Raízen Energia, uma joint venture formada entre a Cosan (CSAN3) e a Shell para atuar na área de combustíveis e energia, começou a contratar o sindicato de bancos de investimento para sua oferta inicial de ações (IPO) na B3, a bolsa de valores brasileira.

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A abertura de capital é uma das mais esperadas pelos investidores por conta do porte da empresa e está prevista para junho ou julho, a depender das condições do mercado financeiro.

Até o momento, quatro bancos foram contratados: o BTG Pactual, como coordenador líder, o Citibank, o Credit Suisse e o Bank of America, disse uma fonte.

Esse grupo ainda crescerá e mais bancos serão contratados nos próximos dias, reforçou a fonte, que pediu anonimato.

Com a expectativa da abertura de capital da Raízen, a ação da Cosan encerrou o pregão de ontem com valorização de 3,04%, com a expectativa de investidores de que a operação ajudará a mostrar ao mercado o valor da empresa.

Com a oferta, os bancos miram um valor de mercado para a Raízen de cerca de R$ 90 bilhões, já colocando a companhia entre uma das mais valiosas da B3.

O IPO faz parte dos planos da Cosan de listar suas subsidiárias, dentro de seu processo de reestruturação societária, de forma a destravar valor da companhia.

A reorganização do grupo Cosan foi anunciada em julho do ano passado, com o objetivo de simplificar a estrutura societária, demanda antiga de investidores diante da visão de que a relação entre as diversas empresas era confusa.

No ano passado, o grupo fez, nesse sentido, a tentativa de listar a Compass, sua subsidiária no segmento de gás natural, e que concentra sua participação na Comgás.

Mas teve de voltar atrás por encontrar investidores mais seletivos e pedindo desconto em relação ao preço desejado pela empresa.

A Raízen, que possui um faturamento na casa de R$ 120 bilhões, tem seu controle dividido igualitariamente entre a Cosan e a Shell.

A empresa se coloca hoje como a quarta maior empresa em receita do País, atrás apenas das gigantes Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e JBS (JBSS3).

A empresa opera com produção de açúcar, etanol e com a distribuição de combustíveis, por meio dos 7,3 mil postos com a marca Shell.

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Energia renovável

Uma outra vertente de atuação é no segmento de bioenergia, sendo hoje a maior produtora de energia elétrica a partir de biomassa de cana-de-açúcar, por exemplo.

Com a parte da oferta que irrigará o caixa da empresa, um dos destinos será dar musculatura ao segmento de energia renovável, diante da visão de que a demanda por fontes sustentáveis de geração de energia crescerá muito.

O foco nessa agenda ficou bastante claro com o acordo de compra da empresa do setor sucroalcooleiro Biosev (BSEV3), uma subsidiária brasileira da Louis Dreyfus Holding.

A operação inclui também a cogeração de energia.

Essa transação, que envolverá uma troca de ações, ainda precisa das aprovações regulatórias e da concretização de condições precedentes por parte da Biosev para sair do papel.

Com mais robustez em seu negócio de energia sustentável, a aposta é ainda atrair mais investidores, incluindo os estrangeiros, cada dia mais ligados à agenda ambiental, social e de governança (ESG).

"Consideramos a Raízen, atualmente, a joia da coroa da Cosan", afirmou o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman.

"A companhia possui robusta proposta de crescimento sustentável tanto do seu negócio de venda de cana-de-açúcar e etanol, como do de geração de energia renovável".

"A rede de postos também possui ampla capacidade de crescimento", comentou Arbetman.

Procurada, Raízen não comentou.

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Fonte: Estadão