As leis enunciadas por Cyril Northcote Parkinson na década de 50 explicam as causas da nossa má gestão do tempo e finanças.

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Na Lei de Parkinson, o historiador naval britânico ironizava a burocracia das empresas e do serviço público dizendo:

“O trabalho se expande até preencher o tempo disponível para sua realização”.

Todos nós podemos ter experimentado o conceito da Lei em algum momento de nossas vidas. Esse é um viés cognitivo que explica por que ‘não temos tempo para nada’.

Outra constatação derivada também está relacionada com a escassez de tempo e dinheiro é: “As despesas aumentam até cobrir todas as receitas.” Uma vez que muitos trabalham para o dinheiro e vivem no limite da agenda.

Já a sua Lei da Trivialidade diz que possuímos uma tendência a dar atenção desproporcional a questões triviais:

“O tempo dedicado a qualquer item da agenda é inversamente proporcional à sua importância”.

Parkinson e seus escritos indicavam sua capacidade em reconhecer os procedimentos enviesados dentro das instituições e de nossas próprias atitudes.

O conceito, conhecido como 'Lei de Parkinson', formou a base de vários outros ensaios e ainda vale hoje em dia.

Conheça C. Northcote Parkinson, autor de mais de 60 artigos e conhecido do grande público por duas leis que receberam o seu nome.

O que é a Lei de Parkinson e a Lei da Trivialidade de Parkinson e como podemos tirar proveito delas e gerenciar melhor nosso tempo e nossas finanças.

Quem foi Cyril Northcote Parkinson?

C. Northcote Parkinson (1909 – 1993) foi um historiador, escritor e administrador britânico do século XX, formulador da Lei de Parkinson, segundo a qual o trabalho expande-se de modo a preencher o tempo disponível para sua realização.

Sua lei apareceu pela primeira vez em um artigo no London Economist em 1955 e depois abordada em mais detalhes no livro Parkinson's Law (1957) ou  A Lei de Parkinson, em português.

Suas publicações ligadas à eficiência e à burocracia dentro das entidades são baseadas nas suas experiências como oficial do exército britânico durante a Segunda Guerra Mundial.

Parkinson ficou conhecido como um importante estudioso da administração e gestão pública, mas seus trabalhos se expandiram para outras áreas, mostrando como viéses comportamentais são relevantes para nossos resultados.

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Vida e carreira

Cyril Northcote Parkinson nasceu em 30 de julho de 1909, em Barnard Castle, Durham, Inglaterra.

Graduou-se em história no Emmanuel College, Cambridge, onde desenvolveu um interesse pela história naval. 

Em seguida, fez doutorado no King's College London e escreveu sua tese sobre Comércio e Guerra nos Mares Orientais, de 1803 a 1810, que recebeu o Prêmio Julian Corbett de História Naval, em 1935.

Ainda em 1934, Parkinson foi comissionado no Exército Territorial no 22º Regimento de Londres. Foi promovido a tenente no mesmo ano e a capitão em 1937.

Durante esse período, lecionou em várias escolas militares no Reino Unido.

Em 1943 ele se casou com Ethelwyn Edith Graves, tutora de enfermagem do Hospital Middlesex, com quem teve dois filhos.

De 1946 a 1949, foi professor de história na Universidade de Liverpool e em 1950, ocupou a cadeira de História na recém-criada Universidade da Malásia, atual Universidade Nacional de Singapura.

Parkinson se divorciou em 1952 e se casou novamente com a escritora e jornalista Ann Fry, com quem teve dois filhos e uma filha. 

Em 1958, ainda em Singapura, publicou sua obra mais famosa, A Lei de Parkinson, livro que expandia seu artigo publicado na revista Economist em novembro de 1955, no qual satirizava as burocracias do governo. 

O livro se tornou um best-seller instantâneo. Além do argumento de que 'o trabalho se expande para preencher o tempo disponível para sua conclusão', ainda incluía um discurso sobre a Lei da Trivialidade de Parkinson.

Depois de servir como professor visitante na Universidade de Harvard em 1958, na Universidade de Illinois e na Universidade da Califórnia, em 1959 e 1960, ele renunciou ao cargo em Cingapura para se dedicar à escrita.

Parkinson morreu em 9 de março de 1993, em Canterbury, no sudeste da Inglaterra.

A Lei de Parkinson e suas aplicações

A lei de Parkinson, revelada pelo historiador Cyril Northcote Parkinson, afirma que:

"O trabalho expande-se de modo a preencher o tempo disponível para sua realização".

Isso significa que se você tem uma tarefa para ser realizada dentro de 15 minutos, daria todo seu esforço e empenho para cumpri-la dentro do prazo.

Por outro lado, se essa mesma tarefa fosse estipulada para ser cumprida em um dia, gastaria todo o tempo disponível para cumpri-la.

A lei de Parkinson fornece informações sobre uma barreira primária para a gestão eficiente do tempo. O motivo você já conhece: procrastinamos tanto quanto podemos.

Provavelmente você já se viu em uma situação dessa, mas descrever esse comportamento tão comum entre os seres humanos estava em segundo plano.

A intenção original de Parkinson era a burocratização do Estado britânico.

Parkinson publicou sua lei pela primeira vez em um artigo no The Economist em 19 de novembro de 1955, onde satirizava a ineficiência da administração pública, o excesso de burocracia, o número crescente de funcionários e os custos relacionados a eles. 

Em seu ensaio original, ele apontou que, embora o número de navios da Marinha tenha diminuído em dois terços e o pessoal em um terço, entre 1914 e 1928, a burocracia no serviço havia aumentado quase 6% ao ano.

Ou seja, havia menos pessoas e menos trabalho para gerenciar, mas a gestão em si ainda estava em expansão.

Parkinson argumentou que isso se devia a fatores independentes das necessidades operacionais da Marinha e apontou dois elementos críticos que levam à burocratização:

  • A tendência de gerentes de contratar dois ou mais subordinados, o que ele chamou de lei da multiplicação de subordinados;
  • O fato de os burocratas criarem trabalho para outros burocratas.

Stefan Thurner, professor de Ciência de Sistemas Complexos da Universidade Médica de Viena, também analisou as ineficiências no contexto original de Parkinson.

Segundo ele, as empresas geralmente começam com uma hierarquia plana. Conforme ela cresce, são contratados assistentes, que quando promovidos contratam seus próprios subordinados.

Essas camadas na pirâmide não têm outra finalidade senão a introdução de hierarquia. Porém, quando ela fica muito grande e cara, pode consumir todos os lucros da empresa.

É o que Thurner observou nos gabinetes dos Governos.

Ao examinar o tamanho de gabinetes estatais de quase 200 países descobriu que quanto maiores, maior também a ineficiência e instabilidade política.

A “lei" inicial de Parkinson passou a significar muito mais do que a intenção original do autor. Também é possível ver a lei em ação nas nossas atividades diárias.

Assim, não importa quantas coisas possuímos sobre nossa responsabilidade, iremos concluí-las em tempo maior que o necessário.

Se nos vemos diante de uma tarefa que demoraria 30 minutos para ser concluída, por exemplo, mas possuímos o prazo de 1 dia, provavelmente terminaremos no tempo limite.

Para Cyril Parkinson: “O homem mais ocupado é o que tem mais tempo livre”, uma vez que quando temos pouco tempo para realizar uma atividade, a tendência é ser mais eficaz e objetivo.

Isso nos leva à frase, “se você quer que algo seja feito, dê para alguém ocupado”.

Pessoas ocupadas são mais eficientes em gestão de tempo, já as que têm tempo “de sobra” sempre acabam desperdiçando-o.

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Como se beneficiar da Lei de Parkinson

Ao tomar consciência da Lei de Parkinson e do viés comportamental que vem com ela, podemos reverter essa situação e aprender a gerir melhor o tempo e também nossas finanças.

É interessante observar que essa lei é estendida para outros campos e áreas, virando uma regra geral.

No planejamento financeiro e na sua relação de ganhos e gastos, por exemplo, a “lei” que impera é que “a despesa se expande junto com a quantidade de renda”.

A lei diz que à medida que sua renda aumenta, você tende a aumentar também seus gastos.

Se seguir nessa tendência, não importa quanto dinheiro você ganhe, sempre vai parecer que não há o suficiente para cobrir as despesas, muito menos perseguir seus objetivos.

Para alcançar a independência financeira a Lei de Parkinson precisa ser violada.

Se você quer fazer sua vida financeira progredir precisa restringir suas despesas a uma parte do seu salário, economizar e investir com sabedoria.

Portanto, para ter uma vantagem sobre esse viés, temos que aprender a garantir eficiência em todas as operações do seu dia, organizando seus horários e colocando limites para cada tarefa.

  • Planeje seu dia: Liste todos seus compromissos e tarefas do dia. Ter tudo anotado antes facilita a execução e a gestão do tempo;
  • Crie um senso de urgência em suas metas: Estipule prazos menores para cumprir suas metas. Assim, você sairá de sua zona de conforto e terá mais tempo de qualidade e foco.

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Lei da Trivialidade de Parkinson

Junto com a Lei de Parkinson, Cyril apresentou pela primeira vez o conceito da Lei da Trivialidade, segundo a qual as pessoas dentro de uma organização geralmente dão peso desproporcional a questões triviais. 

Como ele mesmo disse: "O tempo gasto em qualquer item da agenda será na proporção inversa da soma [de dinheiro] envolvida." 

Ou seja, temos a tendência de, diante da discussão em grupo, passar mais tempo discutindo pontos banais do que tratando do problema central.

O motivo desse viés é a própria complexidade do ponto central.

Parkinson fornece o exemplo de um comitê fictício discutindo planos para uma usina nuclear.

A maior parte do tempo é gasta em discussões sobre questões relativamente menores, mas fáceis de entender, como quais materiais usar para o galpão de bicicletas da equipe, por exemplo.

Isso ficou conhecido como Efeito do Bicicletário.

Um galpão de bicicletas é mais simples e barato, portanto, todos os envolvidos desejam mostrar sua contribuição.

Por outro lado, o reator nuclear, mesmo sendo o ponto principal, é uma tarefa muito mais cara, difícil e complexa, que nem todos conseguem entendê-lo.

Assim como a Lei de Parkinson, a Lei de Trivialidade também está presente no nosso cotidiano em diferentes áreas. Basicamente, sempre onde há uma discussão de um grupo de pessoas.

Pense em quantas reuniões você participou e percebeu que, se tivessem se atentado ao problema principal ela teria durado muito menos?

A Lei de Trivialidade não é apenas uma perda de tempo, mas uma perda de dinheiro também.

Afinal, você não está se concentrando no ponto chave e desperdiçando um tempo precioso que poderia ser melhor aproveitado.

Ao montar um planejamento financeiro, por exemplo, é quase certo que você gaste mais tempo montando a planilha, decorando, pensando nas categorias do que verdadeiramente analisando as suas despesas. 

Ou que passe mais tempo discutindo se deve cortar ou não o cafézinho ao invés de debater os melhores investimentos.

Portanto, aprenda a focar no que realmente importa.

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