A CashMe, fintech da Cyrela (CYRE3) criada para dar empréstimo com garantia de imóvel, está entrando na disputa pelo financiamento da casa própria.

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Apesar de não ter acesso à poupança, o que torna os grandes bancos mais competitivos nesse tipo de crédito, a CashMe quer buscar um nicho de cliente que hoje não consegue acesso às linhas tradicionais, colocando como vantagem a análise de apenas dois dias para o financiamento e contratos que contemplam alguma complexidade por parte do tomador.

Os bancos têm um funding ultracompetitivo, que vem da caderneta, e por isso com taxas mais baixas do que conseguimos praticar. Mas a gente entra onde os bancos não conseguem operar ou ganhar escala”, diz Juliano Bello, cofundador da CashMe.

“Não é o cliente negativado mas aquele que o banco não consegue entender e avaliar, como quem tem renda ou mesmo residência fora do Brasil e quer comprar imóvel aqui.”

A demanda é crescente no universo de tecnologia, com clientes brasileiros que moram no Canadá, por exemplo, ou trabalham de qualquer parte do mundo.

Outros perfis que a fintech quer incluir são os executivos que têm renda composta majoritariamente por remuneração variável e com salário fixo baixo, bem como as aquisições de imóveis por três ou quatro pessoas, que é um financiamento mais complexo que os bancos costumam evitar.

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“Conseguimos fazer os processos com assinatura e certificação digital, de qualquer país, e adequar o pagamento ao fluxo de caixa do cliente. Se ele ganha um bônus no fim do ano e essa é a maior parte da renda dele, pode pagar uma grande parcela uma vez por ano”, exemplifica Bello.

A fintech foi criada há três anos, já como operação independente da Cyrela, e começou sua atuação com home equity, aproveitando o conhecimento da equipe (Bello, por exemplo, está na incorporadora há 15 anos) com avaliação de imóveis, trâmites cartorários e sistemas de cobrança.

“Nossa missão era transformar esse produto em algo tão simples quanto um consignado, mas o crescimento foi numa velocidade maior do que imaginávamos. Hoje estamos entre os maiores de home equity, atrás de Santander e Bradesco”, diz Bello.

Por ter taxas de juros mais baixas e prazos mais longos, o crédito com garantia no imóvel quitado tem crescido no país, com mais startups no jogo - na semana passado, o banco Modalmais comprou uma participação na KeyCash, que atua no segmento.

O capital é usado para investir em novos negócios, quitar dívidas mais caras, mas também como capital de giro para pequenas empresas.

A carteira de home equity vai fechar o ano em torno de R$ 1 bilhão. A companhia faz securitização dos créditos, vendendo cotas para grandes assets como Safra, BTG, Itaú e Bradesco.

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Foi a partir desse produtos que a CashMe foi identificando outras demandas no universo ligado a imóveis.

A fintech financia obras em condomínios, contratadas com garantia no fluxo de caixa do edifício, e não com aval do síndico, que era um empecilho para esse tipo de financiamento.

Muitos prédios têm tomado o crédito para instalação de placas e sistema de energia solar e Bello garante que o custo da prestação é bancado em boa parte com a economia imediata na conta de luz. São cerca de 45 operações de crédito contratadas por mês nessa modalidade.

“Um produto complementar em fase piloto é o ConstruCash, para financiar a construção de casas em loteamentos. É difícil capital para isso, praticamente só a Caixa faz, pela complexidade de concessão”, conta o executivo.

São 30 operações do tipo na fase piloto, com liberação dos recursos conforme a evolução da obra.

O financiamento imobiliário também estava em fase piloto, com lançamento oficial agora em outubro. A empresa espera uma carteira de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões para o produto em 2022.

Além da equipe comercial e de tecnologia com 300 colaboradores, a fintech tem um reforço de vendas em 24 escritórios no país e os “Cash members”, semelhantes a agentes autônomos que trazem negócios para a CashMe - um reforço de 1,7 mil vendedores.

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Resultado da Cyrela no Segundo Trimestre de 2021

O resultado da Cyrela (CYRE3) no segundo trimestre de 2021 (2t21), divulgado no dia 12 de agosto, apresentou um lucro líquido de R$ 267 milhões no 2T21, alta de 293,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

O resultado financeiro da Cyrela totalizou um lucro de R$ 9,3 milhões no 2T21, apresentando crescimento de 42,9% quando comparado ao 2T20.

A margem líquida da Cyrela atingiu 22,6% no 2T21, apresentando crescimento de 14,5 pontos percentuais na comparação com o 2T20.

As ações da Cyrela (CYRE3) acumulam queda de 5,88% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e queda de 21,89% nos últimos 12 meses.

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Fonte: Valor Econômico.