo. 

As desvantagens de investir em BDR são:

  • Baixo número de ativos disponíveis;
  • Investidor não possui os ativos, de fato;
  • Retenção de 5% dos dividendos;
  • Menor liquidez;
  • Mantém seu investimento em reais;
  • Sem isenção de imposto.

Investir direto no exterior

Para investir no exterior é preciso abrir conta em uma corretora internacional e enviar dinheiro para fora do país.

Atualmente o processo para abrir conta no exterior é muito mais fácil.

Corretoras como a Avenue Securities, TD Ameritrade, Fidelity, permitem a abertura de conta por estrangeiros.

Vantagens de investir diretamente no exterior

Ao investir diretamente no exterior você tem acesso a mais de 8 mil ativos na bolsa americana, enquanto que em BRDs, só existem 557 atualmente.

Seu patrimônio estará em dólar. Assim, além da diversificação, você protege que seu dinheiro fique todo concentrado no Brasil.

As principais vantagens de investir diretamente no exterior:

  • Acesso a todos os ativos da bolsa americana, incluindo ações de empresas (stocks), ETFs e REITs (fundos imobiliários americanos);
  • Patrimônio em outra moeda, fora do Brasil;
  • Ativos com liquidez;
  • Sem taxa extra sobre os dividendos.

Desvantagens de investir diretamente no exterior

Para investir diretamente na bolsa americana há o custo do envio de dinheiro (spread e IOF). 

Além disso, o processo de declaração de imposto de renda é mais complexo.

Nos EUA, caso você tenha um patrimônio acima de US$ 60 mil e venha a falecer, estará sujeitos às leis de imposto sobre herança.

Resumindo, as desvantagens de investir direto no exterior são:

  • Custos de envio de dinheiro para o exterior;
  • Declaração de Imposto de Renda mais complexo;
  • Imposto sobre herança acima de US$ 60 mil.

BDR ou investir em ações no exterior, o que vale mais a pena?

Tanto o investimento em BDRs quanto em ações americanas no exterior têm suas características que devem ser analisadas por cada investidor.

Após considerar os prós e contras de cada opção, você será capaz de escolher a melhor opção para seus objetivos e patrimônio.

Para aqueles que pretendem viver no exterior, passear, estudar ou qualquer outro motivo, investir diretamente na Bolsa Americana pode ser uma alternativa.

Assim, já terá seus investimentos e dividendos em dólar, sem a necessidade de fazer o câmbio.

Por outro lado, a liberação dos BDRs para todos os investidores representa uma modernização do nosso mercado financeiro e só vem para beneficiar os brasileiros.

Os BDRs podem ser o primeiro contato com as ações no exterior e uma melhor e mais eficiente alocação de ativos.

Independente de qual escolher, a diversificação internacional é muito importante para proteção da carteira.