O que é custo de agência?

Custo de agência é definido como a soma dos gastos por parte do proprietário com monitoramento e incentivos dos administradores.

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Esse é um conceito muito empregado na teoria da firma, em ciências econômicas.

O custo de agência ocorre pois, no capitalismo moderno, é comum ver a separação entre propriedade e administração. 

Essa separação, por sua vez, gera conflitos de interesses, sendo necessário gastos para sua resolução, que são, neste caso, o custo de agência.

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Custo de agência na teoria econômica

Em economia temos que a teoria da firma diferencia a estrutura de capital e a estrutura de propriedade.

A estrutura de capital é aquela relacionada à proporção do capital de uma empresa detida por insiders, que são os gestores e funcionários que possuem parte do capital.

Já a estrutura da propriedade se refere aos e outsiders, que são os sócios que detém parte do capital, mas não estão envolvidos no dia a dia da empresa.

Resumindo, temos como foco o problema gerado a partir dos conflitos entre agentes que detêm a propriedade do capital e aqueles que detém o dever de gerí-lo.

A teoria da firma, portanto, define a relação de agência como um contrato sob o qual os proprietários (principal) contratam os gestores (agente).

Nesta relação o principal dá um certo poder ao agente para decidir sobre a vida da companhia.

Ao conceder poder para o agente, pode ocorrer deste tomar decisões contrárias aos interesses do principal seja prejudicado, dando preferência aos interesses individuais dos gestores.

Assim sendo, ao assumir que ambos, agente e principal, sejam maximizadores de utilidade, infere-se que o agente nem sempre tomará as melhores decisões sob o ponto de vista do contratante. 

Consequentemente, o custo de agência ocorre uma vez que o principal não tem capacidade de gerenciar o negócio de acordo com seus interesses.

Como funciona o custo de agência?

Como os gestores são aqueles que ficarão responsáveis por tomar decisões importantes que ditarão os rumos da empresa, eles podem fazer isso para benefício próprio ou dos acionistas.

Nem sempre os interesses dos dois lados irão coincidir e, dessa forma, os administradores poderão priorizar seus próprios interesses em detrimento dos proprietários do capital.

Estes podem, por exemplo, tomar decisões de elevar a receita da companhia a partir da queda das margens, em caso de seus salários serem atrelados ao primeiro indicador.

Neste caso, teríamos o prejuízo para os acionistas, que verão a empresa ter uma lucratividade menor, enquanto que os gestores receberão maiores salários.

Esse conflito pode gerar brigas políticas dentro da empresa e, assim, atrapalhar a tomada de decisão de forma técnica e, com isso, prejudicar a organização como um todo.

Assim, os custos de agência aparecem para mediar os conflitos entre proprietários e gestores

Tais custos podem ser tanto diretos quanto indiretos. Podem também ser tanto monetários quanto institucionais.

Ou seja, custo de agência é tudo aquilo que é colocado em prática mas que normalmente não se verifica nos casos em que a propriedade e gestão ficam sob responsabilidade de um mesmo indivíduo.

Custo de agência pode ser mensurado de várias formas, como:

  • Custos para monitorar as ações dos agentes, como auditorias;
  • Custo de oportunidade para estruturar a empresa como forma de controlar a atividade dos administradores, como nomear acionistas para o conselho de administração;
  • Diferença entre o resultado desejado e o resultado efetivo em termos de ganhos de capital;
  • Gasto adicional com incentivos e restrições para que os gestores tomem decisões de acordo com os interesses dos proprietários.

Todos estes fatores são pensados para reduzir o conflito entre proprietários e gestores, e fazer com que estes atuem em prol da companhia como um todo.

No ambiente corporativo, as soluções mais comuns para resolver o problema do custo de agência são a bonificação por performance e a exigência para que os administradores comprem ações da empresa.