O dólar voltava a subir com força em relação ao real nesta quinta-feira, com investidores de olho na recuperação da moeda norte-americana no exterior, na consolidação de uma maioria democrata no Senado dos Estados Unidos e no caminhar da campanha de imunização da população contra o coronavírus no Brasil.

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Às 12:10, o dólar avançava 1,03%, a 5,3582 reais na venda. Depois de chegar a disparar para 5,3712 (+1,28%) reais na máxima do dia, alcançada nos primeiros de negociação, a moeda norte-americana chegou a devolver os ganhos e cair para 5,2997 reais (-0,07%), antes de retomar o movimento de alta.

O dólar futuro de maior liquidez saltava 0,74%, a 5,3610 reais, depois de bater 5,3745 reais, máxima intradiária desde 27 de novembro.

Esse comportamento estava em linha com a alta de cerca de 0,7% apresentada pelo índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes, que tomou fôlego e se recuperava ante mínimas desde 2018 tocadas recentemente.

Pares arriscados do real, como peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano, operavam com perdas entre 0,9% e 2,5%.

O radar dos investidores internacionais era dominado pelas manchetes políticas nesta manhã, depois que os democratas garantiram na quarta-feira a vitória das duas cadeiras do Senado dos Estados Unidos em disputa no segundo turno das eleições na Geórgia, dando ao partido o controle do Congresso e aumentando as perspectivas para a agenda legislativa do presidente eleito, Joe Biden.

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Parlamentares norte-americanos certificaram formalmente a vitória de Biden nas eleições presidenciais de novembro ainda na quarta-feira, horas depois de centenas de apoiadores do atual presidente, Donald Trump, invadirem o prédio do Congresso em um ataque à democracia do país.

O tumulto visto em Washington na véspera era citado por alguns analistas como fator que colaborava para a busca pela moeda norte-americana neste pregão, embora outros apontassem apenas movimentos de ajuste diante da fraqueza recente do dólar.

“O gravíssimo problema nada fez na realidade para mudar as expectativas em torno das políticas econômicas no curto prazo."

"Com isso, o mercado observa a chegada de novas e pesadas rodadas de estímulos nos EUA”, opinou em nova Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Sidnei Moura Nehme, economista e diretor executivo da NGO Corretora, escreveu que “o fortalecimento político do novo presidente Biden acentua o conjunto de expectativas favoráveis e mutantes para melhor no relacionamento dos Estados Unidos com as demais economias, com postura mais convergente e menos conflituosa, e isto retira tensões sobre o dólar, fragilizando-o como tendência”.

Enquanto isso, o Brasil falhava em fornecer motivos de alívio para sua moeda, com o avanço da Covid-19 preocupando investidores em meio ao atraso na vacinação da população.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou na quarta-feira que o governo está preparado e estruturado em termos “financeiros, organizacionais e logísticos” para executar o plano de vacinação contra a Covid-19 e garantiu que o país tem condições de começar a imunização ainda neste mês, apesar de o Brasil não ter qualquer vacina aprovada.

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Fonte: Reuters.