Você provavelmente já comprou coisas que não precisa ou agiu impulsivamente comprando ou vendendo um ativo e depois viu que essas não eram as decisões financeiras mais inteligentes.

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Por que tomamos decisões financeiras irracionais? Pensamos que estamos aproveitando pechinchas nas liquidações e ofertas especiais quando na verdade estamos apenas acumulando coisas.

Temos a tendência de seguir a manada e investir no novo "investimento da moda" só para depois ver que não era tudo isso.

Assim como na alimentação saudável e nos exercícios físicos, sabemos o que devemos e o que não devemos fazer, mas a realidade é que poucos fazem o certo.

Nas finanças, também funciona assim.

"Você é humano, e estamos simplesmente programados para tomar decisões financeiras estúpidas, como gastar muito ou economizar muito pouco", diz o economista comportamental e psicólogo cognitivo Dan Ariely.

A maneira de gerir nosso patrimônio, pouco ou muito, fala de como somos. 

Com o dinheiro, assim como na vida saudável, cada decisão que tomamos pode impactar significativamente nosso bem-estar. 

Para entender nossas fraquezas financeiras e como corrigi-las, a Reuters conversou com o professor da Duke University. 

Mesmo quando sabemos a coisa financeira certa a fazer, por que muitas vezes não a fazemos?

Dan Ariely explica que trata-se de curto prazo versus longo prazo, e os humanos simplesmente não são bons em pensar a longo prazo. 

É também sobre abstrato versus concreto. Você precisa desistir de algo concreto agora, para algo abstrato mais tarde.

Além disso, o professor destaca que o dinheiro digital mudou o ato de economizar. 

"Mil anos atrás, você costumava olhar para o seu quintal e ver quantas cabras tinha e competir com seus vizinhos. Agora sua economia é invisível, e isso é uma coisa terrível. Não é à toa que lhe damos menos atenção", diz.

Como superar todas essas falhas e economizar mais para o futuro?

Ariely aconselha a imaginar seu futuro. Como você se vê e como será sua vida baseado no que fez até o momento. Esse exercício faz com que a perspectiva pareça mais real. 

Outro truque é discutir suas economias para a aposentadoria com seu cônjuge ou alguém de confiança.

Quando você fala e imagina, seus planos passam de invisíveis a visíveis. 

O especialista também sugere criar barreiras à tentação, como deduções automáticas, que podem te ajudar a ficar mais perto de onde quer estar.

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Em termos de valorar as coisas corretamente, tente ignorar descontos, que basicamente não significam nada. 

Se uma camisa de R$ 200 for reduzida para R$ 100, não pense que ela está com 50% de desconto, pense se você quer ou não pagar R$ 100 por uma camisa.

Outra ferramenta para pensar em valor é ter um critério. Por exemplo, se você está comprando uma bicicleta nova, essa bicicleta vale 20 horas de trabalho? Ou se você está jantando bem, esse jantar vale três horas de trabalho? 

Dessa forma, você pode compará-lo com outras coisas que você ama. 

Segundo ele, esse é o custo de oportunidade e essa é a essência do dinheiro.

Por que não entendemos nada de dinheiro?

Dinheiro tem tudo a ver com custo de oportunidade.  Em seu livro, Dan Ariely escreve:

“O dinheiro é realmente sobre o custo de oportunidade. Toda vez que você compra café, o dinheiro vem de outra coisa. O que é essa outra coisa? Nós não imaginamos isso. Com dinheiro, as compensações são realmente incertas.” 

“Toda vez que compramos algo, é sobre o que não seremos capazes de fazer no futuro.” 

“O problema com o custo de oportunidade é que o custo de oportunidade é dividido entre muitas, muitas coisas.” 

À Forbes ele explica que cada vez que você compra uma xícara de café de R$ 4, você está desistindo de R$ 4 que poderiam estar indo para outra coisa. 

O que devemos nos perguntar o tempo todo é: 'Esta é a melhor maneira possível de gastar R$ 4?' 

Mas é difícil pensar sobre a vida dessa maneira, especialmente se você tem pagamentos que não são feitos imediatamente, como cartões de crédito, hipotecas, empréstimos para carros ou impostos.

Charlie Munger acredita firmemente na tomada de decisões com base no custo de oportunidade.

“No mundo real, você descobre uma oportunidade e depois compara outras oportunidades com ela. E você só investe nas oportunidades mais atraentes. Esse é o seu custo de oportunidade.” 

“Estamos adivinhando nosso custo de oportunidade futuro. Warren está supondo que terá a oportunidade de colocar capital com altas taxas de retorno, então ele não está disposto a colocar menos de 10% agora. Mas se soubéssemos que os juros ficariam em 1%, mudaríamos. Nossos obstáculos refletem nossa estimativa de custos de oportunidade futuros”. 

“Warren está examinando o mundo tentando obter seu custo de oportunidade o mais alto possível para que suas decisões individuais sejam melhores.”

Quando alguém pedir para você comprar algo, suas decisões não devem se limitar a essa pergunta.

A melhor pergunta a fazer é: De todas as coisas que posso comprar ou fazer com esse dinheiro, é isso que quero fazer? 

A questão não deveria ser: devo comprar ações X. Em vez disso, de todas as ações ou outros investimentos no mundo, devo comprar X?

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