O famoso poema “E Agora, José?”, de Drummond de Andrade, retrata a vida solitária e desesperançosa de um homem que passa a viver na cidade, mas se sente perdido, sem orientação, vivendo uma crise existencial e falta de perspectiva.

Carteira Recomendada? Faça um Diagnóstico Online e Receba uma Carteira Gratuita.

Veja, em um processo de êxodo rural a ida a cidade pode ser vista como algo desejável.

O homem está lá.

Mas ao se deparar com a realidade tudo muda.

Nem tudo é como idealizamos.

A década passada, marcada por economia global aquecida e juros globais baixos nos abriu os olhos para um mundo novo.

As criptomoedas emergiram na esteira da expansão dos balanços dos Bancos Centrais.

As ações do mercado americano, com destaque para as empresas de tecnologia (com ou sem lucro), surfaram um bull market praticamente em linha reta, o que claramente denota que havia riscos escondidos.

O Brasil passou a viver um curto período de tempo de juros baixos e isso colocou praticamente 5 milhões de CPFs na bolsa de valores.

Como Investir no Cenário Econômico Atual? Veja a Melhor Ação de Dividendos Hoje.

Tal qual o êxodo rural brasileiro colocou a população a viver a realidade da metrópole em detrimento da vida bucólica no campo, os juros baixos e cenário externo favorável atraíram o investidor.

Esses investidores, antes confortáveis no banco com os juros altos, chegaram para a realidade da bolsa de valores.

De fato, os primeiros encontros foram de encanto puro… Tudo subia.

Quando caía, a recuperação era rápida.

O discurso de “caiu, comprou” colava e, de repente, todos os investidores acreditavam ter adquirido o tal domindset correto”.

O problema é que estavam todos inebriados por juros baixos.

E então veio a realidade. E agora, José?

Em dado momento, os juros baixos demais já nos causavam alguma intoxicação, tal qual aquele copo de cerveja quente que insistimos em tomar quando uma festa caminha para o seu final.

Por outro lado, a normalização dos juros nos trouxe de volta a uma dolorosa realidade, a da ressaca.

Os mercados voltaram a ser voláteis. Nem tudo sobe, ainda menos aquilo que não entrega resultado, que agora só cai.

Vimos tanto na bolsa brasileira quanto na Nasdaq empresas sólidas caindo 70% ou 80% das suas máximas.

Bem-vindo a nossa admirável (nem tão) nova década.

Bancões e commodities, até pouco tempo considerados temas ultrapassados, se destacam na bolsa brasileira.

Os juros no Brasil voltaram a ser altos. 

Inflação e desemprego são nossos velhos e conhecidos companheiros. 

Veremos uma eleição presidencial disputada entre dois candidatos que já foram presidentes.

Podemos até pensar que estamos voltando no tempo, mas isso não é verdade.

Por mais que tenhamos sofrido um revés nos últimos 10 meses, o investidor agora já não está mais dentro da “caverna de Platão”.

Ele já conhece o mundo aqui fora, já não pode mais ignorar a realidade do mercado financeiro.

Ele já sabe que precisa de uma carteira diversificada e que, no longo prazo, algum grau de sofisticação é necessário.

O questionamento que deixo é se as frases de efeito de gurus só serviram para quando o mercado de ações estava fácil ou também servem para agora…

Quando tudo subia, víamos até adolescentes tuitando “compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos”, frase de Warren Buffett.

Como Investir no Cenário Econômico Atual? Veja a Melhor Ação de Dividendos Hoje.

Mas e agora, José?

Você sabe diferenciar o som de um canhão do som de um violino?

Com o Ibovespa a menos de 6x lucros, a menor marca registrada no século XXI, o porto seguro da maioria está na renda fixa.

Será que o investidor está certo?

Talvez parcialmente.

Nesse exato momento, sabemos que o investidor já conhece as ambivalências de dois mundos, ou do mundo dentro da caverna e do mundo fora.

Não é exatamente um problema em se resguardar na caverna em tempos sombrios, mas ignorar a realidade fora da caverna já não é mais uma opção.

Com cautela, com diligência, com calma e uma equipe capacitada de analistas para isso conseguimos selecionar ações com muita assimetria.

Uma ação com assimetria não é aquela que não pode cair, mas sim aquela que oferece uma distribuição de probabilidades favorável ao comprador.

Se o cenário ruim se concretizar, os danos são pequenos. Se um cenário um tanto quanto melhor se concretizar, aí a mágica de comprar ações baratas acontece.

É assim que sempre se fez dinheiro na bolsa de valores.

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.