O “efeito coronavírus” tem gerado desafios na economia nas últimas semanas, devido ao fechamento dos negócios e o impacto imediato na economia brasileira.
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Em vista da rápida disseminação do vírus Wuhan descoberto no final de 2019, passou a existir a certeza de que haverá impacto econômico global e no Brasil.
A partir deste fato, diversas instituições financeiras levaram a uma mudança para baixo na pontuação do Ibovespa, em meio à temporada de balanços de empresas do 4T19.
As incertezas envolvem o comprometimento do crescimento econômico para 2020, com o mercado precificando que haverá uma desaceleração da economia mundial.
Neste artigo, eu vou te explicar qual o Impacto do Coronavírus na Economia Brasileira e a consequência nas empresas listadas na bovespa.
Vou mostrar os setores da bolsa de valores que foram mais impactados pela pandemia de coronavírus, e quais setores mais resilientes a esta crise.
Ao final do artigo, vou revelar quais as ações mais impactadas pela pandemia de coronavírus, e quais ações podem ser uma opção de investimento neste período de tensão nos mercados.
Vamos lá?
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Novo Coronavírus (COVID-19)
O novo coronavírus que surgiu na cidade chinesa de Wuhan, foi descoberto no final de 2019, ele provoca infecções respiratórias sendo conhecido como COVID-19.
Na comparação com outras epidemias do coronavírus, o COVID-19 vem registrando relevante número de casos, e já ultrapassa a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS).
Em 2002, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) teve 8.096 casos, enquanto a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) apresentou 2.519 casos em 2012.
Em fevereiro os especialistas da OMS declararam que passou o pico de contaminação do coronavírus na China.
Entretanto, a preocupação é com o avanço de novos casos fora da China.
De acordo com a última atualização da Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de casos já ultrapassa 1,2 milhão, de onde vem crescendo rapidamente nos Estados Unidos, Espanha e Itália.
Em decorrência do avanço da epidemia nos países, são inúmeras as preocupações quanto ao impacto da epidemia nos negócios e na economia, favorecendo o aumento das incertezas.
Qual o impacto para a economia brasileira?
A pandemia de coronavírus já trouxe grandes impactos para a economia mundial, afetando diversos países através da interrupção nas cadeias de suprimento globais, ocasionando uma menor demanda por bens e serviços importados.
Em 2003, quando ocorreu o pico da epidemia de SARS, a produção industrial e as vendas do varejo apresentaram menor performance, naquela época a China representava 4% do crescimento mundial.
Atualmente, por conta de uma economia mais globalizada, a China apresentou crescimento em sua participação no PIB mundial, apresentando grande influência no crescimento econômico mundial.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil representando aproximadamente 30% das exportações brasileiras, uma retração em seu crescimento econômico tende a prejudicar a balança comercial brasileira.
Outro ponto são as importações da China composto por diversos tipos de produtos manufaturados utilizado na fabricação de produtos brasileiros, onde uma paralisação na fabricação chinesa, poderá impactar a produção industrial no Brasil.
No último relatório realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi revisado para 2,4% a projeção para o crescimento da economia mundial em 2020, e para 3,3% em 2021.
Para o Brasil, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimentos Econômico (OCDE) projetou o crescimento do PIB em 1,7% para 2020 e 1,8% em 2021.
E para a China, a projeção para o crescimento econômico foi de 4,9% em 2020 e 6,4% em 2021, conforme o último relatório publicado em março.
Setores impactados pelo coronavírus
Confira os setores mais impactados pela pandemia de coronavírus:
Açúcar e Etanol
Devido à queda acentuada no preço das commodities no exterior, o setor de açúcar e etanol deve ser prejudicado, especificamente o segmento de etanol devido à influência com o preço do petróleo.
Recentemente a OPEP vem apresentando dificuldade em realizar um acordo com a Rússia, diante deste fato e com a menor demanda chinesa é bem provável que o setor de açúcar e Etanol seja prejudicado.
Setor Aéreo
Diante da menor demanda no turismo internacional decorrente da pandemia de coronavírus, e com a desvalorização do Real frente ao dólar é esperado que o setor aéreo seja altamente impactado.
Nos últimos meses a procura por viagens corporativas e de lazer têm apresentado retração, no momento as companhias aéreas como a Gol (GOLL4) e a Azul (AZUL4) vem realizando estratégias, a fim de se adequar à nova demanda de procura por viagens no mercado.
Alimentos e Agronegócio
O setor de alimentos e agronegócio deve ser altamente impactado pela pandemia de coronavírus, diante da exposição dos exportadores brasileiros ao mercado chinês, a demanda por proteínas animal e grãos deve apresentar menor performance, devido a menor demanda por carne e grãos.
Dentre as empresas que estão inseridas neste setor, a Minerva (BEEF3) deve ser a companhia mais afetada, devido a sua alta exposição ao mercado chinês.
Produção Industrial
Com a recente paralisação das indústrias, o setor de produção industrial deve ser impactado, porém devido à pouca exposição à China de empresas como a Tupy (TUPY3), é provável que o impacto seja menor comparado a outros setores.
De acordo com o governo chinês, as perdas com a paralisação da fabricação devem ser recuperadas no decorrer de 2020.
Energia Elétrica
O setor de energia elétrica deve sofrer impacto, como a falta de insumos no segmento de geração, visto que a procura é alta por painéis solares produzidos na China.
Empresas como a AES Tietê (TIET11), apresenta alguns projetos pequenos de geração, mas que pode ser impactada pelo desabastecimento do mercado de painéis solares.
Mineração
O setor de mineração deve apresentar impactos decorrente da pandemia de coronavírus, devido à queda no preço de minério de ferro.
Dentro deste setor se enquadra a companhia Vale (VALE3), no qual sua geração de caixa é influenciada pela variação no preço das commodities.
A companhia também apresenta grande exposição a China, representando mais de 60% das vendas totais de minério de ferro da companhia.
No entanto, a queda acentuada no preço do frete deve equilibrar o preço do minério de ferro amenizando o impacto.
Papel e Celulose
Com a paralisação de fábricas na China é provável um impacto considerado no setor de papel e celulose, a China consome aproximadamente 36% de toda demanda global de celulose.
Diante deste fato, empresas como a Suzano (SUZB3), que apresenta 50% de sua receita originada da Ásia, deve ser impactada no curto prazo.
Por outro lado, a desvalorização do real frente ao dólar pode beneficiar essas companhias em um primeiro momento, devido sua exposição ao mercado externo.
Porém a queda de preço das commodities deverá afetar seus resultados.
Petróleo e gás
O setor de petróleo e gás deve ser um dos setores mais afetados, além da queda acentuada no preço das commodities, alguns fatores como a diminuição da atividade industrial deve afetar o setor.
Uma possível melhora poderia vir através do acordo dos membros da OPEP, o que limitaria a queda no preço das commodities.
Recentemente a Petrobras (PETR3) afirmou que diminuiu para 50% suas exportações destinadas a China, concentrando as exportações para os Estados Unidos, Caribe e Europa como estratégia de reduzir o impacto em suas operações.
Siderurgia
O setor siderúrgico deve apresentar baixo impacto, as principais siderúrgicas como a Gerdau (GGBR3) e Usiminas (USIM5) concentram suas atividades no mercado interno, o que faz com que o impacto da pandemia de coronavírus para este setor seja menor.
Entretanto, a menor demanda mundial por aço e a redução no preço de seus produtos devem impactar as operações das companhias no Brasil.
Transporte
O setor de transporte deve apresentar menor impacto, as empresas de concessões como a CCR (CCRO3) podem apresentar menor performance devido ao baixo fluxo decorrente da pandemia de coronavírus.
Em relação às locadoras de veículos, pode ocorrer um menor impacto decorrente da pouca procura por aluguéis de carros.
Mas como as locadoras vem diversificando suas operações nos segmentos de Rent a Car (RAC) e Gestão e Terceirização de Frotas (GTF), os impactos em suas operações devem ser amenizados.
Varejo
Como medidas para conter a disseminação do COVID-19, muitas companhias tiveram que fechar suas lojas, o que poderá ocasionar perda de sua receita devido a retração dos consumidores neste período.
Por outro lado, as companhias farmacêuticas devem se beneficiar dessa situação, decorrente da alta procura por produtos de saúde, o que pode favorecer as vendas durante a pandemia de coronavírus.
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Setores resilientes ao coronavírus
Confira os setores menos impactados pela pandemia de coronavírus:
Bancos e Serviços Financeiros
O setor de bancos e serviços financeiros deve apresentar quase nenhum impacto em suas operações ocasionado pela pandemia de coronavírus, o setor não apresenta exposição aos mercados, o que acaba sendo um dos setores favorecidos neste período.
A preocupação seria com a inadimplência, visto que a atividade econômica vem apresentando enfraquecimento no período, no entanto este impacto seria reduzido nos próximos meses com a recuperação da atividade econômica.
As ações do Banco Itaú (ITUB3) podem ser uma boa oportunidade de investimento neste setor.
Educação
O setor de educação está exposto ao mercado interno, por este fato as empresas do setor de educação apenas serão impactadas caso ocorra uma deterioração no cenário econômico brasileiro.
As diversas medidas impostas pelos governos para conter a pandemia de coronavírus não devem afetar a captação de alunos, e a continuidade das operações no curto prazo.
As ações da Kroton Educacional (COGN3) podem ser uma boa oportunidade de investimento neste setor.
Imobiliário
O setor imobiliário é outro setor ligado ao mercado interno, desta forma os impactos viriam da desaceleração do crescimento da atividade econômica no Brasil.
Alguns fatores que poderiam afetar as operações deste setor, seria o aumento nos custos das obras, e atraso na evolução de obras e entregas impactando as vendas.
As ações da MRV (MRVE3) podem ser uma boa oportunidade de investimento neste setor.
Saneamento
O setor de saneamento é sem dúvidas, um dos setores mais resilientes a pandemia de coronavírus.
Muitas empresas que fazem parte deste setor estão acompanhando os desdobramentos do COVID-19, porém não mudaram sua estratégia empresarial.
As ações da Sanepar (SAPR11) podem ser uma boa oportunidade de investimento neste setor.
Setores que mais caíram na Bolsa de Valores
Confira os setores das empresas listadas na bovespa que mais caíram na bolsa de valores com a pandemia de coronavírus:
Setor | Oscilação |
Programas de Fidelização | -57% |
Transporte Aéreo | -53% |
Viagens e Turismo | -51% |
Material Aeronáutico e de Defesa | -41% |
Aluguel de carros | -41% |
Siderurgia | -39% |
Construção Civil | -38% |
Eletrodomésticos | -34% |
Exploração de Imóveis | -33% |
Tecidos, Vestuário e Calçados | -33% |
Petroquímicos | -32% |
Motores, Compressores e Outros | -31% |
Água e Saneamento | -29% |
Produtos de Uso Pessoal | -26% |
Seguradoras | -25% |
Bancos | -25% |
Petróleo, Gás e Biocombustíveis | -24% |
Serviços Financeiros Diversos | -23% |
Serviços Educacionais | -23% |
Energia Elétrica | -22% |
Programas e Serviços | -20% |
Medicamentos | -19% |
Bebidas | -17% |
Serviços Hospitalares | -17% |
Papel e Celulose | -13% |
Carnes e Derivados | -12% |
Telecomunicações | -9% |
Produtos Diversos | -3% |
Alimentos | -2% |
Minerais Metálicos | -1% |
Transporte Ferroviário | 4% |
* Fonte: GuiaInvest - Cotação com fechamento de 06/04/2020.
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Ações que mais caíram na Bolsa de Valores
Confira ações que mais caíram na bolsa de valores nos últimos 30 dias com a pandemia de coronavírus:
Sigla | Nome | Oscilação |
VVAR3 | VIA VAREJO ON | -59,95% |
AZUL4 | AZUL PN | -58,53% |
SMLS3 | SMILES ON | -57,72% |
CVCB3 | CVC BRASIL ON | -51,18% |
CYRE3 | CYRELA REALT ON | -49,26% |
GOLL4 | GOL PN | -48,03% |
COGN3 | COGNA ON | -46,78% |
USIM5 | USIMINAS PNA | -46,12% |
EMBR3 | EMBRAER ON | -41,39% |
YDUQ3 | YDUQS PART | -39,78% |
GOAU4 | GERDAU MET PN | -37,63% |
BRML3 | BR MALLS PAR ON | -37,38% |
CSNA3 | SID NACIONAL ON | -36,72% |
RENT3 | LOCALIZA ON | -35,11% |
IRBR3 | IRB BRASIL RE ON | -34,70% |
HGTX3 | CIA HERING ON | -34,51% |
GGBR4 | GERDAU PN | -34,49% |
CMIG4 | CEMIG PN | -34,33% |
CIEL3 | CIELO ON | -33,84% |
BPAC11 | BTGP BANCO UNT | -33,44% |
IGTA3 | IGUATEMI ON | -32,26% |
EQTL3 | EQUATORIAL ON | -32,09% |
BRKM5 | BRASKEM PNA | -31,35% |
SBSP3 | SABESP ON | -31,13% |
ECOR3 | ECORODOVIAS ON | -31,06% |
MULT3 | MULTIPLAN ON | -29,29% |
PETR3 | PETROBRAS ON | -29,26% |
ELET3 | ELETROBRAS ON | -28,53% |
BBAS3 | BRASIL ON | -28,36% |
MRVE3 | MRV ON | -27,05% |
NTCO3 | GRUPO NATURA | -26,56% |
PETR4 | PETROBRAS PN | -25,84% |
LREN3 | LOJAS RENNER ON | -25,44% |
BRDT3 | PETROBRAS BR | -23,95% |
FLRY3 | FLEURY ON | -23,85% |
ELET6 | ELETROBRAS PNB | -23,84% |
UGPA3 | ULTRAPAR ON | -23,26% |
SANB11 | SANTANDER BR UNT | -23,12% |
BRFS3 | BRF SA ON | -22,80% |
BBDC4 | BRADESCO PN | -22,05% |
CSAN3 | COSAN ON | -21,89% |
HYPE3 | HYPERMARCAS ON | -21,61% |
ITUB4 | ITAU UNIBANCO PN | -21,46% |
TOTS3 | TOTVS ON | -21,13% |
KLBN11 | KLABIN S/A UNT | -20,97% |
ITSA4 | ITAUSA PN | -20,93% |
QUAL3 | QUALICORP ON | -20,26% |
BBDC3 | BRADESCO ON | -18,82% |
EGIE3 | ENGIE BRASIL ON | -17,77% |
ENBR3 | ENERGIAS BR ON | -17,58% |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | -16,78% |
RADL3 | RAIADROGASIL ON | -16,65% |
GNDI3 | INTERMEDICA ON | -16,64% |
BBSE3 | BBSEGURIDADE ON | -16,17% |
WEGE3 | WEG ON | -15,83% |
SULA11 | SUL AMERICA UNT | -15,07% |
MRFG3 | MARFRIG ON | -13,59% |
TIMP3 | TIM PART S/A ON | -13,18% |
CCRO3 | CCR SA ON | -13,12% |
LAME4 | LOJAS AMERIC PN | -12,16% |
B3SA3 | B3 | -11,91% |
BRAP4 | BRADESPAR PN | -8,87% |
TAEE11 | TAESA UNT | -8,68% |
MGLU3 | MAGAZ LUIZA ON | -8,05% |
VIVT4 | TELEF BRASIL PN | -6,14% |
SUZB3 | SUZANO PAPEL ON | -5,67% |
PCAR3 | P.ACUCAR-CBD ON | -3,72% |
HAPV3 | HAPVIDA ON | -2,56% |
CRFB3 | CARREFOUR BR ON | -0,89% |
VALE3 | VALE ON | -0,49% |
JBSS3 | JBS ON | 0,52% |
BTOW3 | B2W DIGITAL ON | 3,47% |
RAIL3 | RUMO S.A. ON | 4,56% |
* Fonte: GuiaInvest - Cotação com fechamento de 06/04/2020.
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Conclusão
O impacto do coronavírus da economia brasileira ainda é incerto, o que faz com que os investidores tenham maior aversão ao risco.
Em um cenário pessimista, alguns analistas projetaram a recuperação da economia em 5 meses, levando em consideração fatores como o descumprimento das recomendações da OMS, e investigação demorada para o tratamento da epidemia.
Por outro lado, em um cenário otimista os analistas esperam uma recuperação da economia em 3 meses, levando em consideração fatores como o cumprimento das recomendações da OMS, e tratamento eficaz para o COVID-19.
Diante das incertezas dos impactos econômicos causados pela pandemia de coronavírus, e quanto tempo esta crise permanecerá, é recomendável que os investidores procurem por empresas de setores resilientes à crise.
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