O que é o Efeito Fisher?

O efeito Fisher, desenvolvido por Irving Fisher (economista norte-americano), pode ser considerado uma das descobertas que trouxeram as mais importantes consequências para a macroeconomia.

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Foi através deste efeito que se deu a definição de que a taxa de juros real somada com a expectativa da inflação é igual à taxa de juros nominal. Seguimos com a fórmula:

i = r + Ep

onde:

  • i = taxa nominal;
  • r = taxa de juros real; e
  • Ep = inflação esperada.

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Segundo Fisher, no curto prazo, a taxa de juros real de um país é fixa e, além disso, os investidores, ao tomar suas decisões, consideram apenas a taxa livre de inflação.

Portanto, os investidores estarão interessados no retorno real de seus investimentos.

Outro fator importante a ser observado é que, quando há uma expectativa de alta na inflação, para manter a economia em equilíbrio, acarretará em um aumento da taxa de juros nominal.

O aumento da taxa de juros nominal, em igual proporção a expectativa inflacionária, retornaria ao mesmo patamar do juro real.

A evolução da expectativa da inflação é monitorada atentamente pelas autoridades monetárias, pois, quando ocorre sua deterioração e o juro nominal não se eleva, é esperado o aumento da inflação para o futuro.

Esse efeito é utilizado para decisões de políticas monetárias auferidas pelos banqueiros centrais.

Devemos dizer, também, que após a crise de 2008, houve a redução da taxa de juros nominais, além de outras políticas adotadas pelos principais bancos centrais.

Dito isto, mesmo após essas providências, a inflação não retornou a patamares que esteve antes da crise, levantando o debate se realmente o principal controle da inflação são os juros.

O Efeito Fisher na prática

Vejamos um exemplo para ficar mais claro. Em 2018, no Brasil, a expectativa da inflação para o ano era de 4,5%, e a taxa de juros Selic esteve no valor de 6,5%. Portanto, o juro real apresentado foi de 2%.

Imaginemos que devido a alguns fatores a expectativa da inflação tenha subido para 6%. Lembrando que, de acordo com o efeito Fisher, a taxa de juro real é fixa no curto prazo.

Com isso, a taxa de juro nominal subiria para 8%, sendo novamente 2% da taxa real mais 6% da expectativa da inflação.

Essa teoria se provou válida em muitos países, considerando o Brasil. Outro exemplo que podemos usar para provar sua validade no Brasil, relaciona-se ao período de 2014 e 2015.

Neste período, por exemplo, houve um aumento nas expectativas de inflação, que acarretou, posteriormente, em uma elevação da taxa nominal de juros.

Após o ocorrido, devido a uma estabilização da crise financeira, a taxa Selic voltou a diminuir, dentro do período analisado, devido à redução das expectativas de inflação.

A Taxa de Juros Real no Longo Prazo, Segundo o Efeito Fisher

É importante dizer que, ao contrário do que ocorre no curto prazo, no longo prazo a taxa de juros real sofre alterações.

Conforme os países vão se tornando credores mais confiáveis, fator que está muito ligado ao desenvolvimento do país, os investidores passam a cobrar menos pelo empréstimo de seus recursos.

Isso já ocorreu com o Brasil que, em outros momentos, já teve taxas de juros bem mais elevadas.

Alguns países desenvolvidos possuem a taxa de juros muito próxima, ou igual a zero, chegando a serem negativas em alguns casos, como, por exemplo, a Suécia, Suíça e Japão.

Podemos citar como principais medidas para reduzir a taxa de juros acima da inflação, as seguintes variáveis: superávit fiscal; crescimento econômico; segurança jurídica; confiança nas instituições; e capacidade de pagamento do Estado.

Por fim, muito se prega que o efeito Fisher é mais bem aceito quando analisado no curto prazo. Contudo, não se pode diminuir sua importância para a macroeconomia.