
Embora polêmico, é possível investir em Cannabis no Brasil por meio de fundos de índice ou multimercados e ações no exterior.
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Além da discussão sobre seu uso recreativo e medicinal, a Cannabis faz parte de um mercado bilionário.
Analistas projetam um crescimento maciço para a indústria nos próximos anos.
O mercado global dos produtos à base de cannabis pode atingir US$ 61 bilhões até 2026, segundo dados da consultoria especializada BDSA.
Para a New Frontier, uma empresa de pesquisa de cannabis com sede em Washington, as vendas totais de cannabis legal nos EUA devem ultrapassar US$ 57 bilhões até 2030.
No Brasil, esse assunto caminha a passos lentos. Fatores políticos e sociais atrasam o desenvolvimento do setor.
Porém, isso não impede que os brasileiros possam investir em cannabis.
Veja o que você precisa saber sobre essa indústria marcada por polêmicas, oportunidades de investimento e riscos do investimento.
Noções básicas da indústria da cannabis
Antes de investir em cannabis, o investidor precisa conhecer mais sobre esse mercado e analisar as empresas e investimentos, assim como deveria fazer em qualquer setor.
Para se tornar um investidor de cannabis bem-sucedido:
1. Entenda os vários tipos de produtos
De um modo geral, existem duas grandes categorias de produtos de cannabis: recreativo e medicinal.
Os estoques de cannabis medicinal envolvem empresas dedicadas aos benefícios terapêuticos da planta.
As substâncias CBD e THC, extraídas da planta de cannabis, podem ajudar no tratamento de patologias, como epilepsia, demência, fibromialgia, parkinson, para aliviar dores crônicas, ansiedade e outras doenças.
Seu uso medicinal é crescente, sendo legalizada em 36 estados dos EUA e em mais de 40 países.
Normalmente, é necessária uma receita de um profissional de saúde autorizado para que os pacientes obtenham a substância.
Por outro lado, a maconha recreativa já é legalizada em dezoito estados dos EUA, além de Washington, DC.
2. Diferentes tipos de empresas de cannabis
Existem quatro categorias principais de empresas na indústria da cannabis:
- Produtores: Empresas que possuem fazendas de cannabis e cultivam ativamente a planta.
- Varejistas: Lojas de varejo que distribuem os produtos finais aos clientes, seja cannabis medicinal e/ou recreativa e produtos relacionados.
- Fornecedores de produtos e serviços auxiliares: Essas empresas não tocam nas plantas, mas apoiam a indústria fornecendo produtos e serviços como hidropônicos, sistemas de iluminação, materiais de embalagem e serviços de gerenciamento.
- Empresas de biotecnologia: Algumas empresas de biotecnologia participam da indústria da cannabis extraindo canabinóides para desenvolver novos medicamentos farmacêuticos.
3. Entenda os riscos de investir na indústria da maconha.
Investir em qualquer tipo de ativo vem com algum grau de risco. Investir em cannabis está associado a riscos específicos adicionais que você deve entender claramente, como:
Riscos legais e comerciais:
A venda de cannabis continua ilegal em muitos países, inclusive no Brasil.
Isso impõe severas restrições às empresas que lidam com negócios relacionados à cannabis, inclusive de abrirem contas bancárias e obtenção de financiamento.
O crescimento do setor está atrelado à legislação. Nos Estados Unidos, o apoio político aumentou para legalizar ou descriminalizar a maconha, mas não há garantia de quando qualquer uma dessas ações ocorra no restante do mundo.
Desequilíbrios de oferta e demanda:
Como uma indústria do setor agrícola, a cannabis é propensa a irregularidades na oferta e na demanda.
Os produtores de maconha canadenses realizaram inicialmente grandes iniciativas de expansão para aumentar a capacidade de produção para atender à demanda de maconha recreativa.
Algumas empresas mais tarde reduziram a produção porque a oferta de cannabis no Canadá superou a demanda, fazendo com que os preços caíssem e a receita sofresse.
Risco de avaliação:
Muitas das empresas envolvidas na produção ou venda de cannabis são empresas em crescimento não lucrativas.
Por serem jovens, com pouco tempo de mercado, fica muito difícil fazer uma avaliação.
Risco de volatilidade:
Os preços das ações da maconha geralmente oscilam muito para cima e para baixo em curtos períodos de tempo.
É menos provável que isso seja uma preocupação se você planeja manter seus investimentos por 10 a 30 anos ou mais.
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Como investir em Cannabis no Brasil
No Brasil, mesmo com os entraves de legislação que cercam o setor, já existem opções de investimento para entrar neste mercado.
Os brasileiros interessados em investir em cannabis podem realizar seis aportes via investimento direto em ações estrangeiras ou em fundos de investimentos e ETFs.
No Brasil, existem três fundos específicos do setor de cannabis disponíveis:
Trend Cannabis
O Trend Cannabis, da XP, investe de maneira passiva por meio da exposição ao ETFMG Alternative Harvest ETF (MJ), referenciado ao índice Prime Alternative Harvest Index que é composto por ações de aproximadamente 30 empresas relacionadas ao tema da cannabis.
Gerido pela empresa ETFMG, é atualmente o maior e mais líquido ETF ligado ao setor de Cannabis dos Estados Unidos.
O fundo investe globalmente em ações de empresas relacionadas direta ou indiretamente com o processo de cultivo legal, produção, marketing ou distribuição de produtos de Cannabis para fins tanto medicinais quanto não medicinais.
Adicionalmente, pode investir em empresas farmacêuticas que produzam, comercializem ou distribuam remédios que usem derivados do Canabidiol (canabinóides).
Para investir, a aplicação mínima é de R$ 100 e é cobrada uma taxa de administração de 0,5% ao ano.
Vitreo Cannabis Ativo
O fundo Cannabis Ativo da Vitreo é classificado como um multimercado livre, de gestão ativa.
Cerca de 40% do seu portfólio está nas maiores empresas estadunidenses do setor canábico.
A aplicação inicial mínima é de R$ 100 e taxa de administração de 0,72%.
Vitreo Canabidiol
É um fundo para investidores qualificados, onde é possível comprar cotas por R$ 100, com taxas de administração de 0,9%.
Ações
Em mercados mais maduros, como nos Estados Unidos, é possível investir diretamente em empresas consolidadas no setor da cannabis.
Para isso, será necessário abrir uma conta em uma corretora no exterior que tenha acesso ao mercado de balcão que desejar.
Algumas empresas listadas em bolsa para investir em cannabis no exterior são:
- Canopy Growth Corporation (NASDAQ: CGC): Produtora de cannabis medicinal fundada em 2013, sede em Smiths Falls, Ontário, Canadá. Tem seu foco em pesquisa, desenvolvimento de produtos e produção inovadora para o mercado de cannabis.
- GW Pharmaceuticals: Com sede no Reino Unido, a GW foi a primeira empresa de biotecnologia a obter aprovação da FDA (agência reguladora de remédios nos EUA) para um medicamento à base de cannabis. Trata-se do Epidiolex, lançado em 2018 para uso em pacientes com problemas de epilepsia.Em 2021, após fusão bilionária com a Jazz Pharmaceutical (NASDAQ: JAZZ), esta passou a ter controle da unidade de terapias derivadas da planta da maconha.
- Aphria INC (NASDAQ: TLRY): Com sede em Ontário, Canadá, é uma produtora e distribuidora internacional de cannabis medicinal e recreativa. A empresa opera por meio de canais de varejo e atacado no Canadá e internacionalmente.
- Aurora Cannabis INC (TSE e NASDAQ: ACB): Empresa canadense presente em 25 países, nos cinco continentes. Possui quatro marcas de cannabis medicinal (CanniMed, MedReleaf, +Aurora e WMMC), além de uma divisão com seis marcas de produtos de marketing diversos.
- OrganiGram Holdings Inc (TSE: OGI): produz e vende cannabis e produtos derivados da cannabis no Canadá. Oferece produtos de cannabis medicinal, incluindo flores de cannabis, óleos de cannabis e vaporizadores. Também se dedica ao envio por atacado de mudas de plantas de cannabis, flores secas, misturas, pré-rolos e produtos derivados.
- Green Organic Dutchman (CNSX: TGOD) Oferece produtos orgânicos de cannabis, como plantas e sementes de cannabis, cannabis seca, cannabis fresca, óleos de cannabis, tópicos de cannabis, extratos de cannabis e cannabis comestível para varejistas ou distribuidores e entidades licenciadas federais. A empresa foi constituída em 2016 e está sediada em Mississauga, Canadá.
Há também ETFs, como o AdvisorShares Pure US Cannabis ETF e o AdvisorShares Pure Cannabis ETF, Amplify Seymour Cannabis, Cambria Cannabis, entre outros.
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Vale a pena investir em Cannabis?
O mercado de cannabis tem perspectiva de crescimento exponencial nos próximos anos, no entanto, é preciso ter estômago.
A indústria é bastante volátil, o que pode ser uma preocupação a mais para quem quer rentabilidade em poucos meses ou anos.
Por isso, todos os investimentos em canabidiol são de longo prazo e considerados de alto risco.
É preciso estar ciente também de que a grande maioria das empresas estão sujeitas aos riscos regulatórios envolvendo a indústria.
Para os que entendem os riscos associados a esse setor, o momento atual pode ser enxergado como um ótimo ponto de entrada, pois as ações estão muito mais baratas comparadas ao boom que teve o setor no ano passado.
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