O impacto da pandemia sobre os bancos, num cenário severo de inadimplência de empresas e de trabalhadores vulneráveis, caiu 50% no novo teste de estresse divulgado ontem (15) pelo Banco Central (BC).

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Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, o BC teria de aportar R$ 35 bilhões na simulação que considera um choque severo da covid-19 sobre o sistema financeiro nacional, o que representa a metade do teste anterior, feito em maio.

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Hoje, os aportes necessários em situação de severo estresse somariam 3,5% do total do patrimônio de referência do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Segundo o BC, o novo teste é mais preciso porque considera dados observados ao longo da pandemia.

Em maio, a simulação baseava-se em premissas teóricas sobre a evolução de casos e da atividade econômica.

No teste de estresse, o BC simula o quanto uma situação de severa inadimplência e de corrida aos bancos impacta o cumprimento dos limites regulatórios mínimos pelas instituições financeiras e quanto a autoridade monetária precisaria aportar ao sistema financeiro.

Entre esses limites estão a manutenção de uma reserva em caixa para garantir que os bancos paguem todos os clientes que forem sacar dinheiro em momentos de crise.

Segundo o Banco Central, a melhoria dos fluxos de recebimento de vários setores da economia até agosto contribuiu para a redução do impacto da pandemia depois da queda acentuada registrada em abril e maio.

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Apesar das simulações de cenários severos, o BC considera que o Sistema Financeiro Nacional está bem capitalizado, provisionado (com reservas) e com liquidez elevada para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.

Na avaliação da autoridade monetária, diversas medidas tomadas nos últimos meses, como a injeção de R$ 1,2 trilhão na economia e a postergação de pagamentos de impostos e de dívidas, ajudaram a manter o fluxo de crédito para a economia real e garantiram o funcionamento do mercado.

“Os mercados financeiros funcionaram adequadamente, e o balanço do sistema bancário cresceu consideravelmente no primeiro semestre de 2020, com elevado volume de captações e suprimento de crédito para a economia real no ritmo mais acelerado dos últimos cinco anos”, destacou o relatório.

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Riscos

O relatório, no entanto, admitiu que existem fontes de preocupação para o sistema financeiro.

De acordo com o texto, a atual taxa Selic (juros básicos da economia) de 2% ao ano pode aumentar a volatilidade de preços de ativos econômicos, como títulos públicos e dólar.

Outro risco, que será monitorado pelo BC, são impacto da redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 e o fim da carência no pagamento de vários tipos de dívidas adiadas no início da pandemia.

Para reduzir esses riscos, o sistema bancário aumentou o volume de provisões, reservas usadas para cobrir eventuais inadimplências.

O índice de cobertura de ativos problemáticos atingiu 87,83% em junho, praticamente o mesmo nível observado em março (87,89%).

Os níveis são os mais altos observados desde o segundo semestre de 2015, quando o índice ultrapassou 88% após a retirada do grau de investimento (selo de bom pagador) do Brasil por agências internacionais de classificação de risco.

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Fonte: Agência Brasil.