Eufrásia Teixeira Leite foi a primeira brasileira a investir na bolsa de valores em uma época em que as mulheres encontravam­‑se relegadas ao universo doméstico.

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Ela investiu em ações pela primeira vez em 1873 e quintuplicou a fortuna herdada de seus pais se tornando uma das mulheres mais ricas do seu tempo.

Eufrásia teve uma trajetória diferente da maioria das mulheres de seu período.

Sua figura era considerada excêntrica para sua época, já que desafiou os padrões ao assumir o papel de mulher de negócios desde cedo.

Mesmo nos dias de hoje as mulheres ainda são minoria na Bolsa de Valores.

Conhecer a história de sucesso de Eufrásia Teixeira Leite pode inspirar muitas mulheres a começar a investir.

Quem foi Eufrásia Teixeira Leite?

Eufrásia Teixeira Leite foi investidora financeira e filantropa, considerada a primeira mulher brasileira a investir na Bolsa de Valores.

Inteligente e hábil com os negócios, ela investiu a herança recebida após a morte dos seus pais no mercado financeiro internacional e multiplicou a fortuna.

Quando morreu, seus bens tinham um valor estimado em 37 milhões de réis, o que poderia comprar 1.850 quilos de ouro na época.

A maior parte era de ações de 297 empresas de dez países diferentes e de títulos de dívidas de governos.

Além de imóveis, como a sua casa de cinco andares nos Champs-Elysées em Paris, que na época valia 2 milhões de francos e atualmente é estimada em mais de 10 milhões de euros.

No Rio de Janeiro, possuía um loteamento de 49 terrenos na atual Rua Pompeu Loureiro, em Copacabana.

Além da Casa da Hera, casa onde viveu com seus pais na cidade de Vassouras, no estado do Rio de Janeiro.

Atualmente o local é um museu administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM, órgão do Ministério da Cultura.

Se na época Eufrásia Teixeira Leite já era super-rica, para os padrões atuais, entraria para a lista de mulheres bilionárias.

Vida e Carreira

Eufrásia Teixeira Leite nasceu dia 15 de abril de 1850 em Vassouras, cidade no Vale do Paraíba, Rio de Janeiro.

Filha caçula de Joaquim José Teixeira Leite e Ana Esméria Corrêa e Castro. Tinha apenas outra irmã, pois seu irmão morreu ainda na infância.

Toda sua família era composta de barões de café.

Como não tinha irmãos homens, Eufrásia foi incentivada pelo pai para aprender a lidar com números e ser gestora de sua fortuna.

Estudou em escolas muito boas para meninas. Além do ensino básico, aprendeu regras de etiqueta, francês e a tocar piano.

Com a morte precoce de seus pais, a mãe em 1871 e o pai em 1872, Eufrásia e a irmã herdaram uma fortuna.

O valor era tão grande que equivalia a 5% do PIB do Brasil na época ou à dotação pessoal do imperador D. Pedro II.

Além do dinheiro, herdou também títulos financeiros, como títulos da dívida pública do Empréstimo Nacional de 1868, ações do Banco do Brasil e títulos de crédito de pessoas.

Em 1873, as irmãs em seus 20 e poucos anos, que na época eram tidas como “velhas” demais para se casarem, eram milionárias, educadas, órfãs e solteiras.

Decidiram fazer as malas e deixar o país rumo a Paris.

Em solo europeu, Eufrásia começou a operar nas principais Bolsas de Valores do mundo e multiplicou sua fortuna.

Eufrásia foi uma grande investidora que adentrou no mercado financeiro que era dominado pelos homens.

Quebrou regras também em sua vida pessoal, já que nunca se casou, embora tenha vivido um romance proibido com o abolicionista Joaquim Nabuco.

Os dois supostamente iniciaram um romance a bordo do navio Chimborazo durante sua viagem à Europa e trocaram cartas por mais de 13 anos. 

Porém, tinham interesses diferentes. Ela, uma investidora mundana de família de barões do café, ele, liberal e com ambições políticas no Brasil.

Em 1899, sua irmã, Francisca Bernardina, morreu em Paris, também sem ter se casado.

O retorno definitivo de Eufrásia ao Brasil ocorreu em 1928, onde se manteve reclusa na Casa da Hera, em Vassouras.

Os últimos anos de vida a investidora brasileira viveu em um apartamento em Copacabana.

Eufrásia Teixeira Leite faleceu em 1930 sem deixar herdeiros diretos.

A maior parte de sua fortuna foi doada para obras de caridade de sua cidade natal.

Mais informações sobre a história da investidora Eufrásia estão no livro Quero ser Eufrásia, da analista financeira CNPI Mariana Ribeiro.

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Pioneira na Bolsa de Valores brasileira

Desafiando todos os padrões da época, Eufrásia Teixeira Leite iniciou no mundo das finanças e dos investimentos após a morte de seus pais.

Ao invés de comprar terras, ela decidiu aplicar o capital nos mercados internacionais.

Naquela época, a Bolsa de Valores era um universo exclusivamente masculino.

As mulheres eram proibidas de frequentar diversos espaços e tinham que ficar em um andar separado.

Até para fechar os negócios, era necessário o uso de um intermediador.

Apesar da fortuna herdada, foi o investimento em ações que garantiu sua liberdade financeira e possibilitou que vivesse sua vida conforme desejou.

Apesar de todas as dificuldades impostas pela época, o talento de Eufrásia para os negócios prevaleceu.

Ela multiplicou várias vezes o patrimônio familiar e deixou um patrimônio capaz de comprar 1850 quilos de ouro.

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Os investimentos de Eufrásia Teixeira Leite

Eufrásia Teixeira Leite foi a primeira brasileira a investir na Bolsa de Valores e também a pioneira na gestão de um portfólio diversificado entre empresas de diversos setores e de vários governos.

Só na Bolsa de Valores operou por 55 anos, em 17 países diferentes e em nove moedas.

Foi uma grande incentivadora do desenvolvimento industrial da época.

Na Europa, investiu em companhias ferroviárias, indústrias extrativistas, de energia elétrica, produção de petróleo, bancos estrangeiros, entre outras.

No Brasil, foi acionista de grandes empresas como a Companhia Antárctica Brasil, que hoje em dia compõe a Ambev e do Banco do Brasil.

Companhias têxteis, como a Companhia América Fabril, Cia. de Fiação e Tecidos Aliança, Cia. Tecelagem de Seda Ítalo-Brasileira.

Companhias ferroviárias, como Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, Cia. Paulista de Estradas de Ferro, Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

Além de ações do Banco Comércio e Indústria de São Paulo, Banco Mercantil do Rio de Janeiro.

Seu espólio tinha um valor estimado em 37 milhões de réis, em sua maior parte ações.

Além de sua casa em Paris, terrenos no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro e a Casa da Hera, local onde viveu a infância junto de seus pais em Vassouras.

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Livros com Eufrásia Teixeira Leite

A história dessa grande investidora, a gestão de sua fortuna e sua paixão pelo abolicionista Joaquim Nabuco, estão descritas em alguns livros. Entre eles:

Quero Ser Eufrásia

Escrito pela analista financeira CNPI Mariana Ribeiro, o livro Quero ser Eufrásia é fruto de mais de 10 anos de pesquisa para revelar detalhes da trajetória de Eufrásia como investidora.

A primeira brasileira a investir na bolsa de valores nasceu no meio do século XIX, investiu em novas tecnologias, apoiou projetos geridos por outras mulheres e construiu sua fortuna. 

Mundos de Eufrásia

O romance de Claudia Lage revela a conturbada história de amor de Eufrásia Teixeira Leite com Joaquim Nabuco.

Com a morte do seu pai, Eufrásia assume os negócios e promete que nunca iria se casar, porém, não esperava se apaixonar pelo abolicionista.

Um mapa todo seu

De Ana Maria Machado, o livro reconta a história de amor de Eufrásia Teixeira Leite mesclando ficção com fatos reais e abordando temas como a liberdade dos escravos e a autonomia feminina.

A Mulher e a Casa

O livro de Eneida Queiroz narra o amor impossível entre Eufrásia, financista e escravocrata com Joaquim, um abolicionista.


A mulher e a casa apresenta a história e o acervo do Museu Casa da Hera e as cartas que Eufrásia escreveu a Nabuco, hoje guardadas pela Fundação Joaquim Nabuco, em Recife.

Conclusão

Eufrásia Teixeira Leite é uma importante figura do mercado financeiro brasileiro e mundial.

Mesmo que tenha tido uma base familiar, ela conquistou resultados excepcionais investindo por conta própria e foi a primeira mulher a investir na Bolsa de Valores do Brasil.

Seu conhecimento nos negócios a fez multiplicar várias vezes a herança deixada por seus pais.

Eufrásia viveu de renda dos seus investimentos e teve a sabedoria de diversificar seus rendimentos com um portfólio de títulos e ações de diferentes setores e países.

Seu exemplo deve servir como inspiração para os investidores brasileiros, em especial para as mulheres na hora de investir no mercado financeiro.

Embora as mulheres ainda sejam minoria, a cada ano aumenta a participação delas na Bolsa de Valores.

O potencial das mulheres nas finanças deve ser valorizado.

Para te inspirar, veja mais exemplos de mulheres investidoras e bilionárias do Brasil e comece a investir em ações você também.

Esse é o melhor caminho rumo à sua Independência Financeira.

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