Os fundos de investimento no exterior são uma alternativa para a diversificação da carteira com ativos internacionais sem precisar abrir conta fora do Brasil.

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Durante muito tempo, investir no exterior era tido como algo inacessível para o investidor comum, mas atualmente é possível investir em ativos globais com grande facilidade.

Seja abrindo uma conta no exterior ou aplicando em produtos disponíveis no Brasil, diretamente da sua corretora sem a necessidade de enviar dinheiro para fora do país.

As instituições financeiras brasileiras vêm disponibilizando um número crescente de fundos de investimento no exterior.

A alocação internacional é uma estratégia de diversificação que garante uma proteção maior do dinheiro.

Além de dar a oportunidade para o investidor brasileiro se beneficiar do desempenho de ativos em diversos cantos do mundo.

Com a taxa de juros cada vez mais baixa no Brasil, o investidor se vê cada vez mais pressionado a buscar aplicações de maior rendimento em produtos mais arriscados.

E não só no mercado doméstico.

Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a indústria de fundos de investimento encerrou o mês de julho com captação líquida positiva de R$ 63,7 bilhões.

Com destaque para os fundos de investimentos no exterior com captação líquida de R$ 11,5 bilhões.

Veja o que são os fundos internacionais e como investir no exterior sem sair do Brasil.

O que são os fundos de investimento no exterior?

Fundos de investimento no exterior são fundos de investimento que possuem mais de 40% da carteira alocada em ativos internacionais.

Embora sejam negociados no mercado local, eles são compostos por ações, títulos e demais ativos de mercados estrangeiros.

Até pouco tempo atrás o investimento em ativos no exterior se restringia aos investidores qualificados, isto é, aqueles com mais de R$ 1 milhão investido.

No entanto, com a evolução do mercado financeiro, o acesso aos melhores fundos e gestores internacionais se tornou muito mais democrático.

Investir em fundos de investimento no exterior é a maneira mais fácil de diversificar a carteira com ativos financeiros do mundo todo.

Além de proteger a carteira com ativos não correlacionados ao risco Brasil.

Tudo isso sem a necessidade de abrir conta no exterior e mandar dinheiro para outro país.

Como funcionam os fundos de investimento internacional?

Os fundos de investimento no exterior funcionam da mesma forma que os demais fundos de investimentos existentes.

Eles são uma espécie de condomínio, no qual o dinheiro de todos os investidores é reunido para investir em determinados ativos de acordo com a característica do fundo.

No caso dos fundos internacionais, parte do patrimônio é alocada em ativos do mercado externo, sejam ações, títulos, partes de outros fundos e até ações de empresas brasileiras no exterior.

Assim como nos demais fundos de investimento, a seleção dos ativos fica a cargo de um gestor especializado.

Os detentores das cotas, por sua vez, pagam uma taxa de administração.

Tipos de fundos de investimento no exterior

Os fundos de investimento no exterior são classificados de acordo com os ativos que compõem a carteira.

São eles:

Renda variável: investem em ativos de renda variável do mercado internacional em parcela superior ou igual a 40% do patrimônio líquido.

Renda fixa: investem em títulos de renda fixa internacionais. São divididos nas subcategorias: 

  • Investimento no Exterior quando possuem parcela superior ou igual a 40% do patrimônio líquido em títulos internacionais;
  • Dívida Externa quando investem no mínimo 80% de seu patrimônio líquido em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União.

Cambial: aplica a maior parte do capital em ativos atrelados a moedas estrangeiras, principalmente o dólar.

Proteção cambial

Investir fora do Brasil não implica necessariamente na exposição cambial.

Existem duas possibilidades em fundos internacionais, a versão em Dólar, sem proteção cambial e a em Reais, que oferece proteção contra a variação cambial (hedge).

Os fundos com hedge são estruturados para não sofrer com a oscilação de dólar ou outras moedas, pois o investidor está travando a cotação do câmbio.

Assim, ficará exposto apenas ao retorno do produto, sem acrescentar a variação da moeda.

Já quem escolhe um fundo sem hedge tem as duas variáveis: o valor do ativo e a cotação da moeda.

A definição de qual tipo de fundo escolher se dará principalmente pelo perfil de risco de cada investidor e seus objetivos. 

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Há vantagens nas duas opções.

Com o hedge, o investidor não precisa se preocupar com a variação cambial, a carteira fica menos volátil e complexa.

Já no fundo sem hedge existe a flutuação cambial que pode tanto prejudicar o investidor quanto beneficiá-lo.

Nos últimos três anos, os fundos dolarizados, ou seja, aqueles sem o hedge cambial tiveram resultados superiores frente aos com proteção.

Isso se deve à valorização do dólar em relação ao real. A moeda americana saiu de R$ 3,25 em 2017 para R$ 5,40 em 2020.

Vantagens de investir em fundos internacionais

São muitas as razões para o investidor brasileiro buscar os fundos de investimento no exterior.

Uma delas é a possibilidade de aplicar no mercado externo sem se preocupar com a variação cambial, já existem fundos com versão em dólar e em real.

Outra é a diversificação e proteção da carteira, uma vez que estes fundos têm pouca relação com o mercado interno e com as turbulências que o Brasil venha a enfrentar.

Diversificação

Diversificar a moeda do investimento é fundamental para a proteção do capital.

Ainda que a alocação em diferentes setores ou classe de ativos domésticos já ajude, ainda assim o investidor continua exposto completamente a fatores inerentes ao país.

A alocação internacional ajuda a mitigar esse risco, pois o investidor deixa parte do seu capital em um mercado mais estável do que o brasileiro.

Empresas de tecnologia estão no exterior

O mercado internacional, em particular o americano, possui um atrativo que o Brasil não tem: as gigantes da tecnologia.

Ao concentrar todos os ativos no Brasil o investidor perde os retornos das empresas que continuam a revolucionar o dia a dia das pessoas de todo mundo.

Microsoft, Apple, Amazon, Intel, Oracle, IBM, são todas empresas estrangeiras.

Para se ter uma ideia da imensidão do mercado de tecnologia, só o Google sozinho vale hoje mais que todas as empresas listadas na bolsa brasileira.

Investimento em economias mais fortes

Assim como o investimento em Ouro, o Dólar também é considerado um “porto seguro”.

Por isso, ter uma parcela de ativos em outros países, especialmente nos Estados Unidos, é uma forma de lucrar e se proteger.

Facilidade

Investir através de um fundo de investimento no exterior é muito fácil. Não precisa abrir conta no exterior, nem enviar dinheiro para fora, falar inglês ou se preocupar em montar a carteira.

O investimento é feito no Brasil e é um gestor que se encarrega de fazer a curadoria dos ativos estrangeiros, identificando o melhor momento de compra e venda destes.

Fundos internacionais disponíveis

A oferta de fundos que aplicam em ativos no exterior aumentou significativamente nos últimos anos.

Boa parte das ofertas no mercado brasileiro é de produtos que compram cotas de outros fundos no exterior (chamados 'feeders').

Porém, tem crescido o número de gestores que desenvolvem produtos que aplicam diretamente em ativos no exterior.

A chegada de renomados gestores estrangeiros, como Oaktree, Wellington e Bridgewater, e a disponibilização de fundos vendidos diretamente no Brasil chamou a atenção das gestoras e as plataformas de investimento para este segmento.

A oferta de novos fundos globais tem sido intensa e tem potencial de crescer mais, pelo menos do que depender das gestoras.

A XP Investimentos, por exemplo, conta com 45 fundos internacionais na plataforma e pretende expandir a oferta em mais de 40% até o fim do ano. 

A pandemia de coronavírus intensificou a procura pela alocação internacional.

De acordo com o relatório mensal de fundos de investimento da ANBIMA de agosto/2020 os fundos de ações registraram crescimento pelo quinto mês consecutivo.

O maior crescimento de patrimônio entre os fundos de ações fica por conta dos fundos fechados de ações com 2,22%, seguido pelos fundos de ações de investimento no exterior com 1,85%.

Os fundos globais ESG, composto de empresas que possuem maior preocupação com questões sociais, ambientais e de governança, também registraram captação recorde no mês de julho.

Como investir em fundos internacionais

Investir em fundos de investimento no exterior é semelhante a investir em fundos locais, já que estes são disponibilizados por gestoras e plataformas de investimentos brasileiras.

Como existe uma variedade de fundos internacionais, o investidor deve analisar com maior profundidade as características do fundo antes de investir.

Por determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), fundos que contenham mais de 20% da carteira alocada no exterior só podem ser acessados por investidores qualificados.

Porém, há opções de alocação internacional também para quem não se encaixa nesse perfil.

Uma alternativa são os fundos multimercado que possuam alguma exposição em dólar ou ativos no exterior e as BDRs.

Depois de escolhido o fundo, basta emitir a ordem direto do home broker da sua corretora, assim como você faz com os demais ativos.

Fundo de investimento no exterior vale a pena?

A alocação internacional é fundamental para a proteção da carteira em longo prazo.

Recentemente a alta do dólar e a queda da Selic fizeram com que os investimentos estrangeiros se tornassem ainda mais interessantes.

Atualmente os investidores podem ter acessos diversos fundos internacionais, administrados pelos maiores gestores de recursos do mundo, sem a necessidade de abrir uma conta em outro país.

Existem ainda mais alternativas para investir no exterior morando no Brasil, como por meio das BDRs ou mesmo investir diretamente na bolsa estrangeira.

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