O que é Ilusão de Correlação

Ilusão de Correlação é uma tendência psicológica que temos de estabelecer erroneamente relações de causa e efeito entre elementos completamente independentes.

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Considera-se a Ilusão de Correlação como um viés cognitivo porque produz uma percepção que não corresponde à realidade, fazendo com que tenhamos uma interpretação equivocada sobre o resultado de algo esperado e aquilo que o produziu.

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Como funciona a Ilusão de Correlação

A Ilusão de correlação funciona através do estabelecimento causal entre uma determinada ação, situação, circunstância, etc e um resultado posterior.

Ou seja, dado um elemento A ocorre um resultado B. É evidente que existem relações causais, pois caso não existissem nada no mundo aconteceria, entretanto relações causais verdadeiras são bastante diferentes de relações causais produzidas pela ilusão de correlação.

A ilusão de correlação é muitas vezes reforçada pela indução, pela superstição e pela falta de perspectiva.

A indução ocorre quando a pessoa verifica um determinado efeito conectado, de alguma forma, a uma causa e generaliza aquela relação como causal

Exemplo: alguém que em uma ou duas oportunidades decidiu ir ao cinema e nas duas ocasiões choveu. A partir daí ele generaliza e entende que sempre que for ao cinema vai chover, o que não é verdade.

A superstição é uma crença que existe sem nenhuma justificativa lógica para ela. Nesse caso, a pessoa é levada a acreditar que necessariamente um elemento A causa uma situação B. Exemplo: passar debaixo de uma escada causa má sorte.

E, por fim, a ilusão de correlação também decorre da falta de perspectiva. Isso ocorre porque a pessoa seleciona uma causa e um efeito e ignora todas as outras variáveis. Exemplo: alguém que é demitido e acredita que foi por causa de uma piada que contou no ambiente de trabalho.

Nesse caso, a pessoa perde a perspectiva de que na verdade foram vários os fatores que causaram sua demissão, como os atrasos recorrentes, falta de bons resultados, etc.

Ilusão de Correlação e Relações causais verdadeiras

É preciso compreender melhor algumas diferenças principais entre elas, pois as relações causais verdadeiras, em geral, são muito mais evidentes, lógicas e perceptíveis.

São mais evidentes porque são mais intuitivas para nós. E por isso traçamos instintivamente uma conexão entre a causa e o efeito. 

São mais lógicas porque podemos quantificar (através da matemática, da física, etc) a razão pela qual um efeito ocorreu. 

E, por fim, são mais perceptíveis porque nossos sentidos captam melhor tanto a causa quanto o efeito.

Pense no feixe de um raio e em seguida o som de um trovão. Mesmo que você não soubesse que o raio foi o causador do barulho, ao ouvir o som e em seguida ver o raio fica mais evidente a existência de uma conexão entre eles.

Além disso, a física pode explicar matematicamente a razão pela qual o feixe do raio é anterior ao som, e também a razão pela qual o raio produz o trovão.

Diferentemente, a Ilusão de Correlação pode fazer alguém supor que naquele mesmo dia apenas choveu porque “todo sábado que cai no dia 20 chove”, o que não faz o menor sentido e não tem conexão nenhuma.

Ilusão de Correlação e mercado financeiro

É natural que todos nós em algum momento sejamos vítimas da ilusão de correlação, pois eventos acontecem o tempo todo e é impossível saber precisamente a causa de tudo.

Entretanto, quando falamos de investimentos, é especialmente importante termos atenção para não sermos prejudicados pela ilusão de correlação.

O mercado de investimentos muitas vezes trabalha com expectativas, projeções, indicadores, especulações, etc. Sendo assim, existe um elemento sempre destinado ao futuro, ao que vai ocorrer com nossos investimentos, qual será o resultado de nossas escolhas e decisões.

Através de critérios mais sólidos e racionais podemos estabelecer relações causais verdadeiras e não sermos enganados pela ilusão de correlação.

Portanto, é preciso ter atenção e saber filtrar os diferentes elementos e variáveis para realizar a melhor alocação de ativos, com o objetivo de conquistar independência financeira a médio e longo prazo.