O que é Doença Holandesa?

A Doença Holandesa é um termo utilizado pelos economistas para determinar quando um país está passando por problemas na economia interna.

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Às vezes, de forma paradoxal, um país vê grande expansão de algum commodities ou produto natural e isso acaba influenciando na valorização da moeda, por exemplo.

Como consequência, a desindustrialização e a redução de demais mercados do país acabam ocorrendo devido ao encarecimento da moeda e da importação mais barata.

Essa mudança, principalmente no que tange a valorização da moeda, pode gerar consequências severas na economia no curto, médio e longo prazo.

Doença Holandesa também pode ser traduzida para o inglês como Dutch Disease.

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História da Doença Holandesa

Em meados de 1959 a Holanda descobriu grandes reservas de gás natural no Mar do Norte. Com essa descoberta o país iniciou um processo de exploração e começou a comercializar o produto.

Com a comercialização e eventual exportação, outros países começaram a comprar e isso tornou a moeda holandesa (Dutch Guilder) muito valorizada.

Em consequência da valorização da moeda holandesa, os próprios holandeses começaram a consumir mais produtos importados.

Com a valorização da moeda, os produtos fabricados e produzidos pela Holanda se tornaram mais caros e, portanto, não eram mais a prioridade dos cidadãos.

Isso gerou aumento do desemprego, que antes era de 1,1 % e foi para os 5,1%.

Doença Holandesa na Prática

Alguns países além da própria Holanda já passaram por alguma situação similar. A Inglaterra quando iniciou a exploração de petróleo na Escócia registrou uma forte valorização da libra.

A valorização afetou diretamente sua economia interna, fato que influenciou o país a entrar em recessão.

A exploração de recursos naturais ou de alguma tecnologia que possa se valorizar muito e de forma cavalar é algo que deve ser visto com atenção.

A princípio, a grande procura e as vendas em grandes quantidades geram euforia no país, mas tudo isso pode acabar influenciando de forma negativa outras áreas da economia e trazer prejuízos ao país no final das contas.

Com a moeda valorizada devido à procura pela commodity em questão, os importados acabam ficando mais baratos e isso acaba gerando uma troca entre os produtos internos pelos importados.

Em consequência às fábricas que estavam elaborando tais produtos acabam fechando e gerando desemprego.

Por fim, o desemprego gera menos renda e as pessoas deixam de ser consumidores jogando o país em uma recessão. 

Se a situação não for controlada com as devidas medidas, a recessão pode virar até uma depressão.

Brasil e a Doença Holandesa

Segundo a opinião de alguns economistas, o Brasil pode ter passado pela Doença Holandesa em meados de 2010.

O Brasil registrou a explosão de commodities e isso gerou a concentração da economia em tal área.

A moeda brasileira, o Real permaneceu valorizada, fato que incentivou a procura por produtos importados e deu início a um movimento de desindustrialização.

Hoje, nós convivemos sobre os efeitos da valorização das commodities e isso vem gerando volatilidade no mercado de trabalho e baixo crescimento.

O Brasil que em outra hora conseguia empregar um ritmo de crescimento interessante, hoje vem sofrendo com crises internas e o desemprego.

A queda da renda é outro fator. Além desses problemas, mais recentemente o real vem se desvalorizando e a inflação vem ganhando força sem que haja um aumento no emprego.

A Doença Holandesa quando não “tratada” pode contaminar a economia do país e trazer impactos de médio a longo prazo.