O que é demanda efetiva?

Demanda efetiva se refere ao nível de consumo de bens e serviços que os consumidores realmente realizaram. 

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Mostra a quantidade de bens que os consumidores estão realmente comprando, com base em sua capacidade de pagamento.

A demanda efetiva exclui a demanda latente, na qual a vontade de comprar bens pode ser limitada pela incapacidade de comprá-los.

Este é um conceito presente na teoria desenvolvida pelo economista John Maynard Keynes.

Em macroeconomia, a demanda efetiva é o ponto de equilíbrio onde demanda agregada se iguala à oferta agregada

A importância da visão de Keynes é que o nível de demanda efetiva de uma economia pode ser insuficiente para alcançar o pleno emprego.

Isso porque, o elevado desemprego a renda baixa da sociedade pode implicar em um nível de demanda baixo para incentivar a produção e os investimentos. 

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Demanda efetiva na Teoria de Keynes

David Ricardo e John Baptiste Say defendiam a visão de que “a oferta cria sua própria demanda”. 

Em outras palavras, a demanda não pode restringir o nível de oferta de uma economia, pois o aumento da produção gera aumento da renda e, portanto, de demanda de uma sociedade.

No entanto, ao olhar para a Grande Depressão de 1929, Keynes argumentou que a demanda efetiva poderia ser menor do que o necessário para atingir o equilíbrio de pleno emprego. 

Para Keynes a oferta não tem sua demanda garantida pois nem toda renda gerada é gasta no consumo. Ou seja, uma parte é poupada pelos trabalhadores e capitalistas.

Essa parte poupada é uma parte da renda da produção que não será consumida. O que vai garantir que haja um equilíbrio serão os investimentos realizados.

Se o valor poupado pela sociedade for gasto com investimentos, via crédito no sistema financeiro, então poderá ocorrer o equilíbrio.

Entretanto, os investimentos são instáveis, pois são determinados pelas expectativas dos empresários e outros fatores econômicos, como a taxa de juros e o custo de oportunidade.

Como a economia é permeada pela incerteza, os capitalistas nem sempre estarão dispostos a investirem, o que deixará uma parte dos recursos ociosos, gerando desemprego e queda na renda.

Uma forma de contornar isso é a partir dos gastos dos governos, que deveriam atuar como fator contracíclico, aumentando a demanda efetiva e induzindo as expectativas.

Ou seja, quando a economia estiver em queda o governo deverá elevar seus gastos, enquanto que, nos casos de forte crescimento, o Estado deverá cortar gastos e realizar superávit fiscal.

Em suma, na teoria de Keynes, é o nível de demanda efetiva que determina o nível de produto da economia, e não fatores relacionados à oferta, como afirmam os economistas clássicos.

O que determina a demanda efetiva?

Os principais fatores que afetam a demanda efetiva são:

  • Preço;
  • Renda;
  • Disponibilidade de crédito. 

Preços e demanda efetiva têm uma relação inversa, ou seja, um aumento nos preços diminui a renda disponível para o consumo da sociedade.

O contrário ocorre com os fatores renda e crédito. 

Um aumento na renda tende a causar aumento da demanda efetiva. A renda, por sua vez, é impactada pelo nível de emprego da sociedade, ou seja, quanto maior o emprego mais as pessoas têm renda

o crédito tem a capacidade de ampliar o nível de demanda efetiva. Se os consumidores e as empresas podem tomar emprestado, então eles têm uma demanda efetiva para comprar ou investir. 

Se o crédito é restrito, temos que a demanda efetiva é limitada pela falta de acesso ao crédito.

O crédito, para Keynes, é afetado pela preferência pela liquidez, que, por sua vez, é determinada pelo nível de incerteza que os agentes do mercado sentem quanto à economia.

Neste caso, quanto maior o nível de incerteza observado, menor é o crédito que o sistema financeiro está disposto a disponibilizar para os capitalistas.