O que é Dívida Externa?

A dívida externa é a soma dos débitos que constituem a dívida pública que um governo possui com países estrangeiros e que é classificada em dois tipos:

  • Dívida externa contratual: são os débitos contraídos através de transações e acordos feitos com instituições multilaterais, tal como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial;
  • Dívida externa mobiliária: já esse tipo de débito é assumido por meio da emissão de títulos públicos.

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Contraídos através de financiamentos e empréstimos, esses débitos devem ser pagos em moeda estrangeira, normalmente em dólar-americano. Isso acontece para a captação de recursos em benefício próprio.

Pois, eles servem para sustentar as atividades de um país e seus estados, realizando a manutenção das contas públicas. Muitas vezes os recursos têm como destino a saúde e educação.

Esses passivos podem ser originados nas empresas estatais e privadas. No entanto, o segundo caso só acontece com a permissão do governo  a fim de fornecer divisas aos pagamentos e amortizações dos juros.

Além do FMI e Banco Mundial, os recursos estrangeiros são obtidos em instituições financeiras, organizações privadas e governo. Sua escolha depende apenas de quem oferece taxas de juros mais atrativas.

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Como Funciona uma Dívida Externa?

Embora uma dívida externa possa beneficiar uma macroeconomia, quando sua parcela é alta isso pode trazer vulnerabilidades. O que traz riscos de instabilidade econômica e baixa indicação de confiabilidade.

O primeiro risco é comum quando a moeda local deprecia, enquanto a exterior valoriza, aumentando o valor da dívida. Além de dificultar o pagamento das dívidas, isso estimula a inflação.

Já o segundo, representa a imagem negativa que o país fica perante investidores estrangeiros. Pois, esse cenário causa a falta de confiança na manutenção do poder aquisitivo local.

Assim como, em sua capacidade de quitar dívidas. O resultado é a falta de estímulo que afasta investidores estrangeiros não dispostos a assumirem essa dívida junto ao governo. 

Liquidada em moeda estrangeira, uma dívida externa causa a saída de valores elevados dos cofres públicos. Dessa forma, no caso de desvalorização da moeda local, ocorre a fragilização da economia. 

A fim de evitar isso, a estratégia adotada é pagar os juros primeiramente. Na intenção de recuperar o status de confiança do país e manter o controle de seus passivos.

Dívida Externa Brasileira

O Brasil possui uma dívida externa elevada que o torna mais vulnerável a crises e instabilidades econômicas. Segundo histórico, seus débitos têm origem ainda no período da independência do país.

Desde 1824 o país vem contraindo débitos estrangeiros, como no convênio de Taubaté. Um acordo que garantia a compra do excedente de café de produtores nacionais pelo governo. 

O financiamento dessa garantia gerou um aumento considerável da dívida. E ela se tornou ainda maior entre as décadas de 60 e 80 durante o Regime Militar.

Com o Plano Real, a dívida externa brasileira começou a estabilizar e em 2008, o país tinha recursos para quitá-la por completo. Mas, tomar essa ação levaria a fragilização da economia. 

Apesar de o Brasil continuar devendo, ele conseguiu recuperar a imagem de um credor confiável. Mas, o país só conseguiu reduzir e estabilizar seus saldos causando uma dívida interna.

Ou seja, com empréstimos e financiamentos internos através de credores e da moeda nacional. Também no intuito de captar recursos para movimentar e realizar a manutenção da economia.

Situação Atual da Dívida Externa no Brasil

Atualmente, o Brasil ainda possui uma dívida externa que ao final de 2019, segundo dados do Bacen (Banco Central do Brasil), estava em torno de 324 bilhões de dólares-americanos. 

Se comparamos com o ano de 2018, seu aumento foi de cerca de US$3 bilhões. O que representa cerca de 0,93% a mais e os esforços para seu controle.

O percentual da dívida externa atrelada ao câmbio em 2004 estava em torno de 30%. Mas, a partir de 2018 ele vem caindo e hoje encontra-se em menos de 5%.

Em resumo, o valor das reservas internacionais do Brasil hoje superam sua dívida externa. Por isso, o país tem a capacidade de pagá-la mas, não sem afetar sua própria economia.