O que é Guerra Cambial

Guerra cambial é um conjunto de medidas adotadas por diversos países para conter a valorização de moedas

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Com a diferença entre os preços das moedas que afetam a comercialização de produtos, muitas vezes é necessário criar mecanismos de proteção.

A valorização ou desvalorização de uma moeda é um importante indicador do comércio nacional e mundial. 

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Como funciona a Guerra Cambial

Para saber se um país está alterando seu câmbio, é preciso analisar 3 principais parâmetros: 

  • Reservas de moedas estrangeiras de um determinado país, se em um período de 6 meses forem maiores que as importações.
  • Superávit em conta corrente, como por exemplo o PIB (Produto Interno Bruto) em percentual maior que zero
  • Aumento da relação reservas/PIB na última década

Os países que cumprem os 3 princípios acima são: 

  • Economias desenvolvidas: suíça e Japão
  • Países com industrialização recente: Cingapura, Taiwan e Israel
  • Países asiáticos: Malásia, Tailândia e China 
  • Países exportadores de petróleo: Arábia Saudita e Rússia

Nesse sentido, entende-se que há algumas políticas monetárias adotadas por esses países que podem influenciar no comércio internacional.

História da Guerra Cambial

O termo Guerra Cambial ficou conhecido em 2010, quando o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou assim as ações políticas cambiais dos Estados Unidos, China e União Europeia. 

A Guerra Cambial, também chamada de guerra monetária ou guerra das moedas, é utilizada por diversos países para diminuir os preços de seus produtos tornando-os mais acessíveis.  

Contudo, nem sempre essas estratégias políticas beneficiam todos os países. O Brasil, por exemplo, já sofreu muito com a guerra cambial, pois viu seus produtos do mercado interno mais caros que os produtos externos.

Um exemplo real ocorreu em 2010, quando o Estados Unidos tentava se recuperar da crise de 2008 e havia muitos produtos em estoque e os consumidores norte-americanos estavam receosos de consumir. 

Assim o governo norte americano adotou uma política que ficou conhecida no Brasil como guerra cambial, emitindo mais de US$600 bilhões de dólares, o que aumentou o número de notas de dólar e a desvaloriza.

Com a desvalorização do dólar, os produtos importados se tornaram mais atraentes, e a exportação menos atrativa, por isso o Brasil teve dificuldades com o comércio.  

O mesmo ocorreu com a China, que utilizou dos mecanismos da guerra cambial adotando um câmbio fixo, ou seja, o governo estabelece o preço da moeda, o yuan. 

Seu objetivo na época era tornar seus produtos mais competitivos do que os produtos norte-americanos. 

Para se ter uma ideia, se um produtor no Brasil produzia uma bicicleta e vendia a R$500,00 o mesmo produto era vendido pelos Estados Unidos ou pela China custava R$250, o que tornou uma concorrência desleal e os produtores brasileiros perdiam.

Nesse cenário, o Brasil passou a taxar derivativos de câmbio e elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na tentativa de estabilizar o real, que na época estava em valorização. 

O IOF passou de 2% para 6% com o intuito de diminuir investimentos em dólar no país e assim reduzir a circulação da moeda aqui dentro. 

Outras ações tomadas pelo governo federal na época foram a compra de dólar à vista pelo Banco Central e o aumento de impostos em renda fixa. 

De lá para cá algumas coisas mudaram, antes da pandemia de Covid-19, países como Estados Unidos e China adotaram medidas mais flexíveis de livre mercado sob seus câmbios. 

Guerra Cambial impacto nos negócios 

Para os investidores a guerra cambial influencia diretamente no comércio mundial e traz incertezas e desconfianças nas ações dos governos, o que muitas vezes é visto com cautela. 

Outro ponto, é a vulnerabilidade dos mercados externos e internos, que são refletidos nos resultados das empresas e consequentemente na bolsa de valores.