Hoje vou falar brevemente sobre a minha visão sobre a recente mudança na Petrobras (PETR4) e quais são os rumos e perspectivas que enxergo para os próximos meses.

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Primeira coisa: o maior medo de Jair Bolsonaro é a greve dos caminhoneiros.

Dada a postura mais firme do ex-presidente da Petrobras, Castello Branco, o presidente da República resolveu fazer mudanças no cargo.

Para que haja, assim, alguma margem de manobra em relação aos preços do Diesel, que é o mais sensível à classe de caminhoneiros.

Ponto.

Ainda que pela primeira vez o governo tenha saído de forma mais contundente do discurso e ido para prática, as vozes do Planalto dão conta que a mudança reflete o grande medo do presidente que seria a greve dos caminhoneiros.

Isso significa uma guinada intervencionista por parte do governo?

Em primeiro lugar, Bolsonaro nunca foi um político muito afim ao receituário pró-mercado financeiro.

Foi contra a privatização da Vale (VALE3), contra a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal e contra a aprovação do Plano Real.

Bolsonaro pode até ter mudado de opinião de lá para cá, mas esses foram os votos dele enquanto congressista lá atrás.

O discurso liberal veio muito depois, quando viu a oportunidade de se alçar à presidência da República.

Basicamente um discurso rigorosamente antipetista serviria ao então candidato, de maneira que um aceno uma política pró-mercado seria um contraponto a uma agenda mais intervencionista vinda do PT.

Surgiu a figura de Paulo Guedes e o mercado financeiro abraçou, tal qual havia abraçado Meirelles e Palocci enquanto ministros do ex-presidente Lula.

Até aqui tudo certo. Essas divagações servem de pano de fundo para o que pode vir a seguir.

Veja: a classe política não é binária.

Existem muitos matizes dentro de um espectro político e com o presidente Jair Bolsonaro não é diferente. 

Ele nunca foi um liberal convicto, da mesma maneira que isso não fará com que ele abandone totalmente alguma orientação reformista.

O mercado financeiro já percebeu isso e já não alimenta mais a expectativa de reformas profundas ou de uma rodada intensa de privatizações.

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Mesmo tendo o apoio de Arthur Lira no Congresso, hoje já é sabido que nada vai passar de graça.

Existem alguns pequenos consensos dentro do Congresso Nacional.

A PEC Emergencial deve passar em breve, dando alguma margem de manobra para o governo pagar uma extensão do auxílio emergencial com algumas contrapartidas do lado da arrecadação.

Obviamente o grupo contemplado pelo novo auxílio deverá ser bem menor do que o verificado em 2020.

Uma Reforma Administrativa pode passar, afinal o impacto disso ficaria para o futuro não há muitas nuances a serem debatidas dentro desse assunto.

No entanto, acredito que uma Reforma Tributária seria mais difícil de passar.

Se você perguntar para qualquer brasileiro se ele é a favor de uma reforma tributária, todos dirão que sim, mas cada um quer uma reforma do seu jeito.

O assunto é complexo, tem muitas nuances e essa complexidade do debate é agravado pelo sistema tributário brasileiro.

Sendo realista, fica difícil de imaginar algo sendo aprovado neste sentido nos próximos 2 anos.

Se passar algo, imagino que será uma reforma já bastante desidratada.

Paulo Guedes deve ficar no cargo, ao menos por ora.

O mercado financeiro já não deposita nele a mesma expectativa criada em 2019, mas fica muito confortável em saber que a presença do ministro na equipe do governo garante algum senso reformista ou, ao menos, não intervencionista.

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Basicamente, o mercado financeiro já avisou que ficaria feliz se nada mudasse daqui para frente.

Qualquer notícia favorável à Faria Lima viria como uma grata surpresa.

Tendo você gostado ou não, concordado ou não com as minhas opiniões, ainda vejo motivos para estarmos otimistas.

Muito menos por méritos do ambiente doméstico, mas sim por um choque positivo vindo de fora.

A corrida da China para se tornar a maior potência global tem desdobramentos interessantíssimos no Brasil, tal qual já vimos entre 2003 e 2008.

Os pacotes de estímulos trilionários de Joe Biden também podem colocar o vento ao nosso favor.

Com dois ventos soprando ao nosso favor, basta que não haja vento contra no âmbito doméstico para que consigamos avançar bastante

De resto, a inércia dá conta.

Não foi muito diferente lá atrás.

Não há por que ser muito diferente agora.

E bastou isso para o Ibovespa se multiplicar por 21 vezes em dólar.

A chave aqui vai ser se expor às oportunidades certas na hora certa.

Como disse, o resto deixamos com a inércia e com o tempo.

Lembrando que isso se trata apenas de uma opinião.

O futuro é impermeável e estamos lidando com probabilidades e o mercado financeiro não está nem aí para as nossas opiniões.

Diante da incerteza, o melhor negócio não é ficar parado, mas sim comprar o melhor negócio possível pelo melhor preço possível.

Se eu puder ajudar você com isso, ficarei imensamente feliz.

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