Em mais um mês marcado pelo sobe e desce da Bolsa e pelo receio de perder dinheiro com investimentos mais arriscados, o dólar foi destaque de alta no Brasil entre os investimentos mais populares, seguido pela tradicional poupança, que continua sendo beneficiada pela alta da taxa básica de juros, a Selic.

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Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa, emendou a terceira baixa mensal seguida, retornando ao mais baixo patamar em seis meses. 

O Ifix, o índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa, também terminou o período com variação negativa, ainda que menos intensa que a das ações.

Segundo profissionais de mercado, a queda das ações e a alta do dólar refletem o comportamento cauteloso dos investidores em meio às incertezas que aumentaram em relação ao desempenho da economia no mundo e no Brasil.

Veja o que preocupou os aplicadores no mundo, segundo economistas, ao longo de setembro.

Orçamento dos Estados Unidos: o impasse em torno da aprovação pelo Congresso do aumento do teto da dívida pública nos Estados Unidos, segundo a secretária do Tesouro do país, Janet Yellen, pode levar o país a dar o primeiro calote e provocar uma recessão.

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Inflação no mundo: os sinais de aumento das pressões inflacionárias ao redor do globo podem levar os bancos centrais das principais economias do planeta, começando pelo Fed norte-americano, a elevar os juros --o que reduz o apetite dos investidores por ativos de risco, como a Bolsa, e alimenta o interesse por ativos em dólar.

China: a possível falência da segunda maior incorporadora imobiliária da China, a Evergrande, poderá gerar uma crise no mercado de crédito similar à gerada pela falência do Lehman Brothers nos Estados Unidos, em 2008, segundo alguns analistas.

Brasil

No Brasil, também há incertezas que provocam aversão a aplicações mais arriscadas, como ações em Bolsa. Veja alguns problemas no radar dos aplicadores.

Juros: para conter a inflação que não cede, o Banco Central segue elevando os juros, o que é negativo para aplicações em renda variável, como ações e fundos imobiliários.

Contas do governo: o aumento do risco fiscal devido a declarações de membros do governo, como as do ministro da Cidadania, João Roma, de que o fim do auxílio emergencial vai deixar desassistidas cerca de 25 milhões de pessoas que não serão atendidas pelo novo Auxílio Brasil, e que a prorrogação do auxílio emergencial é, provavelmente, a única forma de evitar que isto ocorra, gerou preocupação no mercado.

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Como não existe espaço no teto do gasto e a Constituição exige estado de calamidade pública ou convulsão social para que o programa seja financiado fora do teto, o que não é o caso neste momento, os investidores começam a se preocupar com a possibilidade de que o auxílio emergencial acabe sendo retirado do teto, tornando-o praticamente inefetivo.
Eduardo Nishio, chefe de pesquisa e finanças da Genial Investimentos.

Com desempenho negativo em setembro, os investimentos de renda variável, como Bolsa e fundos imobiliários, ampliaram as perdas acumuladas no ano.

O Ibovespa, por exemplo, retornou a patamares de março, um dos pontos níveis mais baixos em 2021.

Por outro lado, o dólar recobrou o fôlego, voltando a cotações ante o real que não eram registradas de forma constante desde maio, embora tenham sido testadas em agosto.

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Cenário para restante do ano

Economistas e gestores de recursos apontam que a volatilidade e aversão ao risco devem continuar predominando na agenda dos mercados nessa reta final do ano porque as fontes de incertezas são muitas e espalhadas pelo mundo e no Brasil.

Diante de tantas incertezas, os investidores seguem buscando proteção. Aqui no Brasil, o quadro fiscal é perigoso e a dívida bruta elevada, com governo e parlamentares buscando abrir o saco de bondades, visando às eleições do próximo ano.

No exterior, os problemas são inflação alta, avanço da variante delta e proximidade da retirada de estímulos por parte dos bancos centrais, além da desaceleração das economias mais desenvolvidas no curto prazo, o que também nos atinge.
Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais

O analista gráfico da Genial Investimentos, Igor Graminhani, diz que o Ibovespa continua em tendência de baixa no curto e no médio prazo.

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Conforme estudos dele, o índice tem um suporte de 107.320 pontos, ou seja, um patamar que funciona como base para uma recuperação nessa tendência de queda. Na prática, ele pode voltar a subir caso alcance esse patamar.

Mas se perder esse suporte [cair mais do que esse nível], o Ibovespa pode abrir espaço para mais correções até 105.545 pontos, 102.030 pontos e, depois, até 93.410 pontos, que seria um suporte muito forte.  

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Fonte: Abecip.org.