A Petrobras (PETR4) está envolvida em cinco grandes processos de arbitragem - modalidade de resolução de conflitos sem a participação do Poder Judiciário - com investidores que buscam o ressarcimento de perdas decorrentes de eventual comunicação falsa ou incompleta ao mercado por parte da companhia.

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A conta para a estatal, caso todos os processos tenham decisão desfavorável para a companhia, pode chegar a R$ 60 bilhões, segundo apurou o Estadão.

Os casos incluem tanto investidores nacionais quanto estrangeiros e vieram na esteira da Operação Lava Jato, que apontou práticas ilícitas na estatal.

Essas arbitragens englobam centenas de investidores que tinham ações da estatal à época, incluindo os maiores fundos de pensão do País - o de funcionários da própria Petrobras, a Petros, e o do Banco do Brasil (BBAS3), a Previ.

O tema vem sendo acompanhado de perto pelo mercado financeiro porque não há casos conhecidos de ressarcimento de danos aos investidores realizados diretamente por companhias no Brasil - embora isso seja comum em outros países, como os EUA.

Entre os defensores desse tipo de indenização ao investidor está a alegação de que isso ajudaria a mitigar a desconfiança no mercado financeiro, algo que pesa contra aportes estrangeiros por aqui.

No entanto, há quem alegue que a Legislação brasileira não permite esse tipo de cobrança de empresas.

Um argumento comum a todos as cinco queixas é que a Petrobras não teria sido transparente sobre dois temas: a situação de suas operações e a qualificação de seus executivos.

Além disso, os representantes dos investidores alegam que a estatal teria divulgado informações falsas ao mercado.

Ou seja: as demandas se referem a comunicações da empresa, e não aos atos de corrupção investigados no âmbito da Lava Jato.

Uma das alegações das arbitragens é de que a estatal mentiu sobre a situação de refinarias como a Abreu e Lima ao dizer ao mercado que estes ativos eram superavitários enquanto relatórios internos indicavam perdas.

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Dizem ainda que a Petrobras divulgou que seus diretores eram selecionados com base em qualificações técnicas, e não políticas.

As arbitragens já estavam em curso, mas ganharam os holofotes depois de um acordo fechado nos EUA.

O acordo, firmado em 2018 para encerrar uma disputa judicial, pagou indenizações aos investidores que compraram papéis da empresa no mercado americano.

O valor foi de R$ 2,95 bilhões. Foi a partir desse caso que se começou a estimar o tamanho do ressarcimento por aqui.

O valor, que dependerá das decisões dessas arbitragens, ainda passará por análise técnica. Até agora, o patamar de R$ 60 bilhões se baseia em estimativas.

Parte dos investidores estrangeiros que tinham papéis da petroleira comprados diretamente na Bolsa brasileira tenta o ressarcimento por aqui, já que foram excluídos do acordo fechado nos Estados Unidos.

Há dois grupos formados apenas por investidores internacionais com arbitragens em curso. Uma das teses é de que houve, além de todos os problemas, tratamento desigual entre diferentes grupos de estrangeiros.

Os advogados dos investidores - tanto os locais quanto os de fora - carregam nas mãos o acordo firmado pela Petrobras com a SEC, órgão regulador do mercado de capitais dos EUA, e pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ).

Para eles, a companhia admitiu ali que cometeu atos ilícitos e que desinformou o mercado. A estatal discorda e tem usado um time de advogados para evitar pagar indenizações bilionárias.

Além disso, a visão interna seria de que a Petrobras seria na verdade vítima de um esquema de corrupção - e que só fechou o acordo por causa de características restritas ao sistema legal americano.

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Resultado da Petrobras no Quarto Trimestre de 2020

O resultado da Petrobras (PETR4) no quarto trimestre de 2020 (4t20), divulgado no dia 24 de fevereiro, apresentou um lucro líquido de R$ 59,9 bilhões, alta de 634,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda ajustado da Petrobras atingiu R$ 47,0 bilhões no 4t20, apresentando crescimento de 28,8% na comparação com o 4t19.

A margem Ebitda ajustada da Petrobras totalizou 63% no 4t20, apresentando crescimento de 18 pontos percentuais na comparação com o 4t19. 

A Margem líquida da Petrobras atingiu 79,9% no 4t20, apresentando crescimento de 69,9 pontos percentuais na comparação com o 4t19.

As ações da Petrobras (PETR4) acumulam alta de 2,04% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e alta de 45,37% nos últimos 12 meses.

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Fonte: Estadão Conteúdo.