O diretor executivo da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN (CSNA3), Luis Fernando Martinez, disse hoje (16) que os preços da tonelada de aço sofrerão novo reajuste em novembro.
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Segundo a fala feita por ele durante teleconferência sobre resultado do terceiro trimestre da companhia, o aumento será em torno de 10%.
A diferença entre o aço importado e o produto nacional ainda está de 5% a 10%.
“Um dado importante é que os altos-fornos na China estão operando mais de 90% e o país está importando placas do Brasil e da Rússia", apontou.
"Estamos trabalhando com o aço chinês a US$ 500 a tonelada, e hoje o prêmio é negativo de 5% a 10%, o que nos permite fazer um aumento e vamos fazer de 10% em novembro”, ressaltou Martinez
O executivo afirmou, ainda, que além desses reajustes, a CSN já está em negociação com as montadoras para o novo reajuste para o próximo ano.
Segundo Martinez, esse aumento deve girar em torno de 30% a 35% em 2021.
“Para fazermos uma tonelada de aço, gastamos 1,6 tonelada de minério de ferro e 0,6 tonelada de carvão. Se considerarmos o minério e o carvão do início do ano, tivemos um aumento de custos de 55%."
"Esse reajuste dessa ordem, não é uma questão de oferta e demanda é reposição de custos” ressaltou.
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Resultado histórico
O diretor executivo de relações com investidores companhia, Marcelo Cunha Ribeiro, disse hoje que o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi o melhor da história da siderúrgica.
No resultado do terceiro trimestre da CSN, o indicador chegou a R$ 3,5 bilhões puxado por melhores volumes em todas as unidades de negócio e melhores preços, tanto do aço como no minério de ferro.
“Conseguimos atravessar um trimestre desafiador com muito pouco impacto nas nossas operações e nos nossos resultados. O Ebitda R$ 3,5 bilhões de longe é o melhor da nossa história".
"Além disso, fizemos novos esforços de readequação de dívida e isso nos ajudou a reduzir o nosso endividamento e a alavancagem ficou em 3,5 vezes, a melhor nos últimos cinco anos”, disse Ribeiro.
Segundo ele, todas as áreas de atuação da companhia tiveram crescimento expressivo em relação ao trimestre imediatamente anterior e ao mesmo período do ano passado.
“Na mineração, o Ebitda foi de R$ 1,2 bilhão e nossa margem chegou a 70%".
"Na siderurgia, a nossa margem chegou a 39%. Em todas as unidades tivemos crescimento expressivo. Muito pelos volume recordes e o momento de preços tanto para o aço quanto para o minério de ferro”, disse Ribeiro.
Para o presidente executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, bons resultados deste trimestre são frutos dos esforços para a redução de custos do início do ano.
Em maio, em razão da forte queda da demanda, a CSN desligou o seu alto-forno 2 da usina de Volta Redonda e segundo Steinbruch, o equipamento deverá ser religado na segunda quinzena de novembro.
Martinez disse que o consumo aparente de aço planos no mercado brasileiro deverá cair 5% este ano.
Em longos, de acordo com o diretor, o crescimento deverá ser de 1% a 2%.
“Nossas vendas internas acumuladas até hoje cresceram 6% o mercado caiu 19%. Em longos o mercado subiu 1% e a CSN 8%".
"E alguns investimentos em infraestrutura estão retomando. Em embalagem, o consumo cresceu 30% porque há uma substituição clara do plástico para o aço, principalmente em alimentos.”
Martinez ressaltou que mesmo no mercado automotivo, que teve uma nova estimativa de queda de vendas em 30%, está melhor que o cenário traçado no início da pandemia, que era de recuo de 45%.
Segundo o diretor, a produção deve chegar a 2 milhões de unidades.
"Os mercados estão voltando e demandando”, disse Martinez.
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Novos negócios
Mesmo com o bom momento das unidades de negócios este ano, a CSN busca novas áreas de investimento.
Segundo Steinbruch, a empresa está avaliando ativos em gás natural.
"Somos grandes consumidores e vemos o aumento da oferta como uma oportunidade de mudança do modelo energético brasileiro. Estamos estudando as alternativas de investimentos nessa área”, disse o executivo.
Segundo ele, além das oportunidades no setor energético, a CSN também analisa investimentos no setor de cimento que, conforme ele, passa por uma consolidação.
“Nós enxergamos uma oportunidade de consolidação do setor. A ociosidade que se apresenta não é de verdade porque parte da capacidade nominal não tem operado a custos favoráveis".
"Na mineração, os investimentos são auto sustentáveis, mas, temos linhas de financiamentos atrativas principalmente no mercado asiático", apontou.
"Estamos considerando fazê-los na mineração e no cimento. Mas, mantendo a companhia desalavancada.”
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This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.Fonte: Valor Econômico
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