O que é CPMF?

A CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) foi uma cobrança que incidiu sobre todas as movimentações bancárias no Brasil.

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Seu objetivo inicial era o de financiar a saúde do país, entretanto, não havia essa obrigação, sendo utilizado, por vezes, para beneficiar outros setores.

Dessa forma, a receita arrecadada com a CPMF foi usada em programas como o da previdência social e o fundo de combate à pobreza.

O imposto vigorou no Brasil por 11 anos.

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Como funcionava a CPMF?

A CPMF incidia sobre a maioria das movimentações financeiras que ocorressem no Brasil.

Valia tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas. 

Inicialmente, a alíquota foi de 0,2%, mas sofreu diversas alterações ao longo da história da CPMF, chegando a taxa máxima de 0,38%. 

O imposto incidia sobre várias transações, como saques, transferências, pagamento de contas por boleto, transações em cheque, até empréstimos, financiamentos e investimentos.

A exceção ficou por conta das negociações de ações na Bolsa de Valores, saques de aposentadorias, seguro-desemprego, salários e transferências entre contas correntes de mesma titularidade.

No ano de sua implantação, em 1997, o imposto recolheu pouco mais de R$ 5 bilhões de Reais. 

Ao longo do tempo, com o crescimento da economia e da alíquota, a arrecadação da CPMF foi crescendo até chegar ao patamar de R$ 37,2 bilhões, em 2007, que foi seu último ano.

História da CPMF

A primeira experiência com esse tipo de contribuição foi feita com o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), aplicado apenas no ano de 1994. 

Em 1996, o governo voltou a discutir a possibilidade de instituir novamente uma cobrança sobre movimentação financeira, com o objetivo de direcionar a arrecadação desse tributo para a área da saúde. 

No ano seguinte, em 1997, começou a ser cobrada a CPMF.

No final de 2000, o governo decidiu permitir o cruzamento de informações bancárias com as declarações de Imposto de Renda (IR) dos contribuintes.

Isso permitia ao governo identificar discordâncias entre valores declarados à Receita Federal e a movimentação de dinheiro em bancos e possíveis fraudes.

A contribuição provisória, que tinha data para acabar, foi prorrogada diversas vezes. 

Em outubro de 2007, a Câmara aprovou proposta que estendia a cobrança da CPMF até 2011, mas a iniciativa foi derrotada no Senado dois meses depois. 

À época, o governo alegou que o fim da CPMF resultaria numa perda de arrecadação de cerca de R$ 40 bilhões em 2008.

Conforme a Agência Senado, de 1997 a 2007, a CPMF arrecadou R$ 223 bilhões

Em 2007, último ano de vigência da contribuição, foram recolhidos R$ 37,2 bilhões, segundo balanço divulgado pela Receita Federal.

O crescimento da receita gerada pela CPMF entre 1998 e 2006 foi de 216,1%, enquanto o montante de tributos administrados pela Receita Federal evoluiu 78,4% no mesmo período, em termos reais.

Apesar de ter sido criada para financiar a saúde, não havia essa obrigação na lei, e R$ 33,5 bilhões foram usados para financiar outros setores.

Todas essas informações são resumidas no gráfico abaixo, que mostra a evolução da arrecadação, das alíquotas e para quais setores os recursos foram direcionados em cada ano.

Críticas à CPMF

A CPMF foi muito criticada ao longo do tempo. 

Como era um imposto cobrado sobre a maioria das movimentações bancárias, isso afetava a vida de quase todos os brasileiros

A maioria das pessoas evitavam fazer transações bancárias para não serem tributadas pela CPMF

Isso incentivava as transações com dinheiro em espécie, o que atrapalhava o desenvolvimento do setor financeiro do país. 

Além disso, o imposto também contribuía para o encarecimento do crédito, pois a taxação aumentava um pouco os custos finais visto que esta é uma modalidade de transação bancária.

Por fim, a CPMF também atrapalhava a vida dos investidores.

Por ser um imposto que incide sobre transferências bancárias, a depender das aplicações, as taxas oneravam os resgates de investimentos e as movimentações de valores.

Recentemente, a volta da CPMF tem sido levantada pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma forma de financiar o déficit público brasileiro.

Entretanto, a proposta tem sido fortemente criticada. Inclusive, os analistas acreditam que dificilmente a proposta será aprovada na Câmara e no Senado.