Segundo especialistas, muitas empresas de coworking devem quebrar durante o período da quarentena, mas a crise também pode trazer oportunidades em médio prazo.
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O coworking foi um modelo de negócio que revolucionou o mercado imobiliário. Porém, a crise causada pela pandemia de Coronavírus parece ter colocado um obstáculo no caminho dessa revolução.
Com a necessidade das medidas de distanciamento social, profissionais trabalham em home office e abandonam os escritórios compartilhados.
Renegociação de alugueis, adiamento dos pagamentos e rescisões contratuais são efeitos que já começam a ser sentidos pelas empresas de coworking.
Empresas de Coworking vão passar por peneira
De acordo com Giancarlo Nicastro, CEO da Siila Brasil, a receita dessas empresas vai apresentar queda considerável em curto prazo.
Isso acontece porque o próprio modelo de negócio do coworking permite que o cliente pague somente pelo seu uso, mas o uso não está acontecendo nesse momento.
Giancarlo também ressalta o efeito lan house. Houve uma rápida multiplicação dos espaços de coworking, sem que todos apresentassem os critérios necessários para um bom negócio.
Portanto, a crise deve fazer uma peneira. Giancarlo destaca que quem tem inquilinos mais fortes vai sofrer menos.
Período após crise pode beneficiar setor
Por outro lado, quando o período de quarentena acabar, o coworking pode ganhar espaço.
As empresas já observam que é possível manter certa produtividade sem fornecer um espaço físico. Isso pode incentivá-las a manter o home office, mesmo que esporadicamente, após o fim da pandemia.
Se isso ocorrer, deve haver uma procura pelo coworking como solução, já que a natureza humana é de contato.
Wework pode deixar o Brasil
Recentemente, uma das maiores empresas do setor de coworking vem enfrentando problemas que ganharam atenção nas notícias do mercado financeiro: a Wework.
Em março deste ano, o SoftBank optou pelo cancelamento de uma operação que envolveria a compra, pelo grupo japonês, de US$ 3 bilhões em ações do ex-CEO Adam Neumann e outros acionistas.
Logo em seguida, membros do comitê especial do conselho da Wework entraram com um processo contra o SoftBank. A alegação é de quebra de contrato e de dever fiduciário.
A ação é indicativo de que a retirada da oferta representou um baque para a empresa.
Se o cancelamento da operação deixar a Wework sem caixa, Giancarlo acredita que o Brasil é um dos mercados que a empresa pode abandonar primeiro.
Isso seria catastrófico para o setor de coworking no país, já que a empresa detém 63% de market share em São Paulo e 37% no Rio de Janeiro.
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