O presidente da Eletrobras (ELET3), Wilson Ferreira Jr., continuará no Conselho de Administração da empresa mesmo após deixar a direção da companhia, informou em nota o Ministério de Minas e Energia (MME) nesta segunda-feira, 25.

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O comunicado afirma que o executivo continuará "dando sua contribuição para a melhoria da gestão e governança da empresa".

O executivo renunciou ao cargo de presidente da empresa na noite deste domingo, 24, alegando motivos pessoais.

Ele ficará no posto até 5 de março. Ferreira Jr. estava à frente da Eletrobras desde julho de 2016, quando foi nomeado pelo então presidente Michel Temer.

Convidado para tocar uma agenda de redução de custos e de melhoria de gestão, ele é um dos principais defensores da proposta de privatização da estatal.

A venda de empresas públicas foi uma das promessas de campanha de Bolsonaro, mas, até agora, ela não avançou e enfrenta resistência no Congresso.

Uma proposta foi enviada ao Congresso em novembro de 2019, mas está parada desde então - não há relator nem comissão especial. Ao comentar a saída do executivo, o MME evitou usar a palavra "privatização" e optou por "capitalização".

A pasta informou ainda que a agenda de redução de custos e de aprimoramento da estratégia de sustentabilidade da Eletrobras será mantida.

"O governo federal entende que a capitalização da Eletrobras é essencial e necessária para a recuperação de sua capacidade de investimento.”

“Com a capitalização, a Eletrobras se tornará uma corporação brasileira de classe mundial, com capital pulverizado, focada em geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, tornando-se uma das maiores empresas de geração renovável do mundo", diz a nota do MME.

O Ministério da Economia, por sua vez, reiterou que a agenda de "desestatizações" vai continuar.

"Considerando que ele está à frente da Eletrobras há quase cinco anos, a pasta é grata pelos serviços prestados e segue com o programa de desestatizações do governo. Em nada, isso interfere."

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O anúncio da renúncia do executivo aconteceu três dias depois de o candidato à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sinalizar, em entrevista ao Broadcast, que a privatização da Eletrobras não seria prioridade em sua gestão e que era contra o "entreguismo sem critério".

Ele declarou que não se comprometeria com prazos e que é um processo de longo e apurado estudo.

Após as declarações de Pacheco, que tem apoio do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e conta com a simpatia de Bolsonaro na disputa, as ações da companhia despencaram na bolsa.

O presidente Jair Bolsonaro não falou sobre o tema, e os ministros do MME, Bento Albuquerque, e da Economia, Paulo Guedes, também não se pronunciaram.

Resultado da Eletrobras no Terceiro Trimestre de 2020

O resultado da Eletrobras (ELET3) no terceiro trimestre de 2020 (3t20), divulgado no dia 11 de novembro, apresentou um lucro líquido de R$ 85 milhões, queda de 86,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda da Eletrobras atingiu R$ 2,4 bilhões no 3t20, apresentando retração de -10,1% na comparação com o 3t19.

A margem Ebitda da Eletrobras totalizou 33,4% no 3t20, apresentando retração de 4,5 ponto percentual na comparação com o 3t19. 

A Margem líquida da Eletrobras atingiu 1.166,1% no 3t20, apresentando crescimento de 1.156,2 ponto percentual na comparação com o 3t19.

As ações da Eletrobras (ELET3) acumulam queda de 11,29% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e queda de 24,07% nos últimos 12 meses.

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Fonte: Estadão Conteúdo.