O Banco do Brasil anunciou recentemente, no dia 03/10/2019, uma emissão secundária de ações – follow on – de suas ações.
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Conseqüentemente, a minha caixa de e-mails começou a disparar. Investidores ávidos para saber se era um bom momento para aderir à oferta ou não.
O setor bancário hoje ainda é um oligopólio controlado principalmente por Banco do Brasil, CEF , Itaú, Bradesco e Santander.
Estes bancos dominam grande parte dos empréstimos e das carteiras de crédito do Brasil, a despeito do inegável crescimento de alguns bancos digitais.
Os bancos digitais já fizeram os grandes bancos se “movimentarem”. Estes já estão reduzindo custos e despesas para poderem se adaptar ao novo mercado.
O Banco do Brasil, por exemplo , que chegou a ter mais de 5.500 agências no passado, tem hoje pouco mais de 4.700.
O Itaú, acabou de lançar o maior Plano de Desligamento Voluntário de sua história e o Santander reduziu a taxa de administração de algum de seus fundos.
Os bancos de forma geral possuem duas fontes principais de Receitas.
A Receita de Intermediação Financeira consiste na diferença de taxa entre a captação dos recursos e os empréstimos e a Receita de Prestação de Serviços, que inclui tarifas de conta-corrente, tarifas de cartão de crédito, tarifas de seguros, previdência e capitalização dentre outros.
Para fugir da queda dos juros da Selic, os Bancos estão trazendo um pouco mais de risco para as suas carteiras.
É normal ver um aumento da carteira de crédito de pessoa física (Risco Maior) para que o Banco consiga entregar resultados crescentes.
O Banco do Brasil não tem sido diferente.
Já na prestação de serviços, o Banco do Brasil, ao contrário do que muitos falam sobre a ameaça dos bancos digitais vem conseguindo crescer seus resultados ao longo dos últimos anos a uma base constante em torno de 6% ao ano.
Veja a imagem abaixo retirada do prospecto da oferta pública.
Dito isso sobre o banco, agora sabemos que o mercado já enxerga e precifica uma possível ameaça ao Banco do Brasil e aos outros 3 Bancos grandes listados.
Todos os 4 caíram entre 12% e 25% nos últimos 3 meses.
No entanto, essa ameaça, ainda não está impactando os resultados. Logo eles ficaram mais baratos como veremos a seguir
Analisando os indicadores no Guiainvest Pro, vemos abaixo que os indicadores P/L e P/VPA estão abaixo dos valores históricos, excluindo o período da recessão brasileira, mesmo com a SELIC na mínima histórica.
Dessa forma, temos bons indícios que as ações de BBAS3 estão baratas, ou no mínimo, uns 25% da ameaça dos bancos digitais já está precificada na ação.
A Emissão
Trata-se de uma emissão apenas secundária, ou seja, não haverá emissão de novas ações e sim será vendida ações que já estão em circulação.
Os vendedores são: o FI-FGTS e o próprio Banco do Brasil. O FI – FGTS venderá 68,5 milhões de ações enquanto o próprio Banco do Brasil que possui 78 milhões de ações em tesouraria venderá 64 milhões delas.
A imagem abaixo mostra o impacto nas ações em circulação que passará de 44,2% para 48,8%.
Para você que é acionista, aqui tem o primeiro impacto de aproximadamente 2,2% nos dividendos. Os dividendos distribuídos não são divididos pelas ações em Tesouraria, como elas voltarão a circular, estas passarão a receber dividendos novamente.
A Oferta não institucional tem uma nuance interessante.
Até 30% será reservado para investidores não institucionais. Desses até 30%, poderemos ter até 22% para pessoas físicas ou jurídicas de Varejo que poderão reservar entre R$ 3 mil e R$ 1 milhão.
Enquanto os até 8% restantes são pessoas físicas ou jurídicas também, mas do segmento Private e que poderão reservar até R$ 10 milhões.
O investidor de Varejo, terá prioridade de compra se aceitar um lock-up de 45 dias.
Lock-up, é um período em que a pessoa que adere a emissão se compromete a não vender aqueles ativos. Os ativos ficam inclusive custodiados em uma conta separada na B3.
A previsão pelo cronograma de eventos é que estas ações fiquem disponíveis para negociação apenas no dia 06/12/2019.
O investidor que não aceitar o lock-up, pode ficar de fora da subscrição caso a demanda total ultrapasse o total para investidores de Varejo que aderiram ao lock-up, de acordo com a imagem abaixo:
As últimas emissões como Trisul e Eztec têm entregado o desconto adicional de 2% a 4% maior que o preço de tela.
Logo, na minha visão, o investidor de longo prazo, que pode esperar os 45 dias do lock-up e eu particularmente, espero que você esteja investindo em ações para ao menos manter as ações por mais de um ano deve participar da oferta.
Se a oferta for precificada no valor atual de R$ 43,00, existe uma previsão de pagamento de dividendos (Yield) de 6% sobre esse valor nos próximos 12 meses, que inclusive é maior que a SELIC esperada.
O período de reserva vai de 10/10/2019 a 16/10/2019
Lembre-se que Renda Variável é investimento de Longo Prazo e o ideal é que você tenha ao menos um horizonte de 5 anos.
Abraços e Bons investimentos!
Daniel Nigri
Analista CNPI 1810
Sócio Fundador e CEO do Dica de Hoje Research
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