Recentes críticas de Paulo Guedes sobre o andamento das reformas e sobre a falta de compromisso com cumprimento do teto de gastos, minaram a relação dele com o presidente e presidente do Banco Central surge como possível candidato à vaga.

Carteira Recomendada? Faça um Diagnóstico Online e Receba uma Carteira Gratuita.

Há rumores de que a manutenção de Paulo Guedes como Ministro da Economia de Bolsonaro está com os dias contados.

Onde Investir no Cenário Político Atual? Veja a Melhor Ação de Dividendos na Política Atual.

A suposição de um apaziguamento dos conflitos de interesses evidenciados ao longo da semana passada parece não sustentada, conforme apuração recentemente feita pelo Correio Braziliense. 

O motivo principal de um provável fim do “casamento” seria o desejo de Bolsonaro em se alinhar um pouco mais com a ala militar, em direção à um desenvolvimentismo moderado, deixando de lado a defesa do teto dos gastos e as reformas propostas por Guedes, como a administrativa.

Apesar do discurso sobre uma unidade entre os seus ministros, Bolsonaro não considera mais Guedes como um de seus pilares insubstituíveis.

A recuperação da popularidade após as quedas de ministros importantes, como Luiz Henrique Mandetta e Sérgio Moro, mostram que o bolsonarismo tem sustentação própria. 

Impacto no Mercado Financeiro

O presidente até reconhece que a saída do economista poderia tumultuar o mercado financeiro. Bolsonaro parece já se preparar para o baque, especialmente quando pede “patriotismo ao mercado”. 

Entretanto, a crença é de que os efeitos seriam passageiros no curto prazo, pois o substituto receberia a promessa de que os compromissos do governo com o ajuste fiscal serão mantidos no longo prazo. 

Conforme a fonte do Correio Braziliense, o nome mais citado no Palácio do Planalto como sucessor de Guedes é o do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

“A relação entre o presidente e Guedes esgarçou-se demais. Será muito difícil ele se reconciliar com o Posto Ipiranga”, disse a fonte.

A crítica feita por Guedes, na terça-feira, sobre os rumos do governo no que tange à possibilidade de furar o teto de gastos foi considerado inapropriado por Bolsonaro e outros membros do alto escalão. 

Soma-se à isto dois agravantes para o desagrado de Bolsonaro. Primeiro, foi a afirmação do ministro sobre a possibilidade de um impeachment devido à desobediência do teto de gastos.

Segundo, o que agravou mais ainda o mal-estar, foi o fato de a declaração ter acontecido ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considerado um rival político do presidente, além de ser quem decide sobre a abertura de qualquer processo de impedimento.

Devido às exceções adotadas para o combate à crise do coronavírus, que fizeram com que todos os limites fiscais fossem estourados, a intenção é aproveitar para utilizar das sobras de recursos do Orçamento para obras, como forma de acelerar a economia.

Contrariando as expectativas, devido aos números desfavoráveis da covid-19, as pesquisas recentes têm mostrado Bolsonaro vem conseguindo fazer da própria pandemia um cenário para expandir sua popularidade, embora isso possa custar a alcunha de “liberal” apregoada ao seu governo.

Onde Investir no Cenário Político Atual? Veja a Melhor Ação de Dividendos na Política Atual.

O pagamento do auxílio emergencial a milhões de brasileiros, além de outros acenos na área social, foram bem recebidos até em setores da sociedade nos quais o presidente apresenta resistência, como nas regiões Norte e Nordeste, cujo eleitorado, historicamente, é mais favorável ao PT e a outros partidos de esquerda.

Com um índice de aprovação de 37%, segundo pesquisa do Datafolha, Bolsonaro conseguiu a melhor avaliação desde a posse presidencial na esteira do que se pode chamar de abandono da agenda liberal. 

Além do auxílio emergencial, o anúncio da criação do programa pró-Brasil, de cunho desenvolvimentista, e do Renda Brasil, uma versão modificada do Bolsa Família, são dois trunfos eleitorais defendidos pela ala militar do governo, as quais o presidente, aparentemente, está inclinado a aceitar. 

Sobre Roberto Campos Neto

Roberto Campos Neto é filho de Roberto de Oliveira Campos Filho e neto paterno de Roberto de Oliveira Campos.

É Graduado em Economia, com especialização em Finanças, pela Universidade da Califórnia, e com passagem por várias instituições financeiras, como Banco Bozano Simonsen, Banco Santander e Claritas Investimentos.

Atual Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O atual presidente do BC é um nome bem visto por economistas do mercado financeiro, devido ao seu histórico no mercado financeiro, como também por se comprometer com os ideais ortodoxos de Paulo Guedes. 

Entretanto, embora seja esperado a manutenção da corrente ideológica no Ministério da Economia, a demissão de Guedes pode provocar uma queda de credibilidade e, portanto, oscilações no mercado financeiro local para os próximos dias.

A tendência em direção à flexibilização da política de teto dos gastos públicos parece estar a cada dia mais clara.

Resta saber se haverá ou não relutância dos mercados em relação à troca de Guedes por Campos Neto, ou outro economista compromissado com a agenda liberal. 

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.