Adentrando aos 104 mil pontos começamos a nos perguntar: será que a bolsa de valores está cara nesses patamares? É hora de se desfazer das ações, reforçar o caixa e aguardar uma oportunidade mais clara?

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Antes de qualquer coisa, estar com caixa reforçado e pronta para oportunidades deve ser um estado permanente do investidor, o que me permite elencar alguns motivos para acreditar que a bolsa brasileira ainda pode mais durante 2020.

O primeiro motivo é pela reforma tributária que está em andamento.

A quebra dela em pequenas partes mostra boa vontade tanto do Executivo quanto do Legislativo para dar andamento às reformas, priorizando pontos de maior consenso para agora e postergando pautas mais sensíveis.

Reforma Tributária e Início dos Balanços 2T2020

Ontem o ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou uma proposta de Reforma Tributária.

Como esperado, essa primeira fase da reforma veio apenas com um ponto de maior consenso entre os poderes e a própria equipe econômica, que é a unificação do PIS e Cofins.

O texto inicial trata tão somente de uma Contribuição de Bens e Serviços (CBS), com uma alíquota de 12%.

Outras discussões como tributação de dividendos, desoneração de folha, redução de IRPJ, “nova CPMF” e afins, ficarão para uma segunda fase da reforma.

Outro fator importante para a continuidade da alta da bolsa são os resultados do 2º trimestre de 2020.

WEG (WEGE3), Lojas Renner (LREN3) e Neoenergia (NEOE3) entregarão, após a escrita desse artigo, seus balanços referentes ao 2T2020 ao mercado.

Expectativas para os Resultados do 2T2020

Como já foi pontuado aqui, as expectativas são de resultados ruins, péssimos.

No caso específico dessas 3 primeiras empresas talvez até não seja o caso.

Não me soaria normal a Weg apresentando resultado ruim. Mas não falo de exceções, falo do contexto geral.

No contexto geral, a expectativa é ruim.

Mas se o resultado esperado é ruim, por que isso pode ser bom para bolsa?

A resposta é simples: vai ser difícil algum resultado vir abaixo do esperado pelo mercado.

Um resultado muito ruim de qualquer empresa não deve ser penalizado no momento, uma vez que o auge da crise fico mesmo nos meses de abril e de maio.

Qualquer surpresa positiva pontual pode gerar fortes rallys em casos específicos.

Questões globais também são pontos favoráveis a bolsa no momento.

Aumenta o otimismo com o desenvolvimento de uma possível vacina que imunize a população do novo coronavírus.

A vacina desenvolvida por Oxford vem dando resultados satisfatórios e avançou para a terceira fase de testes, enquanto a vacina chinesa já está no Brasil para testes humanos.

Soma-se a isso mais um pacote cavalar de estímulos de 750 bilhões de euros para ajudar países mais afetados pela pandemia na Zona do Euro.

Itália e Espanha serão os principais destinos desses recursos.

O noticiário macro vem carregando a estética de que não dá para apostar contra o mercado, ao menos não nesse momento.

Os estímulos evitaram o pior e o excesso de liquidez está fazendo preço.

Como até mesmo Damodaran, guru do valuation, falou na Expert da Xp, essa foi uma das crises combatidas de maneira mais organizada e o mercado não está louco de subir.

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Há fundamento por trás desse processo.

Claro, sempre aparecem distorções: empresas que estão subindo de forma sobremedida, tal qual algumas ações que caíram ficaram esquecidas lá nos preços de pânico.

Mas vamos olhar para o que é estrutural e alguns motivos para investir na bolsa hoje são:

  1. Queda da Selic: pode chegar a 2 % na próxima reunião (3 de agosto);
  2. Custo de oportunidade: ficar fora da bolsa de valores hoje é extremamente desconfortável, não há escolha, ao mesmo tempo que tudo está subindo de maneira sincronizada e o investidor sofre do medo de ficar de fora.
    Os acrônimos There Is No Alternative (TINA) e Fear Of Missing Out (FOMO) estão em linha.

De toda forma, sempre lembro que devemos manter nossa reserva de emergência em títulos públicos, algo a parte do nosso portfólio.

Olhando para o portfólio em si, precisamos saber se posicionar sobre cases pontuais e de maneira diversificada.

Primeiro, precisamos expandir o horizonte e olhar para tendências.

Segundo, precisamos olhar para onde enxergamos qualidade:

quais empresas passaram de maneira saudável pela crise?

Quais empresas estão com seus caixas reforçados, com projetos andando a pleno vapor?

Quais empresas estão buscando expandir as suas operações?

Quais estão focando naquilo que já sabem fazer?

E por último, devemos nos perguntar: existe algo gritando de tão barato dentro desse universo?

Essas perguntas já foram bem difíceis de serem respondidas, mas graças a tecnologia e a acessibilidade à informação, isso é facilmente respondido por qualquer pessoa que esteja começando a investir.

Seguimos firmes. Tudo passa.

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